Há alguns dias, Michel Platini, ex-craque francês, carrasco brasileiro na Copa de 86 e atual presidente da UEFA, órgão que dirige o futebol europeu, fez uma proposta interessante: Paralisar por dez minutos as partidas em que alguma torcida proferir ofensas racistas de alguma natureza e só retoma-la quando a normalidade voltar ao estádio. A idealização dessa medida se dá em um momento em que a intolerância é cada vez mais presente no futebol europeu.
Curiosamente, o futebol europeu é uma verdadeira Babel; atuam nele jogadores latino-americanos, norte-americanos, africanos, asiáticos bem como os próprios europeus hoje, com o advento da União Europeia, atuam muitas vezes em algum outro país da comunidade continental que não o seu de origem. Como se não bastasse, toda uma geração de filhos de imigrantes já começa a despontar no futebol europeu enquanto nacionais; boa parte da Seleção Francesa é composta por negros, nascidos na África e criados na França ou mesmo já nascidos no país.
O que teria então a ver futebol europeu e racismo? Nada. O futebol, seja na Europa ou em qualquer outra parte do mundo, conserva um incontido caráter cosmopolita integrando negros, brancos e asiáticos. O fenômeno que se vê na Europa não é, de maneira alguma, futebolístico, mas sim social e político. Ele contamina os mais variados setores da população e, por óbvio, se adentra no meio futebolístico, esse inequívoco fenômeno de massas. Do mesmo modo em que a violência urbana se reflete no nosso futebol por meio da inflitração de gangues nas torcidas, o mesmo se dá na Europa com seus racistas.
Como esse blog já dissertou longamente há pouco tempo, a situação da Europa não é boa. O continente está estagnado economicamente, será um dos mais afetados pela Crise e o somatório disso com o esgotamento das forças políticas, à direita e à esquerda, gera um terrenos fértil para a intolerância e para a xenofobia. De Moscou até Lisboa, de Helsinki até Atenas, grupos neonazistas são formados por jovens que se reúnem para massacrar minorias - especialmente imigrantes. Mesmo dentre os setores médios da população, cresce um discurso fácil e demagógico onde imigrantes e minorias de um modo geral são apontadas como os culpadas pela situação do continente.
Nesse contexto, o futebol não pode nem deve se omitir. A UEFA, enquanto instituição máxima do futebol europeu, não pode se eximir de fazer o que puder contra isso. No entanto, não será a sua mui valorosa iniciativa, por si só, que mudará o panorama. Desse modo, que ela seja entendida - e tomada - como um pontapé inicial para poder virar esse jogo e que do conhecimento das limitações de seu poder surjam medidas práticas em parceria com os governos nacionais e com a UE.
nesse contexto vira brincadeira de criança entender o que os jornais brasileiros não quizeram entender com o caso do jogador adriano (veja http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=297)
ResponderExcluirassinado: movimento pelo direito de ser feliz na sua maloca.
mas a sério... é preocupante o avanço do neonazismo não só na europa, como no brasil. se você vai passear pela rua augusta aqui em são paulo, volta e meia depara com a coisa acontecendo ou com alguém que te conta a história. skinheads pegando lésbicas de porrada, uma amiga minha já foi vítima, isso sem falar do assassinato do gay na praça da rpública ha alguns anos.
ResponderExcluirNa usp mesmo isto ocorre toda hora. não consegui achar o site do mov. gay que reúne esta e outras reivindicações por justiça, (também não fui procurar muito, não). Na falta do primeiro, indico este blog homofóbico, para que (caso você seja forte de estômago) você dê uma olhada http://www.deuslovult.org/2008/10/29/os-gays-estragaram-a-festa/
aqui são os gays e lésbicas as vítimas desse neonazismo, pois somos país de "diversidade racial" e é possível encontrar aqui negros e mulatos skinheads (por mais que isto pareça ilógico aos spocks de plantão)
parabéns pelo artigo. vou ler o outro no link. bezos
Flavia,
ResponderExcluirVocê tem razão sobre o crescimento de movimentos análogos no Brasil. Eu foquei no caso europeu porque lá as coisas estão perto de sair do controle mesmo e já contaminaram o futebol a ponto de Platini propor uma coisa dessas.
Mais do que na Augusta, o ABC paulista, região tão importante na luta contra a ditadura, hoje é lar de excrescências como os "carecas do ABC". Houve uma época em que eles estiveram mais ativos, mas que eles ainda existem, existem. Na capital em si os focos desse fenômeno são menos organizados ainda que deixem de acontecer violências contra minorias.
Eu, por exemplo, estou na faculdade agora e me espanto com o grau de homofobia e conservadorismo de muitos estudantes. Vejo isso, pelo menos aqui em São Paulo capital, como fruto de todo uma situação econômica onde nem mesmo universitários tem mais segurança econômica, estão condicionados a disputar uns poucos espaços e não tiveram educação cívica suficiente para superar essa lógica - mesmo o pessoal da gerações anteriores também não teve, mas o sistema, naquele momento, era mais includente por razões óbvias decorrentes do contexto da Guerra Fria.
Há cada vez mais gente jovem - e com um baita potencial - se fechando num casulo neurótico que gera um comportamento que vai desde indiferença cínica até extremos como praticar violência contra minorias - vide os nazistóides à brasileira, que vão bem naquela esquizofrenia do tipo integralista que mistura autoritarismo fascistóide com algumas alegorias nacionalistas bem toscas.
beijos
Hugo e Flávia,
ResponderExcluirTambém percebo um recrudescimento do racismo por aqui. Não apenas contra negros e homossexuais, mas contra os povos indígenas também. Não sei se é apenas impressão minha, mas sinto uma grande indisposição da opinião pública contra a comunidade indígena e sua causa. E isso se reflete nas ruas com bastante força.
Na Europa, a virulência do racismo pode estar ligada à crise econômica também, mas não acho que ela seja a principal causa. Existe um componente de "Identidade ameaçada" importante operando aí. Mesmo que a situação econômica do Velho Mundo melhore no futuro, o racismo deve se manter forte e talvez até aumente se essa melhora econômica se traduzir em mais migrações.
No caso brasileiro eu acho até mais grave porque está crescendo muito na classe média e eu também não relaciono isso apenas as dificuldades econômicas, pelo contrário. Acho que o crescimento econômico, por favorecer a ascensão de grupos sociais que antes estavam marginalizados, mas que agora passam a freqüentar ambientes antes vetados a eles, é um dos fatores principais do aumento do racismo.
O mesmo acontece com relação aos homossexuais. Desde o final dos anos 90, gays e lésbicas começaram a deixar os guetos e passaram a disputar com os héteros os mesmos espaços, começando pelas baladas. Isso sempre existiu, mas agora isso se dá de igual para igual. Muitos héteros se sentem ameaçados, como se seu espaço estivesse sendo invadido, e resistem a isto, as vezes de forma violenta.
Já faz algum tempo, seguindo um link postado no Algodão Hidrófilo, que encontrei um post sobre o medo que os Twitteiros sentem de que o Twitter se torne tão popular quanto o Orkut. Enquanto é exclusividade de poucos, o Twitter confere certo status àqueles que se utilizam dele. A medida que outras pessoas, com interesses diferentes, passam a participar do mesmo serviço, esse status desaparece. Acho que com o racismo brasileiro, que tem um componente social bastante evidente, e com a homofobia, é mais ou menos a mesma coisa.
Bom, é só um palpite.
Eduardo,
ResponderExcluirBem lembrado, a questão dos indígenas ainda é perturbadora. Basta lembrar os argumentos levantados contra a demarcação contínua da Reserva Raposa Serra do Sol.
Acho, no entanto, que na Europa o problema é mais intrínseco; mais do que um momento econômico adverso, o que eu vejo é a estagnação do modelo econômico e político do pós-guerra e um enorme vazio que abre espaço para grupos intolerantes se infiltrarem nos mais variados setores da sociedade. A Crise Mundial, por sua vez, catalisa isso.
Os fenômenos de xenofobia e intolerância ne veem conectados com períodos de decadência econômica, no entanto, em momentos em que ocorre uma prosperidade assimétrica de um grupo humano - isto é, assimétrica no que toca os segmentos em seu interior - ocorrem, digamos, abalos que expressam a transformação de um determinado equilíbrio para outro.
No primeiro caso, exemplificaria a queda do Império Romano do Ocidente, no segundo caso as Revoluções Burguesas. Nesse sentido, eu enquadraria o tipo de intolerância que há hoje no Brasil como fruto do segundo fenômeno e o europeu como fruto do primeiro.
Tendo a concordar que os fenômenos racismo/homofobismo/neonazismo não tem ligações diretas com os movimentos da economia. Basta ver o que acontece nos EU. O encrudescimento irracional contra as etnias se deu em plena bonança econômica (meu irmão estava por lá e dizia que tudo era crédito: você comprava mais se comprasse mais e quanto mais comprava mais crédito tinha... foi o momento da lambança bancária que deu no que deu) e foi um momento super militarista e com direito a presidente racista e tudo... e justo no momento em que o cerco econômico se aperta, você tem uma onda de tolerância(?), amansamento, com direito a presidente negro pluralista e tudo...
ResponderExcluirÉ muito difícil entender estes fenômenos. (assim como é difícil entender os EU, também, mas esse é outro assunto).
Não é simplesmente o racismo, mas também a xenofobia. Aqui no Brasil eu diria que temos um tipo de xenofobia contra nordestinos - o que não seria xenofobia, ao pé da letra, mas observando de outra forma é, pois contém elementos semelhantes. Quando as pessoas aqui em São Paulo falam que os nordestinos vem pra cá por que não tem empregos lá na terra deles, já se está a montar uma imagem simbólica que supõe o "nós" e "eles", o "aqui" e "lá" como coisas distintas que não devem se misturar, quando eles complementam dizendo que eles deviam ser todos mandados de volta ou algo parecido, o cenário tá completo. O fato de não haver um nome pra isso só facilita que as pessoas digam que não é preconceito. Lembro-me daquele grupo infame - os Mamonas Assassinas. Eles eram mmmuuuiiiitttoooo racistas,xenófobos (isso que não tem nome) contra nordestinos e de complemento, muito homófobos também, e todo mundo que eu perguntava achava que não - eu não me conformava.
Agora, acho que tem uma confusão nesse meio de campo: neonazismo sempre é mais identificado com fenômeno de massa e de massa vamos a povo e de povo vamos a pobre então achamos que é coisa ligada à pobreza, portanto, fenômeno econômico. A garota homofóbica que eu te indiquei no link do primeiro comentário, por exemplo, é toda falante de latim, classe média com pretenções de erudita, como tem muitos por ai. Não dá pra crer que ela virou homofóbica só porque o pai dela cortou a mesada, digamos assim. Aliás, tá aqui do meu lado, a edição da revista Caros Amigos de dezembro de 2008, com a reportagem "Futuros Médicos Racistas", por falar nisso. É sobre as edições de O Menisco, dos estudantes de medicina da Unifesp, que esbanja não só racismo, como chauvinismo e homofobia.
O que eu acho (aliás, tudo o que eu disse é achismo meu, mesmo...) é que esses fenômenos não somem e reaparecem. Eles estão sempre ai, mas dependendo do momento, por que outras coisas ou outros grupos estão em destaque e tem mais voz na política, eles ficam fora do foco. Dependendo dos governos e de como levam as políticas públicas, as ações são menos ou mais coagidas. E também, dependendo do momento, caso haja uma crise, que pode ser econômica, mas pode ser outra crise, como quando os aviões atingiram o centro do ego americano (o centro era econômico, mas o ego atingido era militar) esses grupos de ultra-direita podem se beneficiar do momento e abrir as azinhas.
Se é concebível que eles estejam sempre ai (de azinhas de fora ou com azinhas cortadas, esperando crescer as peninhas), então nada do que eu disse pode servir para entender esses fenômenos. As crises em si servem para catapultá-los, mas não para compreendê-los.
Flavia,
ResponderExcluirSim, de fato, são fenômenos muito complexos, mas quando eu me refiro à "decadência econômica", faço referência a algo que transcende um mero período de recessão ou incerteza tênue, mas sim, digamos, um temor de estagnação concreto ou um real colapso do sistema produtivo.
Vejamos, não acho a situação americana mais grave do que a situação europeia; nos EUA, vimos até bem pouco tempo um período de prosperidade e relativo sossego que só foi ameaçado mesmo nos últimos anos pela condução desastrosa da administração Bush. Há ainda o complicativo político de que os republicanos arcaram com o ônus disso daí. Creio que passa pela cabeça dos americanos que o país deles está mal, mas não que o modo de vida local está desabando - o que, em parte, é verdade, tecnicamente é fácil recuperar os EUA, o impeditivo mesmo são alguns grupos de influência específicos e poderosos.
Na Europa, as coisas são piores porque há uma estagnação do modelo e uma ideia de que o modo de vida de seus países está irremediavelmente ameaçado. As coisas já iam mal quando o mundo estava medianamente bem, quando ele entrou em crise, as coisas se agravaram feio.
Nesse sentido, lembro o exemplo russo, mesmo nos anos 70 e 80 quando a URSS já estava mal não havia grupos neonazistas ou perseguição a imigrantes apesar da perene tensão étnica prosseguir como, infelizmente, era padrão naquele lugar. Depois do colapso soviético e a crise terrível dos anos 90, hoje já se vê grupos racistóides que, baseados numa ideia de superioridade eslava, atacam violenta e sistematicamente uzbequues, casaques e outros imigrantes.
Sobre educação, eu, particulmente, faço uma distinção entre a educação técnica e a educação cívica. Não resta dúvida de que a classe média brasileira tem uma boa educação técnica, na verdade, as coisas não andam porque ela não tem educação cívica - enquanto os pobres não tem um nem outro por omissão do Estado. Ensinar inglês, alemão e piano para uma criança é importante, mas se isso não vier acompanhado de lições de cidadania, de respeito ao próximo e ao meio-ambiente, estaremos, no máximo, apenas formando monstros poliglotas.
Por outro lado, há a questão da existência de grupos radicais latentes dentro da sociedade ou não. Nem sempre. É outro belo debate. Penso que é possível que existam pequenos grupos, isolados e radicais mesmo em um momento de relativa prosperidade econômica e tolerância política, mas a capacidade deles interferirem na sociedade é nula, o tempo dessa bonança pode dissolvê-los perpetuamente e a força deles só surge em algum momento de Histórico chave onde o status quo é rompido e, por tabela, eles se organizam e arregimentam pessoas até então indiferentes que pelo motivo do desequlíbrio referido aderiram a visão deles. Isso, claro, será possível enquanto os agrupamentos humanos não valorizarem mais a técnica do que o pensamento, mas aí são outros quinhentos.
beijos.
Hugo e Flávia,
ResponderExcluirMe veio à memória a época em que Luiza Erundina foi prefeita de S. Paulo. Eu era adolescente, mas já trabalhava e me lembro bem que sua origem nordestina era sempre invocada por aqueles que queriam desqualificá-la. Na mesma época ocorreram vários ataques neonazistas contra nordestinos na Capital. Dois dos que tiveram maior destaque na mídia foram contra um espaço cultural nordestino, que eu não me lembro o nome agora e contra uma rádio, também com programação voltada para o público nordestino. Ambos ficaram totalmente destruídos. Posso estar totalmentente enganado, mas acho que foi a primeira vez que a sociedade ouviu falar em grupos de ódio, ou em neonazistas, atuando no Brasil contra brasileiros.
O fenômeno do neonazismo parece que começou pra valer nos anos 80, primeiro na Europa e se espalhou para outros países, inclusive aqui. Não diria que a origem da prefeita tenha sido determinante para o crescimento desses grupos em São Paulo, mas eu arriscaria dizer que contribuiu para uní-los e reforçar sua ideologia. Se é que dá pra chamar "isso" de ideologia.
Hugo,
Concordo com você sobre a diferença entre uma educação técnica e outra cívica, cidadã e a prevalência da primeira no ensino brasileiro e a importância da segunda. Talvez o vestibular tenha um pouco de culpa nisso. Talvez a própria idéia de educação _ pra que ela serve _ tenha a ver com isso.
Acho que o papel da escola é muito importante, mas a intolerância e o preconceito estão na sociedade, dentro e fora da escola. Acabar com isso demanda um trabalho gigantesco que só daria certo se for um desejo de toda a sociedade. Não sei se a escola, mesmo dentro de um modelo perfeito, daria conta sozinha.
Como você sabe, sou professor da rede estadual de ensino e uma das disciplinas que leciono é Ensino Religioso, um equívoco da Constituição de 1988. Bem, na minha opinião essa disciplina não deveria existir, mas já que existe e eu preciso trabalhar, aceitei as aulas. Nas minhas aulas a religião serve de pretexto para ensinar História e o respeito as diferenças. Nem bem começou o ano e eu já fui orientado a não mencionar as religiões afro-brasileiras nas minhas aulas para não criar problemas com a comunidade. Eu pretendo trabalhar sim, ainda não sei como, mas já vi que não vai ser fácil.
Eduardo,
ResponderExcluir1.Creio que casos isolados de violência e extremismo são comuns e perfeitamente possíveis e, pessoalmente, vejo a violência contra os nordestinos em São Paulo desse jeito - pelo menos de acordo com minha experiência de pernambucano, filho de pais pernambucanos e criado em São Paulo.
Preconceito há, mas ele me parece decrescente pelo fato de ter havido uma certa acomodação da colônia nordestina à comunidade paulista sim - vejo a discriminação que havia contra nordestinos como fruto do segundo caso que eu descrevi para você como gerador de intolerância: O rearanjo da correlação de forças dentro de um determinado grupo, aqui o conflito entre os nordestinos com os paulistas pobres e a sua suposta destinação a se submeter aos paulistas.
Esse fenômeno tende a gerar um desconexão num primeiro momento, mas depois se dissolve, diferentemente do fenômeno de intolerância clássico que está associado a um desequilíbrio intrinseco do grupo.
Na verdade, grupos de inspiração nazi-fascista remontam aos anos 30 no Brasil, afinal, o movimento integralista não era outra coisa senão a expressão disso - ainda que com suas peculiaridades.
2.Sobre a Educação, o vestibular não tem um pouco a ver com isso, na verdade, ele tem muito a ver. Hoje você pega algumas dessas provas vestibulares e se depara com uma verdadeira aberração tecnicista.
Isso serve para atrapalhar até mesmo o projeto das poucas escolas privadas que ainda se preocupam em ir para além da técnica na educação de seus alunos. Não creio que isso seja à toa nem tenha um impacto pequeno.
Sobre a importância da escola e a capacidade de transformação dela, o amigo sabe que eu concordo em genêro, número e grau: A escola, por si só, não é capaz educar as crianças e os adolescentes sozinha. Eis aí, que as coisas se complicam.
O Professor sem apoio nem mesmo do Estado tem uma tarefa sobre-humana, muitas vezes fadada ao fracasso.
Aliás, muito bacana ter dividido conosco sua experiência como professor de ensino religioso; concordo novamente: é um erro misturar religião com a escola, afinal ela já tem o seu espaço próprio e com certeza não é na rede pública de ensino - a questão da laicidade me é muito cara, pelo bem da própria da religião não é bom mistura-la com outras coisas.
Ademais, se o amigo aceita um conselho, não deixe de abordar a questão das religiões afro-brasileiras, faça com sutileza, mas não deixe de fazê-lo.
abraços