quinta-feira, 23 de junho de 2011

Santos Campeão das Américas

Neymar abraça Muricy -- daqui
Ontem o Santos venceu o Peñarol por 2x1 e venceu pela terceira vez a Copa Libertadores. É a primeira vez, desde a era Pelé, que o Santos venceu o maior torneio sul-americano. A geração de Robinho não conseguiu, parou no Boca Juniors multicampeão em 2003, embora ontem dois de seus representantes, Elano e Leo, tenham levantado a taça junto com a geração de Neymar e Ganso. Caso vença o Barcelona no fim do ano, o Santos se iguala ao São Paulo como maior vencedor brasileiro de grandes competições internacionais. Essa atual geração, a quarta notável já formada na base da Vila, dominou o cenário nacional no primeiro semestre do ano passado sob o comando de Dorival Júnior, mas confusões sem fim - e a própria queda do comandante por conta de uma delas - fizeram o time entrar em espiral. Muricy Ramalho, que há muito amargava fracassos em torneios eliminatórios, largou este ano o Fluminense com o qual foi campeão brasileiro ano passado e fez a equipe do litoral paulista funcionar; isso foi o suficiente para levar o Paulista deslanchando na fase final e ganhar a Libertadores do mesmo modo. Ontem, o Peñarol foi um adversário duríssimo, assustou bastante no primeiro tempo, mas na segunda etapa algo mudou e o time santista entrou com outro ânimo para definir o jogo em 2x1.  Não acho esse time do Santos melhor do que aquele construído por Leão - e liderado em campo por Robinho e Diego -, que teve pela frente na Libertadores de 2003 um Boca Juniors que ganhava tudo - sim, o Peñarol tem história e é um belíssimo time, mas passa longe de se comparar ao Boca do começo da década passada -; embora esse Santos atual seja melhor que o de 2007, que era treinado por Luxemburgo e parou no Grêmio de Mano Menezes na semi, talvez, pela campanha daquele time na Libertadores, ele merecesse mais o título do que esse time atual nessa edição do torneio sul-americano. Seja como for, esse Santos é campeão incontestável da Libertadores e tem o melhor time do continente mesmo. Não sei se Neymar conseguirá ser melhor do que Robinho, ele vai precisar ter a regularidade que o segundo não teve, mas tem muito a amadurecer; Ganso, ao meu ver, se criar um pouco mais de cabeça tende a ser a grande nome que esse Santos legará ao futebol brasileiro, ocupando de cara uma camisa dez da Seleção que, por ora, está a espera de um dono à altura - e Elano continuará a ser uma peça importantíssima na Seleção pelos próximos anos. Aliás, será um jogão com o Barcelona no final do ano.


2 comentários:

  1. Não entendo nada de futebol, mas assistindo Barcelona x MU, e depois Santos x Peñarol, concluí que não há termo de comparação entre Barcelona e Santos. Neymar & Cia vão ter que comer muito angú para chegar aos pés de Messi e seus companheiros do Barcelona, e digo isso mesmo na hipótese improvável do Santos derrotar o Barcelona na final, quer dizer se jogar 10 vezes ganha 2. Como disse, não entendo nada de futebol, mas, se vc que entende, fala bem daquela merda de time que é o Peñarol, eu não sei mais o que dizer. ;)

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  2. Marola,

    Historicamente, o futebol sul-americano sempre revelou mais jogadores do que o europeu, que sempre compensou isso com mais organização - e até os anos 80 havia um equilíbrio entre os grandes clubes dos dois continentes, mas aí os europeus começaram a fazer muito dinheiro com suas ligas e esse equilíbrio foi-se porque os europeus passaram a contratar massivamente não apenas os craques sul-americanos como também os bons jogadores.

    Por exemplo, olhando para os anos 60, 70 e 80, não só o Santos de Pelé, mas as demais equipes grandes do Brasil como Palmeiras, Botafogo, Vasco e Flamengo conseguiam enfrentar de igual para igual os grandes da Europa. Hoje isso é impensável: o São Paulo venceu o Liverpool em 2005 porque Rogério Ceni fechou o gol de um jeito incrível até mesmo para ele e matou o jogo num contra-ataque; em 10 jogos aquilo aconteceria uma única vez mesmo - e o que dizer do Inter de 2006 que, jogando na retranca contra o poderoso Barcelona, venceu com um gol esdrúxulo de Adriano Gabiru?

    O Santos atual, é claro, trata-se de uma boa equipe de futebol, mas está longe do Barcelona em termos gerais, sobretudo no que toca à sua defesa - embora possa sim vencê-lo, muito mais do que o São Paulo podia vencer o Liverpool em 2005 e o Inter podia vencer o Barcelona em 2006. O Peñarol, por sua vez, joga feio, mas está longe de ser uma má equipe, ele é bastante competitivo, bastante pegador - mas como eu ressaltei, não é lá nenhum esquadrão como o Boca foi recentemente.

    abraços

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