tag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post3264411632524378374..comments2023-10-20T05:12:32.308-03:00Comments on O Descurvo: Sobre Reformismo, Extremismo e RevoluçãoHugo Albuquerquehttp://www.blogger.com/profile/13976272751425853150noreply@blogger.comBlogger11125tag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-54346544519013709752009-08-07T16:13:24.383-03:002009-08-07T16:13:24.383-03:00giuliettadeglispiriti
De nada, aliás, muito me h...<b>giuliettadeglispiriti</b> <br /><br />De nada, aliás, muito me honra sua presença por aqui.<br /><br /><b>Flavia</b>,<br /><br />Exato, é o que eu penso. Esse seu trecho sintetiza muito bem o que devemos buscar: "<i>um pensar que sabe ao mesmo tempo ser disciplinado e sabe soltar-se dessas amarras e voar por outras áreas e formas de pensar, para retornar fresco e com novas questões para a sua disciplina do pensar</i>". É isso. Chega de sociólogos disciplinados demais, chega de escritores literários demais, só a originalidade há de salvar o mundo.<br /><br />beijãoHugo Albuquerquehttps://www.blogger.com/profile/13976272751425853150noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-16270354765055407512009-08-07T08:22:08.248-03:002009-08-07T08:22:08.248-03:00Ah, sim, mas quando se vê de perto o que fazem os ...Ah, sim, mas quando se vê de perto o que fazem os nomes mais fascinantes da filosofia, da sociologia, etc... é possível notar que o que encanta a todos - mas que ninguém entende de onde vem - vem na verdade dai: de um pensar que sabe ao mesmo tempo ser disciplinado e sabe soltar-se dessas amarras e voar por outras áreas e formas de pensar, para retornar fresco e com novas questões para a sua disciplina do pensar. Penso num nome da sociologia brasileira, esta hora da manhã deu branco, mas tbm em nomes como Foucault.Flaviahttp://liberdadedeexpressao.net.brnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-42455988853024048012009-08-07T08:17:41.891-03:002009-08-07T08:17:41.891-03:00Hugo, concordo. Há pouco "pensar além" n...Hugo, concordo. Há pouco "pensar além" na academia. Eu já comentei sobre as demandas praticas da profissão - demandas como da FAPESP, que formatam as cabecinhas para serem extremamente especializadas, tecnocráticas, para assumir na prática o discurso neo-con do tecnicismo e da especialização que eles mesmos criticam. Concordo: sem misturar sociologia com utopia, economia com biologia, filosofia disciplinada com o experimentalismo de encontrar sentidos em discursos diversos, teoria e prática, o pensar é limitado e a prática nula, carreirista, limitada.Flaviahttp://liberdadedeexpressao.net.brnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-91055151080196668062009-08-07T04:26:48.259-03:002009-08-07T04:26:48.259-03:00Hugo, parabéns pelo post. Extremamente pertinente....Hugo, parabéns pelo post. Extremamente pertinente. Obrigada!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-10566266865106198962009-08-07T00:32:05.721-03:002009-08-07T00:32:05.721-03:00Barone,
Perdoe-me se eu fui um tanto seco nas res...<b>Barone</b>,<br /><br />Perdoe-me se eu fui um tanto seco nas respostas, mas você há de convir comigo que sua primeira colocação deu margem para a minha posterior interpretação. <br /><br />Sobre a visão dos últimos 100 anos da esquerda dominante, seja em relação aos setores com os quais eu concordo ou com aqueles que eu discordo, ela nunca propôs uma mudança de cima para baixo, mas sim de baixo para cima, com a classe trabalhadora assumindo o poder - e as mudanças que se deram foram desse modo, seja a Revolução Francesa ou a Revolução Russa, elas foram feitas não em armas, mas pelo <b><i>povo</i></b> em armas.<br /><br />Daí, entramos naquele debate, que por uma série de questões, isso foi distorcido, resultando, na prática, em um tipo de Aristocracia chamado Burocracia. Sim, em boa parte dos casos, foi isso, o que precisa ser evitado.<br /><br />Entremos num debate mais longo ainda do que é Democracia. Pois bem, Democracia era uma forma de governo que surge nas cidades-estado Heláde e diz respeito ao poder sendo pelos os cidadãos em igualdade - num cenário, no entanto, onde a cidadania era um privilégio e aquelas coletividades eram mantidas por trabalho escravo.<br /><br />A Democracia Ateniense matou Sócrates. Pausa dramática. Daí, vem Platão, seu discípulo dileto defendendo a criação de um sistema aristocrático onde os melhores seriam os filósofos. Depois, vem um certo Aristóteles dizendo que a Aristocracia assim como a Democracia e a Monarquia, eram sim formas de governos possíveis, funcionais embora corruptíveis. Séculos mais tarde um certo Cícero forja em sua República entende ser ela a forma de governo onde se misturam a Democracia, a Monarquia e a Aristocracia - o que era próprio da Roma republicana em seu auge, entre a vitória nas guerras púnicas e a ditadura de Sila, onde tínhamos os comícios, os consules e o Senado, mas não entra em nada na questão econômica propriamente dita.