tag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post6677546629027799645..comments2023-10-20T05:12:32.308-03:00Comments on O Descurvo: Por que Votar em Dilma 2014?Hugo Albuquerquehttp://www.blogger.com/profile/13976272751425853150noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-6528463192811651672014-10-17T15:05:11.485-03:002014-10-17T15:05:11.485-03:00É uma boa questão, Fabricio r. -- com a qual, aliá...É uma boa questão, <b>Fabricio r.</b> -- com a qual, aliás, eu me deparo a todo momento. Eu só não voto nulo desta vez porque (1) de fato as candidaturas não são iguais, não estão no mesmo barco, Aécio é sim pior do que Dilma (2) do mesmo mesmo modo que o "voto crítico" -- veja, eu não utilizei o termo, para mim todo voto é voto-voto em alguém -- exige algo mais, uma "contrapartida", o voto nulo exige também, mas eu não vejo qual seria a consequência gerada a mais com um movimento de anulação neste momento -- no máximo, deslegitimação do sistema sem constituir nada no lugar. Acredite, eu sou o primeiro na fila para ver o PT ir à esquerda ou, na falta disso, novas formas de esquerda -- ou forças democratizantes, libertadoras, chame como quiser -- surgirem e se afirmarem, mas é preciso fazer um esforço para constituir isso. E na falta disso, é preciso agir taticamente. Se Dilma perder, o que acontece? Aécio entra. Simples assim. Eu passei os últimos quatro anos nas frentes em que eu atuo, empregando tudo que eu sei e posso fazer, para a realidade em 2014 ser melhor do que em 2010. Mas não foi. A conjuntura posta, inclusive resultante do emprego da minha força e dos meus, é esta. E é nela que eu intervenho. E intervenho menos por uma reforma no sistema -- reformas sim, mas para ganhar tempo -- e mais por uma transformação mais profunda. Nesse sentido, será que com um Aécio no poder não seria melhor? Eu acho que não por dois motivos. Porque a presença dele e o consequentemente endurecimento do estado policial e de arrocho econômico vão colocar os movimentos sociais na defensiva mais ainda. A hipótese da destruição criativa não está a nosso favor. <br /><br />abraços Hugo Albuquerquehttps://www.blogger.com/profile/13976272751425853150noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-5615581117174510345.post-2318079879012542712014-10-17T10:10:38.801-03:002014-10-17T10:10:38.801-03:00Para mim, a grande questão da esquerda hoje é a qu...Para mim, a grande questão da esquerda hoje é a questão indígena, sintomaticamente ignorada no texto que busca justificar o voto "crítico", mas sem neuras, na candidatura Dilma. Falo da questão indígena não como dívida histórica ou como humanismo romântico, mas simplesmente como a questão que envolve a própria definição do que é humano. A ideia de inclusão social em alinhamento com a lógica de mercado limita a própria ideia de humano, e é essa ideia que domina o pensamento "progressista" e que conduz o texto (passando da redução das desigualdades econômicas ao lugar do Brasil no mundo). Compreendo o voto em Dilma, claro, sobretudo por conta do grande impasse que é a ausência de alternativas políticas organizadas (o poder tem suas lógicas e é muito conveniente reduzir a nossa escolha irrevogavelmente a duas representações). O voto em Dilma, aliás, reclama ser realista, maduro, crítico, não simplificador, embora o texto declare que a realidade agora é "terrivelmente simples". Não acho. A realidade agora foi terrivelmente simplificada, e não à toa. O voto só seria crítico se formasse um "movimento" para além das eleições também, do contrário, é adesismo (na prática é adesismo eleitoral, crítico ou não, resignado ou não, o voto é um consentimento). Passadas as eleições, então, resta o Congresso mais conservador ainda do que o passado (cuja CDH, por exemplo, teve como presidente um Bolsonaro!) e os imperativos das alianças do PT para a governabilidade se impõem como realismo etc, e o voto crítico assume toda a sua virtualidade, despoderado (até pq, nesse segundo turno, o PT não fez nenhuma, nenhuma mesmo, concessãozinha à esquerda). Mas não é simples mesmo: nas lutas à esquerda, há profundos desacordos tanto sobre objetivos de longo prazo quanto sobre táticas de curto prazo, que se refletem em dois grandes debates fundamentais: o primeiro, sobre as eleições versus transformação real (envolvendo esse realismo citado); o segundo, sobre desenvolvimentismo versus mudança de paradigma, envolvendo essa concepção de humano, cuja limitação exclui, por exemplo, os indígenas (pelo menos das lembranças mais imediatas). Ah, mas "sem crescimento econômico não é possível enfrentar as desigualdades do mundo". Aos pragmáticos, isso. Mas e às esquerdas? Não é função da esquerda expor as questões que, precisamente, estão soterradas pelo pragmatismo, pelo realismo mais imediatos na política? Acho que esse "voto crítico" seduz como um tipo de zona de conforto, e também reafirma que as forças políticas na sociedade dependem de consentir com uma das candidaturas (a menos pior), traduzindo que qualquer pensamento político de resistência, de potência e de ação à esquerda só podem ser realistas se legitimam, sem contrapartida nenhuma, a força de um partido (de um projeto, como queira) no poder há mais de uma década., tudo em nome de se colocar contra a "ameaça da direita". Nessas eleições, não voto em nenhuma das candidaturas, mas admito que estamos num mato sem cachorro, porque Aécio representa um retrocesso grande até diante do retrocesso dilmista. Mas até que ponto, a esquerda deve se perguntar, consentir com o governo PT é mais realista do que se perguntar: até que ponto o PT contribui com, e é responsável por, esse mesmo retrocesso? À esquerda cabe a simplicidade, mas escapar das simplificações impostas por jogos de dominação dos quais as eleições participam. O voto crítico tem feito poucas críticas nesse sentido: por força da "realiadade", tem adotado o adesismo, e não a crítica. (Fabricio r.)Fugitivo tardiohttps://www.blogger.com/profile/05067087839410657546noreply@blogger.com