O mês de Abril se aproxima de seu fim. Hoje, estou sentindo um misto de sentimentos e sensações, alguma alegria, um bocado de irritação e bastante tédio. De notícias de destaque nesse mês, temos aí o prosseguimento da Crise Econômica e uma sensação de que as coisas pararam um pouco de piorar por aqui - quem sabe até melhorem nesse trimestre ainda - a descida ladeira abaixo da Folha, a covardia da mídia corporativa em cima de Dilma, a crise no STF que se agrava, enfim. Muita coisa tosca, mas, acima de tudo, muita coisa previsível.
Lembro quando houve o debate acalourado entre o Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes; muitos leitores na caixa de comentários do Nassif já insinuavam coisas como "esperem amanhã para ver a cobertura que o 'PIG' vai fazer, vão descer a lenha em Barbosa". Pessoalmente, não gosto de usar o termo 'PIG' por achar ele simplista demais e mesmo sendo crítico da mídia corporativa, também não achei que as coisas fossem acontecer exatamente desse modo.
No outro dia, qual não foi a minha surpresa ao entrar em determinados sites, blogs e portais ou abrir a página de determinados jornalões ou semanários e me deparar com isso daí mesmo, a tentativa de desconstrução do ethos do Ministro Barbosa de uma maneira bem tosca, bem previsível. Não é apenas a mídia fazendo política, é a mídia fazendo política de uma maneira muito pouco sofisticada, democrática ou sensata, defendendo posicionamentos tacanhos e figuras questionável.
Não é uma crítica ao fato dela ter se inserido no jogo político, mas o de tê-lo feito de uma maneira absolutamente questionável. A estratégia que a mídia corporativa está fazendo uso é terrível, se ela der errado num primeiro momento é o equivalente a ser atropelado por um trem, se der certo, dará errado no curto prazo. É um fenômeno que eu denominaria por venezuelificação midiática, ou seja, o uso do rebaixamento da linguagem e de táticas incendiárias e alheias à ética para insuflar um sentimento anti-democrático na população e assim realizar algum projeto político que lhe seja simpático.
Isso me deixa entediado. É um discurso que foge ao racional por completo.
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