<br /><br />De More até a Maquiavel passando por Hobbes, temos o esboço disso que estamos hoje a viver. Vem Montesquieu e retoma Cícero, usando seus conceitos para elaborar aquilo que viria a ser designado como a teoria da tripartição dos poderes; três poderes se equilibrando e se limitando dentro do Estado; Legislativo, Executivo e Judiciário; Democracia, Monarquia e Aristocracia. <br /><br />Obviamente, o republicanismo, tal como foi compreendido no pós-Idade Média é uma bela teoria, mas algo não permite essa equação fechar, que é justamente a supremacia do privado sobre o público e a assimetria evidente e crescente entre os atores políticos devido ao capitalismo.<br /><br />As questões centrais, no entanto são: Como transformar a representação política em algo funcional? Até agora, isso não aconteceu. Como gerar uma verdadeira Democracia, se o capitalismo gera essa verdadeira e crescente assimetria entre os agentes políticos? Como transformar isso por meio de medidas em caráter microscópico e fragmentário se o sistema pode facilmente esterilizar ou esmagar tais medidas?<br /><br />P.S.: Desculpe por eu ter invertido no item 1 a ordem do que você disse que eu disse, mas pelo visto não houve problema de compreensãoHugo Albuquerquehttps://www.blogger.com/profile/13976272751425853150noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-5230547186354826412009-08-06T23:28:44.841-03:002009-08-06T23:28:44.841-03:00Hugo,
não me referi a você ou ao seu texto especi...Hugo,<br /><br />não me referi a você ou ao seu texto especificamente, mas a leitura da esquerda majoritária nos últimos 100 nos segundo a qual a sociedade só se transforma de duas formas: através do jogo da democracia representativa ou das armas. Ou seja, de ambas as formas, de cima para baixo.<br /><br />Não disse que “você” omitiu fonte. Quis dizer, isso sim, que boa parte da esquerda, hoje, utiliza conceitos imediatos do socialismo libertário – como a autogestão e a democracia direta – esquecendo, no entanto, que estes não são conceitos que possam ser pinçados ao acaso, mas utilizados dentro de um contexto ideológico que não se coaduna com a visão esquerdista herdeira do bolchevismo e suas ramificações.<br /><br />Concordo plenamente: “a democracia só existe desde o momento em que existem condições para a prática democrática ser perene”. Não acredito, no entanto, que estas condições sejam possíveis dentro da democracia participativa, muito menos por meio da violência, mas por uma construção de consciência coletiva sobre as responsabilidades de cada um para com os assuntos que dizem respeito as suas vidas. Coletivismo, livre iniciativa cooperada? Sim. São conseqüências deste “pensamento responsável” que não atribui cegamente a terceiros as responsabilidades de gerir a sociedade.<br /><br />O exemplo da associação de moradores de bairro entra aí. Hoje, na maioria das cidades, as associações são trampolins políticos para barnabés que vivem as custas do poder público ou deste e daquele partido (com raras e honrosas exceções). São assim, pois a participação efetiva da comunidade é nula, rara. São massa de manobra do líder de bairro, que por sua vez é manobrado pelo vereador, que segue o deputado estadual, que se curva ao deputado federal, que encosta no senador e assim por diante. Talvez comece neste âmbito – fortalecer na população a consciência sobre a importância de atuar efetivamente nestas bases – a possibilidade de mudanças. <br /><br />Poucos vizinhos meus participam da associação de moradores de meu bairro. E os seus?Baronehttps://www.blogger.com/profile/07669368270617425659noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-62603744698493586072009-08-06T21:03:40.480-03:002009-08-06T21:03:40.480-03:00Barone,
Pacientemente e por partes:
1. Onde eu p...<b>Barone</b>,<br /><br />Pacientemente e por partes:<br /><br /><b>1.</b> Onde eu propus que a sociedade fosse transformada de baixo para cima?<br /><br /><b>2.</b> Sim, meu caro, nós aprendemos como os totalitarismo, por que acha que eu estou criticando o extremismo?<br /><br /><b>3.</b> É óbvio que sim, por isso é necessário a criação de um sistema de pesos e contra-pesos, o que não há mesmo nesse momento - como fazer isso se os agentes políticos são assimétricos por natureza dentro de um regime capitalista.<br /><br /><b>4.</b> Eu não omiti fonte alguma, mas uma coisa que eu aprendi com os velhos anarquistas é que a democracia só existe desde o momento em que existem condições para a prática democrática ser perene, fora isso, meu caro, é temos uma aristocracia eletiva - ou melhor, uma <b>plutocracia</b> onde os gestores são elegíveis, no máximo podendo fazer uma mudança de Governo caso alguma condição conjuntural externa e/ou interna extraordinária aconteça. <br /><br /><b>5.</b> O conceito de "pureza" não se coaduna com a de "socialismo" e a relação do segundo conceito com "opressão" apenas se você considera "socialismo" como sinônimo de "bolshevismo" ou de "stalinismo" - será que tudo se resume ao capitalismo ou estatalismo? Eu creio que não; existe sim a possibilidade concreta do coletivismo e da livre iniciativa cooperada.<br /><br /><b>6.</b> Uma das coisas que eu não costumo repetir é usar o termo "social" ou "socialismo" ad nauseam, por isso pedi que pensemos sob uma perspectiva antropológica e não sociológica; a sociedade civil é uma forma de organização coletiva humana relativa nova, quem a idealizou foi Thomas Hobbes e ela foi posta em prática com as duas últimas revoluções burguesas. Nem sempre foi assim, nem sempre será. O que eu pedi é um pouco mais profundo do que uma simples "guinada social".<br /><br /><b>7.</b> Desenvolva melhor sua ideia sobre a associação de moradores de bairro.<br /><br />abraços e obrigado pelo contraponto.Hugo Albuquerquehttps://www.blogger.com/profile/13976272751425853150noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-51764085143936145192009-08-06T16:45:51.604-03:002009-08-06T16:45:51.604-03:00Hugo,
esta leitura de transformação da sociedade ...Hugo,<br /><br />esta leitura de transformação da sociedade de cima para baixo (tanto por parte de reformistas como radicais) já não se esgotou? Não aprendemos com os totalitarismos de esquerda? Com a transformação de lideraças populares em ditadores perenes? Não aprendemos nada - nem que seja omitindo a fonte e mantendo os conceitos - com os velhos anarquistas?<br /><br />Sim, pois quando penso em socialismo (no sentido mais puro desre pensamento) não consigo relacioná-lo a uma sociedade baseada na opressão, onde o poder do capital é apenas substituído pelo poder do partido e de lideranças iluminadas.<br /><br />Quantos exemplos serão necessários para concluirmos que uma guinada social é consequência de posturas individuais, da construção de mecanismos revolucionários que atuem nos estratos mais rasteiros da política? Coisas como participar da associação de moradores do seu bairro, por exemplo.Baronehttps://www.blogger.com/profile/07669368270617425659noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-43572335957656040702009-08-06T03:07:28.942-03:002009-08-06T03:07:28.942-03:00Certo, entendi, muito interessante.
Agora que voc...Certo, entendi, muito interessante.<br /><br />Agora que você explicitou sua visão do radicalismo na academia ficou tudo mais claro.Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/07940986560594567194noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-72012605895739921532009-08-05T17:59:53.990-03:002009-08-05T17:59:53.990-03:00Maurício,
Estratégia são os recursos que você emp...<b>Maurício</b>,<br /><br />Estratégia são os recursos que você empreende para chegar a determinado fim, a tática é cada um dos elemento componentes dela. Até hoje todos os partidos que tomaram o mero reformismo como fim em si mesmo, se degeneraram. O reformismo só funciona caso você tome ele como medida tática para fomentar a superação do sistema em que vivemos, não como fim último dada a natureza irascível dele.<br /><br />Na minha visão, há muito pouco radicalismo na Academia, o que temos, nos cursos de vocação mais progressistas, é um extremismo pincelado, só isso; em apertada síntese, o que temos ao longo do tempo é um idealismo - a supremacia da teoria quase prescindindo da práxis - ou um essa exaltação da práxis que resulta no mais perverso tipo de dogmatismo. O que eu proponho é a teoria visando a prática, uma sem prescindir da outra e nessa ordem na relação de causalidade.<br /><br />O radicalismo quando se refere ao pensamento de esquerda não pode se desvirtuar na medida em que ele se ancora na crítica na indagação perene - o que se perde quando se põe a práxis em primeiro lugar, pois a dogmática acaba se tornando imprescindível nesse sentido.<br /><br />abraçosHugo Albuquerquehttps://www.blogger.com/profile/13976272751425853150noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-5892509850516686772009-08-05T17:18:41.368-03:002009-08-05T17:18:41.368-03:00Hugo,
Extremamente oportuno - na acepção positiva...Hugo,<br /><br />Extremamente oportuno - na acepção positiva do adjetivo - esse artigo, num momento em que os ânimos e as posições políticoideológicas se exacerbam, às vésperas de uma das mais tensas e decisivas eleições presidenciais de nossa história.<br /><br />Li e vesti a carapuça - como reformista que sou - mas, por outro lado, acho que é lícito aprofundar a análise dos perigos que rondam a alternativa por você proposta. Sim, porque não raras vezes esse radicalismo de que você fala, em que a teoria informa a praxis política, deriva para um imobilismo elitista, em que o radical acaba tão-somente reduzido à posição de espectador privilegiado do embate político-social. Vê-se isso em profusão na academia. Portanto, não é apenas o reformismo e o revolucionarismo que têm seus contraefeitos e suas possíveis estagnações, mas o radicalismo também - como aliás você insinua, emborançao desenvolva.<br /><br />Não ficou clara, para mim, a diferença entre estratégia e tática. Caso queira se aprofundar mais um pouco nesse aspecto desua abordagem, seria interessante.<br /><br />Um abraço,<br />Maurício.Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/07940986560594567194noreply@blogger.com