tag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post5107410523421883154..comments2023-10-20T05:12:32.308-03:00Comments on O Descurvo: A Pontifícia, a Opressão e o Movimento EstudantilHugo Albuquerquehttp://www.blogger.com/profile/13976272751425853150noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-23263182855655893982010-11-22T19:56:36.241-02:002010-11-22T19:56:36.241-02:00João,
Eu creio que essa ocupação não deveria ter ...<b>João</b>,<br /><br />Eu creio que essa ocupação não deveria ter acontecido, o movimento de politização da mensalidade não foi bem construído - ou melhor, foi construído pelo alto e acabou girando no vazio, esqueceram de combinar com a base - e acabou dando no que deu. Mas a questão das mensalidades deve ser pautada, mas de uma maneira mais inteligente. O ponto é que existe uma contradição, existem custos que aumentam, existe o problema da dívida, mas as pressões por aumento das mensalidades são desproporcionais a isso e, inclusive, desproporcionais ao aumento da renda - o que gera um impacto tremendo no perfil de estudante que a Universidade seleciona - e, ao mesmo tempo, também não há um retorno efetivo em qualidade da estrutura. A postura que eu entendo que o Movimento Estudantil deveria tomar é de continuar uma pressão nesse sentido para arrefecer os ímpetos da Reitoria e (sobretudo) da Fundasp (a mantenedora), mas na esfera propositiva, é necessário que se cobre os atuais administradores a buscarem novos recursos, é possível recorrer a fundos de fomento à pesquisa e isso não é feito (isso desopilaria uma parte relevante da receita) ao passo em que negociar algum meio de recebimento de verbas públicas seria interessante - convenhamos, existem canais políticos para tanto. Uma postura mais propositiva do ME em esclarecer o que se passa com as contas e pressão para buscar novas formas de financiamento sem descaracterizar internamente a Universidade seria interessante. Isso exporia certos flancos e suscitaria mistérios que passam desapercebidos, como por exemplo o fato de saber que parte das micro-reformas do Prédio Novo foram feitas com um empréstimo tomado a fundo perdido junto ao Estado. Agora, medidas de intervenção e pressão mais extremos só surtirão efeito não apenas com a devida condições objetivas - aqui, uma conjuntura favorável, o que não existiu -, mas também com um inflexão radical na forma de atuação no Movimento Estudantil. É necessário repensar o <i>ethos</i> do se mover, o sectarismo, o racionalismo vulgar e a presença partidária estão esgarçando qualquer possibilidade de resistência a isso tudo. Mas está difícil dialogar com a moçada. Creio que agora é um bom momento para a devida reflexão.<br /><br />abraçãoHugo Albuquerquehttps://www.blogger.com/profile/13976272751425853150noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-69443450790006588092010-11-22T11:48:25.549-02:002010-11-22T11:48:25.549-02:00Belo, belo post, Hugo. Conversei com colegas que p...Belo, belo post, <b>Hugo</b>. Conversei com colegas que participaram da ocupação e li uma série de análises de gente próxima -- distribuídas em diferentes listas, que ainda acompanho (não sei como dou conta, mas enfim).<br /><br />Seu texto foi o que mais se aproximou da minha visão. E não, não é por isso que achei um belo post, mas porque você faz uma análise excelente das condições em que esta ocupação foi realizada.<br /><br />Sou veterano da ocupação de novembro de 2007, quando, após nove meses de "negociação" com o Consun (atual Consad), foi negado aos estudantes a participação nos debates finais do redesenho institucional. Aquela ocupação, que durou seis dias e terminou de maneira trágica (com a invasão da Polícia pela primeira vez no campus desde 1977), serviu, ao menos de exemplo.<br /><br />Os estudantes que ocuparam a reitoria na semana passada acertaram ao deixá-la, na madrugada de sábado. O reitor, a fundação e o Consad se negaram a conversar com a situação daquele jeito -- e a alternativa policial não estava descartada, o que seria um desastre do tamanho de um bonde para todos os lados, movimento estudantil incluso.<br /><br />É preciso ser realista e estudar mais. As mensalidades não vão cair -- não tem como, diante dos enormes custos correntes e financeiros que a PUC tem diante de si.<br /><br />Isso, é claro, não significa imobilismo, mas estudo...<br /><br />AbraçãoJoão Villaverdehttps://www.blogger.com/profile/13672849158913151349noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-37883249448425407232010-11-21T17:31:21.465-02:002010-11-21T17:31:21.465-02:00Daniel, olha, eu tomo por impossível existir um mo...<b>Daniel</b>, olha, eu tomo por impossível existir um movimento liberal de esquerda - por definição, liberalismo é uma tradição de pensamento de direita mesmo, o que não se confunde com uma postura <i>libertária</i> (isto é, antagônica ao autoritarismo), que pode existir tanto à direita (com o liberalismo de verdade mesmo) quanto à esquerda (anarquismo, socialismo-libertário), do mesmo modo que temos também as suas contrapartes autoritárias. <br /><br />Eu não vejo autoritarismo como representação de iniquidade humana, mas como fruto da insuficiência teórica de um determinado projeto, à luz da sua aplicação prática, uma expressão do desejo de concretizar a todo custo uma abstração que perdeu seu significado por força dos fatos. Aquilo que chamamos de direita autoritária, como o fascismo, p.ex., executa uma política autoritária de forma sistemática, posto que ele é, por natureza, forma de reação, nascido do fracasso de algum sistema liberal (ou pára-liberal). Dentro da tradição de esquerda, podemos dizer isso do Stalinismo, meio de reação desesperada decorrente da insuficiência de outro projeto, o leninismo; o autoritarismo soviético dos anos 20 é diferente daquele dos anos 30-50, enquanto o primeiro é o autoritarismo enquanto sintoma da insuficiência de um projeto, o segundo é um projeto de reação para defender o que supostamente é o primeiro. <br /><br />Não existe de forma dominante no movimento estudantil algo como Stalinismo - existe em alguns grupelhos, uma espécie de apologia a <b>Stalin</b>, não Stalinismo mesmo -, mas o autoritarismo enquanto sintoma de pane do projeto, o desespero pela insuficiência que leva a uma degeneração das práticas. A saída é desenvolver alguma prática que passe por fora da dogmatização e aceite a crítica, o diálogo e a imanência. No plano estudantil, é necessário fazer coisa até mais simples: Botar os pés no chão e debater o elementar, o que não é fácil de propor em um meio no qual as pessoas, no máximo, tem um pouco mais de vinte anos.<br /><br />abraçosHugo Albuquerquehttps://www.blogger.com/profile/13976272751425853150noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-43066209718529473742010-11-21T17:05:29.166-02:002010-11-21T17:05:29.166-02:00Bom mesmo seria um movimento estudantil liberal de...Bom mesmo seria um movimento estudantil liberal de esquerda, pra fazer frente tanto ao movimento que nunca saiu do Che e ao movimento da direita analfabeta.danielhttp://index.opsblog.org/noreply@blogger.com