A grande contribuição de Muricy Ramalho como treinador foi conseguir aplicar em times brasileiros um conceito de disciplina tática e frieza psicológica comum apenas aos alemães e povos nórdicos. Os times de Muricy são isso daí mesmo, mantêm o mesmo ritmo e coerência do início ao fim enquanto os adversários alternam ao longo do mesmo jogo - o que é perfeitamente comum ao nosso futebol.
Falta ao treinador palmeirense, no entanto, conseguir produzir aquela faísca necessária para vencer mata-matas. Telê Santana demorou bastante tempo até conseguir, mas quando conseguiu, deslanchou. Creio que o mesmo tende a acontecer com Muricy.
Hoje, Palmeiras e Santos se anularam taticamente e se equivaleram tecnicamente ao longo do primeiro tempo - o que siginifica que o Palmeiras jogou muito menos do que pôde, dada a diferença técnica entre as duas equipes.
Na segunda etapa, o Santos começou melhor e numa jogada de Neymar, o melhor em campo até então, a equipe abriu o placar. O ponto de inflexão do jogo foi quando Marcos pegou uma bola difícil do mesmo Neymar; o time acordou, soube aproveitar a falha da zaga no gol de empate, produziu um belo lance com Diego Souza para Robert e depois enfiou um contra-ataque mortal e definitivo para fechar a fatura com Vagner Love.
Foi um balde de água gelada na nuca do São Paulo, afinal de contas, a vitória do tricolor contra o Náutico no Recife foi nada menos do que heróica e credenciaria o time do Morumbi a fungar no cangote verde caso o time da Água Branca não vencesse o Santos. Por outro lado, a derrota do Inter em Curitiba assim como a vergonhosa derrota do Goiás em casa, praticamente tiram essas equipes da briga pelo título.
Agora, o Palmeiras joga um peso enorme sobre os seus adversários diretos e creio que tenha colocado uma mão na taça hoje à tarde.
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