segunda-feira, 10 de maio de 2010
A Crise e a Grécia
A Crise Grega não é um mero acaso do destino. Nem fruto de um governo atrasado e corrupto. Trata-se de um reflexo dos erros gravissímos do projeto europeu conjugados com uma problemática particularmente grega, que serviu para agravar o quadro, mas certamente não provocou. Já dissertei aqui sobre a hipótese de como a implementação atabalhoada da moeda única no continente europeu estava destinado a provocar uma crise aguda nos países periféricos, o que, catalisado, pela crise mundial trouxe à baila alguns problemas latentes. A Grécia, apesar de toda sua história, é uma economia pequena, uma crise sua, isolada, não seria motivo para tanto pânico ou tamanha histeria, mobilização das principais economias e coisas do tipo. Ajudas financeiras por ajudar financeiras também não foram muita diferença no médio prazo se os rumos da União Europeia não forem corrigidos. O avanço de um direita pseudo-sofisticada pelo continente, que guarda muito bem no seu discurso bons toques de nacionalismo - e, por tabela, de xenofobia - numa estratégia bastante simples de promover ajustes duros aplelando para um binarismo amigo-inimigo, que uniria a nação, "num momento tão difícil de sacrifícios", enquanto a culpa é jogada na figura do Outro. A despeito de boas gambiarras e jeitinhos, nuvens negras pairam no horizonte europeu.
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