quarta-feira, 12 de maio de 2010
O Time de Dunga
honestamente, não tem muito brilho mesmo, é meio esquisito e não mantem qualquer grande empatia com o público brasileiro porque é constituído por uma série de jogadores que foram jogar na Europa ainda muito jovens. Essa escalação não é mesmo a reunião dos melhores jogadores do Brasil, mas talvez seja a melhor equipe que Dunga tenha conseguido montar - sim, não resta dúvida de que a Seleção de Dunga é um dos nossos times nacionais que mais tranquilamente chegou a uma Copa do Mundo. Fazendo um pequeno resgate histórico, em 94, Parreira tentou fazer a mesma coisa, montar o grupo que funcionasse da melhor forma enquanto conjunto, sem se preocupar necessariamente em estar reunindo os melhores, sofreu para chegar à Copa, mas foi campeão. Zagallo fez um meio-termo em 98, na época em que o campeão tinha vaga assegurada para a outra Copa, passamos quatro anos fazendo amistosos caça-niquéis e fizemos uma Copa medíocre, chegando na raça na Final, que perdemos de uma maneira hedionda. No quadriênio seguinte, Luxemburgo foi ridículo ao fazer convocações experimentais, afundou o time e Leão terminou por piorar a situação com sua postura patética; Felipão fez o que pôde e nos botou na Copa, levando a Taça à base de um futebol "de resultados", ainda que não necessariamente feio. Parreira volta, tenta de alguma maneira convocar os melhores e torna-los parte do melhor time, consegue fazer uma boa campanha no quadriênio pré-06, mas a campanha na Copa, com um verdadeiro Dream Team à disposição, foi o fim da picada. Dunga seguiu a fórmula de Parreira no quadriênio pré-94 com mais êxito e chegou à Copa fazendo uma campanha memorável. Digo mais, ele não errou em não levar Neymar ou Ganso, muito pelo contrário, ele apostou naqueles com quem vinha trabalhando e assim manteve a coerência. No meu humilde ponto de vista - e cada ponto de vista é visto de um ponto -, o Brasil entra para disputar o título, muito embora a Copa que virá não pareça que vá empolgar tanto quanto poderia - ou deveria -, sinal dos tempos de um mundo globalizado no qual seleções nacionais fazem cada vez menos sentido.
Cruzes.
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