quinta-feira, 16 de julho de 2009
Futebol: Noite de Libertadores?
O Cruzeiro perdeu a final da Libertadores. Mas quem se importa, nem passou na TV aberta, não é mesmo? Absurdo dos absurdos. O que se viu foi a pancada que o Fluminense tomou do Inter em Porto Alegre e a vitória de um Palmeiras unido para efetivar Jorginho contra um disfuncional Flamengo no Maracanã. O Inter quase deixa a sua vitória escapar, mas fez valer o favoritismo e a superioridade. O Palmeiras fez um belo primeiro tempo e matou merecidamente o jogo ali. O Cruzeiro, bem o, Cruzeiro jogava a final de qual torneio mesmo mesmo? Enfim, não há mais futebol brasileiro, mas sim futebol de Rio-São Paulo.
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Hugo, desta vez, ninguém pode atribuir a não transmissão da final da Libertadores a uma 'ditadura corintiana'... Afinal, o Corinthians jogou contra o Sport na quinta-feira, enquanto a final entre Cruzeiro X Estudiantes foi na quarta-feira.
ResponderExcluirEntão, será que teríamos, também, uma 'ditadura flamenguista' ou uma 'ditadura palmeirense' na hora em que a Globo escolhe os jogos que transmitirá no meio da semana?
Claro que não.
A Globo apenas transmite os jogos que dão mais audiência. Quem tem mais torcida? Flamengo e Palmeiras, juntos, ou o Cruzeiro, sozinho?
Tempos atrás li um texto em que se dizia que o Cruzeiro e o Atlético-MG somente tem a maioria da torcida na Grande BH. Quando se sai da região metropolitana de BH, a maioria dos mineiros torce para times do RJ e de SP.
Quanto ao Inter (que está muito perto de perder Nilmar para algum clube europeu), ganhou de um time, o Fluminense, que terá que lutar muito para não ser rebaixado, devido à baixa qualidade técnica da maioria dos seus jogadores. Conca é bom jogador, mas 'uma andorinha sozinha não faz verão' e Fred está mais preocupado em brigar e xingar os árbitros e os adversários. Luiz Alberto também é um zagueiro relativamente bom. Mas, os demais jogadores são muito fracos, mesmo. Não foi à toa que o Parreira se mandou... De bobo, o técnico Campeão Mundial de 1994 não tem nada.
Já o elenco do Palmeiras está honrando a camisa do clube. Vontade e determinação para esse time não faltam. Se continuar assim (e não ficar desfalcado durante a 'janela européia') o Verdão irá brigar pelo título.
Mas, se se confirmarem os boatos de que Pierre e Diego Souza serão negociados, aí será muito difícil manter o mesmo nível. E daí o Palmeiras terá que torcer para que outros clubes também se enfraqueçam devido à famigerada 'janela européia'.
E o Futebol brasileiro sempre foi concentrado no eixo Rio-SP. Aliás, o primeiro torneio interestadual de clubes do país foi, justamente, o Rio-SP, criado em 1950 e que foi disputado, anualmente, até 1966. Em 1967 o Rio-SP passou a incorporar clubes de outros estados e passou a se chamar Torneio Roberto Gomes Pedrosa, ou 'Robertão'. E em 1971 ele se transformou no Campeonato Brasileiro.
Com os crescentes gastos para se manter clubes de futebol profissional creio que, cada vez mais, teremos um menor número de clubes, com grandes torcidas, dominando totalmente o cenário do futebol nacional. E o fato de que, hoje, os jogos dos grandes clubes serem transmitidos, por rádio e principalmente TV, para o país inteiro, reforçam ainda mais essa tendência.
O fato concreto, Hugo, é que clube que não tiver uma grande torcida, irá desaparecer ou se tornar muito menor do que é hoje.
Somente clubes com torcidas numerosas atraem audiência para a TV, patrocínios milionários e tem dinheiro para contratar os melhores jogadores e, assim, conquistar títulos.
Abraço
Marcos,
ResponderExcluirBem, mas eu não disse que há uma ditadura do Corinthians, mas sim um lobby do G-5 da última vez que tratamos disso. Daí, eu pergunto, o que é mais importante, a final da Libertadores ou a 11ª rodada do Brasileirão? Acho que se for para transmitir a rodada de um campeonato menos importante em detrimento de uma suposta hierarquia de torcidas, toda essa história de estar disputando uma vaga na Libertadores cai por terra, perde totalmente o sentido, afinal se o Palmeiras estiver jogando o torneio quadrangular de Perdizes, Barra Funda e Adjacências ao mesmo tempo nem a final do torneio será transmitido.
Vamos ao ponto central: O fato concreto, Hugo, é que clube que não tiver uma grande torcida, irá desaparecer ou se tornar muito menor do que é hoje. Ora essa, mas o Cruzeiro é por algum acaso uma equipe pequena ou média? Claro que não. Se por clubismo ou bairrismo cegarmos diante disso, a mesma lógica poderá ser utilizada para acabar com o próprio futebol clubístico do Brasil.
Hugo, não foi você que usou a expressão 'ditadura corintiana', mas a mesma foi utlizada por outros jornalistas para se referir à decisão da Globo de transmitir Corinthians X Fluminense em vez de Estudiantes X Cruzeiro.
ResponderExcluirCreio que há, no Brasil, uma supervalorização da Libertadores. Parece que, comparado com a mesma, nenhum torneio mais é importante. E isso não é verdade.
E a torcida do Cruzeiro, quando comparada com a do Corinthians e Fluminense, ou a do Flamengo e Palmeiras (que foram os jogos transmitidos pela Globo nos dias da decisão da Libertadores) é pequena, sim.
Como eu disse, Cruzeiro e Atlético-MG somente são maioria entre os mineiros na região metropolitana de BH.
A Globo vive do dinheiro dos anunciantes. E estes somente aparecerão caso aquilo que ela exibe dê audiência.
E Corinthians X Fluminense e Flamengo X Palmeiras dão muito mais audiência do que Cruzeiro X Estudiantes.
Futebol, atualmente, gira em torno de dinheiro. E terá dinheiro quem tiver torcida. Na Europa, é a mesma coisa. Tudo gira em torno dos grandes clubes (Barcelona, Real Madrid, Manchester United, Milan, etc), que tem as maiores torcidas e que sempre conquistam os principais títulos.
Ou será que alguém liga a TV para assistir Genoa X West Ham?
Marcos,
ResponderExcluirNão há supervalorização no Brasil de uma Libertadores, ela é o maior torneio futebolítico de clubes do continente e ponto final e, obviamente, nenhum torneio nacional é mais importante do que ela. Mesmo relativamente aos time do G-5, a torcida cruzeirense não é pequena não e também não dá pra traçar exemplos com os campeonatos nacionais da Europa, afinal, os único paises naquele continente que conseguem ter mais do que o dobro da população paulista são a Alemanha e a Rússia, fora isso mas ninguém; os nacionais de lá são como os nossos estaduais aqui: Tem duas ou, no máximo, quatro equipes grandes por conta das dimensões do país. Ademais, usar de uma concessão pública para pasteurizar o futebol nacional, desculpe, mas é uma imoralidade.
Creio que a Libertadores é supervalorizada, sim. Parece que nenhum outro torneio importa mais. E penso que não seja assim.
ResponderExcluirSe fosse, então o Palmeiras deveria ter se enfraquecido muito mais, pois tirando o Paulista de 2008, o que mais o Palmeiras venceu nos últimos anos? O último título nacional do Palmeiras foi a Copa do Brasil de 1998. O último Brasileiro foi conquistado em 1994. A Libertadores foi ganha em 1997. E o último Paulistão foi o de 2008. Fora isso, mais nada.
E a torcida do Cruzeiro é pequena, sim, quando você soma Corinthians e Fluminense, Flamengo e Palmeiras.
Eu li que a audiência da 2a. partida da final da Copa do Brasil deste ano, Inter X Corinthians, foi a maior audiência da Globo desde o final de 2007, tendo alcançado 41 pontos no Ibope (isso não inclui a audiência da Band e dos canais pagos, ESPN Brasil e Sportv, que também transmitiram ao jogo).
O fato é que quando comparado a um Flamengo ou Corinthians, em termos de torcida e audiência na TV, o Cruzeiro é, no máximo, um time médio. E olhe lá...
E quando falei da Europa, me referia à Liga dos Campeões e não aos torneios nacionais. Este torneio somente teve continuidade porque a UEFA cedeu aos interesses dos grandes clubes (Milan, Manchester United, Barcelona, etc) senão eles teriam criado seu próprio campeonato, do qual apenas eles participariam. Eles criaram até uma organização para defender os seus interesses, algo como o 'Clube dos 13' europeu.
E a Globo domina as transmissões de futebol no Brasil porque ela paga por isso. Inclusive, ela paga até com antecedência. Há vários casos de clubes que receberam o dinheiro da Globo, pelos direitos de transmissão, dos próximos anos.
Hugo, olha o resultado da mais recente pesquisa Datafolha a respeito das maiores torcidas do Brasil, divulgada em Janeiro de 2008:
ResponderExcluirConfira a lista dos mais queridos do Brasil
CLUBE %
Flamengo 17
Corinthians 12
São Paulo 8
Palmeiras 6
Vasco 6
Grêmio 4
Cruzeiro 3
Internacional 3
Santos 2
Atlético-MG 2
Botafogo 2
Fluminense 1
Bahia 1
Vitória 1
Sport 1
Note que somando Corinthians e Fluminense, temos 13% do total, contra apenas 3% do Cruzeiro. Somando Flamengo e Palmeiras temos 23% do total.
Somente a torcida do Corinthians é 4 vezes maior do que a do Cruzeiro. A do Flamengo é quase 6 vezes maior do que a do Cruzeiro. A torcida do Palmeiras, sozinha, é 2 vezes maior do que a do Cruzeiro.
Tais números explicam porque a Globo preferiu exibir Corinthians X Fluminense e Flamengo X Palmeiras em vez dos 2 jogos decisivos da Libertadores, com o Cruzeiro, time que tem apenas 3% dos torcedores no Brasil inteiro.
Link:
http://globoesporte.globo.com/ESP/Noticia/Futebol/0,,MUL260098-4274,00.html
Marcos,
ResponderExcluirO Palmeiras venceu sua primeira e única Libertadores em 99, não em 97. Ademais, essa ilação entre ter se enfraquecido mais ou menos é uma tremenda bobagem, é óbvio que uma Libertadores fortalece um time, seja pelos lucros imediatos quanto pelos posteriores decorrentes do aumento do status dele.
Acredito que a própria hierarquia entre os torneios já é prova suficientemente... lógica para a justificar a importância da Libertadores.
A Globo, empresa que ocupa concessão pública de televisionamento passa ao largo de ser uma mera agente passiva na transmissão do futebol, seu suposto condicionamento às demandas de audiência e do mercado publicitário vão até a página dois. Isso não é dado, é construído. A Globo construiu boa parte dessas distorções ao longo do tempo, privilegiando, por exemplo, a cobertura dos times do Rio de Janeiro, estado que mesmo sendo menor do que São Paulo, vê seus clubes rivalizando com os do estado bandeirante em termos de torcida por conta da penetração em outros estados via sistema Globo. Postular a passividade dela, é postular a neutralidade dos agentes de mercado, algo que de maneira suficientemente clara se prova falso nos dias atuais.
Eu, pessoalmente, não acredito na viabilidade de uma lógica mercadista para nada, muito menos para o futebol. Para mim, futebol é instituição e tem importância cultural e política para o seu povo, sua empresificação, no máximo, gerará mais pasteurização e sua total descaracterização.
Empresifica-lo implica na sua consequente pasteurização, mas no Brasil onde os canais de televisão são concessões públicas ocupadas por empresas que, a bem da verdade, sobrevivem da publicidade oficial e de empréstimos de bancos estatais, portanto existem os mecanismos materiais suficientes para que haja sustentação do futebol enquanto um elemento cultural e não mero enlatado comercial.
Isso, no entanto, não acontece. Quando a Globo deixa de transmitir uma final de Libertadores usando do argumento que o clube não dará suficiente audiência - e alega isso previamente -, ela não está tomando uma atitude neutra, ao contrário, está ajudando a diminuir esse time na medida em que ela estabelece regras de mercado sobre as regras desportivas e assim cria uma limitação tão violenta onde diz: Você é tão pequeno que nem se chegar a final do maior torneio continental terá a sua final transmitida, não importa o que você faça, você estará condenado ao esquecimento. Isso é o agente de mercado normatizando e determinando quem será o grande, o médio e o pequeno time.
Se ela faz isso, é porque é mais cômodo para o seu esquema comercial sublimar o futebol nacional ao eixo metropolitano Rio-São Paulo. Uma pasteurização que pode reduzir o campeonato nacional a um pentagonal.
O argumento da audiência, diga-se de passagem, é a mesmo que ela se utiliza para não veicular uma programação inteligente. Mas a não construção de uma programação inteligente não é fruto do condicionamento dela é uma suposta falta de cultura nacional, mas do exato oposto: O comprometimento dela enquanto empresa com um projeto de emburrecimento que lhe é favorável política e comercialmente. Tudo isso, reitero, feito dentro de uma concessão pública.
Foi em 1999? