(Foto retirada daqui)
A maior notícia da semana passada no mundo futebolístico foi a demissão de Muricy Ramalho do São Paulo. O que chamou a atenção aí, mais até do que os (muito) títulos que ele ganhou pelo e para o Tricolor, foi o longo período que ele passou como técnico do time e a sua identificação com o clube. Tudo bem, 2009 tem sido um ano bom para o São Paulo? Não. A eliminação para o Cruzeiro foi um desastre? Sim. No entanto, a culpa disso tudo só é de Muricy? Acho que não, além, claro, de ser praticamente impossível trazer alguém que conheça tão bem o clube e ao mesmo tempo tenha tanta capacidade. Já adianto de antemão que Ricardo Gomes dificilmente será esse nome, aliás, é um nome bem estranho.
Muricy chegou no São Paulo em 2006. O time ainda vivia a ressaca do título mundial sobre o Liverpool, enquanto ele vinha de uma boa passagem pelo Internacional - talvez com um pouco de dor de cabeça pelo vice campeonato controverso no Brasileirão até hoje entalado na garganta dos torcedores colorados. No Paulistão 06, um início titubeante, uma recuperação tardia e um vice frente ao Santos de Vandeco Luxemba. Na Libertadores daquele ano, uma campanha boa, mas uma derrota para o Inter de Abelão, talvez numa das piores atuações de Muricy enquanto técnico do São Paulo no primeiro jogo da decisão no Morumbi. No Brasileirão daquele ano, a redenção: Título com inacreditável aproveitamento de 68,5%.
Em 2007, o time novamente decepciona no Paulistão, eliminação na semi contra o São Caetano por goleada e eliminação para o humilde Grêmio de Mano Menezes e Diego Souza ainda nas oitavas da Libertadores. Novamente a redenção no Brasileirão: Títulocom 67,5% de aproveitamento.
No ano seguinte, contando com Adriano e com alguns bad boys que a diretoria ousou contratar, o São Paulo fez um belo Paulistão, mas foi derrotado na semi pelo melhor Palmeiras da década. Na Libertadores, nova eliminação para um brasileiro: O Fluminense de Renato Gaúcho, em duas partidas alucinantes elimina o Tricolor nas quartas. Com Carlos Alberto já desfenestrado e Adriano de volta à Itália, Muricy juntou os cacos e levou o time ao terceiro título seguido do nacional, o que o tornou o maior vencedor do torneio em todos os tempos: Início irregular, recuperação maravilhosa no Segundo Turno e título com 66% de aproveitamento, mas assegurado apenas na última rodada.
Este ano, o time começou mal no Paulistão, se recuperou ainda na Primeira Fase, quase arrancou a primeira colocação do Palmeiras, mas terminou em segundo. Na Semi, tomou um vareio de bola para o Corinthians de Mano Menezes e Ronaldo. Na Libertadores, campanha anêmica, classificação para as quartas de forma direta por conta da eliminação da saída do Chivas do torneio por conta da gripe suína que assolava o México, jogo contra o Cruzeiro nas quartas: Derrota apertada em Minas por 2x1 e possibilidade plena de reverter o resultado no Morumbi; no Brasileirão, vitória animadora contra os mineiros por 3x0, o que apontava para uma repetição disso na Libertadores: Ledo engano, o time jogou uma de suas piores partidas no ano e foi eliminado com uma derrota por 2x0. Muricy é demitido.
Será que se continuasse, o ex-técnico são paulino se redimiria com um quarto campeonato brasileiro consecutivo? Nunca saberemos, mas eu penso que o São Paulo brigaria sim pelo título. Honestamente, eu acho que sempre faltou a Muricy aquela gana para vencer mata-mata, mas sempre lhe sobrou a paciência e a capacidade para vencer um torneio de pontos corridos. É a síndrome do grande maratonista que, no entanto, jamais conseguiria ser um fundista razoável. É um mal que, num grau menor, também sofre Luxemburgo que de copas mesmo, só venceu uma América em 99 pela Seleção e uma do Brasil pelo iluminado Cruzeiro de 2003.
Isso provavelmente foi a causa de sua queda. No entanto, é bom não esquecer que a solução que o São Paulo encontrou pode até dar certo, mas eu acho bem difícil. Não consigo imaginar Gomes batendo no ombro de Muricy, aliás, só consigo vislumbrar uma boa campanha do São Paulo nesse Brasileirão caso o problema que tenha resultado em sua saída tenha sido de fundo essencialmente pessoal com o elenco. Claro, não é bem por aí: Ano passado, mesmo sem os alas ideais e com muitas deficiências, Muricy levou o time ao título, talvez por conhecer bem os atalhos dos pontos corridos, o elenco que tinha na mão e o clube para o qual trabalhava. Com Gomes não há nada disso, mesmo que o relacionamento, eventualmente, melhore.
Juvenal Juvêncio tem um estilo muito soberbo e chamativo e isso pode atrapalhar o São Paulo. O saudoso Marcelo Portugal Gouvêa fazia mais de forma mais discreta.
A maior notícia da semana passada no mundo futebolístico foi a demissão de Muricy Ramalho do São Paulo. O que chamou a atenção aí, mais até do que os (muito) títulos que ele ganhou pelo e para o Tricolor, foi o longo período que ele passou como técnico do time e a sua identificação com o clube. Tudo bem, 2009 tem sido um ano bom para o São Paulo? Não. A eliminação para o Cruzeiro foi um desastre? Sim. No entanto, a culpa disso tudo só é de Muricy? Acho que não, além, claro, de ser praticamente impossível trazer alguém que conheça tão bem o clube e ao mesmo tempo tenha tanta capacidade. Já adianto de antemão que Ricardo Gomes dificilmente será esse nome, aliás, é um nome bem estranho.
Muricy chegou no São Paulo em 2006. O time ainda vivia a ressaca do título mundial sobre o Liverpool, enquanto ele vinha de uma boa passagem pelo Internacional - talvez com um pouco de dor de cabeça pelo vice campeonato controverso no Brasileirão até hoje entalado na garganta dos torcedores colorados. No Paulistão 06, um início titubeante, uma recuperação tardia e um vice frente ao Santos de Vandeco Luxemba. Na Libertadores daquele ano, uma campanha boa, mas uma derrota para o Inter de Abelão, talvez numa das piores atuações de Muricy enquanto técnico do São Paulo no primeiro jogo da decisão no Morumbi. No Brasileirão daquele ano, a redenção: Título com inacreditável aproveitamento de 68,5%.
Em 2007, o time novamente decepciona no Paulistão, eliminação na semi contra o São Caetano por goleada e eliminação para o humilde Grêmio de Mano Menezes e Diego Souza ainda nas oitavas da Libertadores. Novamente a redenção no Brasileirão: Títulocom 67,5% de aproveitamento.
No ano seguinte, contando com Adriano e com alguns bad boys que a diretoria ousou contratar, o São Paulo fez um belo Paulistão, mas foi derrotado na semi pelo melhor Palmeiras da década. Na Libertadores, nova eliminação para um brasileiro: O Fluminense de Renato Gaúcho, em duas partidas alucinantes elimina o Tricolor nas quartas. Com Carlos Alberto já desfenestrado e Adriano de volta à Itália, Muricy juntou os cacos e levou o time ao terceiro título seguido do nacional, o que o tornou o maior vencedor do torneio em todos os tempos: Início irregular, recuperação maravilhosa no Segundo Turno e título com 66% de aproveitamento, mas assegurado apenas na última rodada.
Este ano, o time começou mal no Paulistão, se recuperou ainda na Primeira Fase, quase arrancou a primeira colocação do Palmeiras, mas terminou em segundo. Na Semi, tomou um vareio de bola para o Corinthians de Mano Menezes e Ronaldo. Na Libertadores, campanha anêmica, classificação para as quartas de forma direta por conta da eliminação da saída do Chivas do torneio por conta da gripe suína que assolava o México, jogo contra o Cruzeiro nas quartas: Derrota apertada em Minas por 2x1 e possibilidade plena de reverter o resultado no Morumbi; no Brasileirão, vitória animadora contra os mineiros por 3x0, o que apontava para uma repetição disso na Libertadores: Ledo engano, o time jogou uma de suas piores partidas no ano e foi eliminado com uma derrota por 2x0. Muricy é demitido.
Será que se continuasse, o ex-técnico são paulino se redimiria com um quarto campeonato brasileiro consecutivo? Nunca saberemos, mas eu penso que o São Paulo brigaria sim pelo título. Honestamente, eu acho que sempre faltou a Muricy aquela gana para vencer mata-mata, mas sempre lhe sobrou a paciência e a capacidade para vencer um torneio de pontos corridos. É a síndrome do grande maratonista que, no entanto, jamais conseguiria ser um fundista razoável. É um mal que, num grau menor, também sofre Luxemburgo que de copas mesmo, só venceu uma América em 99 pela Seleção e uma do Brasil pelo iluminado Cruzeiro de 2003.
Isso provavelmente foi a causa de sua queda. No entanto, é bom não esquecer que a solução que o São Paulo encontrou pode até dar certo, mas eu acho bem difícil. Não consigo imaginar Gomes batendo no ombro de Muricy, aliás, só consigo vislumbrar uma boa campanha do São Paulo nesse Brasileirão caso o problema que tenha resultado em sua saída tenha sido de fundo essencialmente pessoal com o elenco. Claro, não é bem por aí: Ano passado, mesmo sem os alas ideais e com muitas deficiências, Muricy levou o time ao título, talvez por conhecer bem os atalhos dos pontos corridos, o elenco que tinha na mão e o clube para o qual trabalhava. Com Gomes não há nada disso, mesmo que o relacionamento, eventualmente, melhore.
Juvenal Juvêncio tem um estilo muito soberbo e chamativo e isso pode atrapalhar o São Paulo. O saudoso Marcelo Portugal Gouvêa fazia mais de forma mais discreta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário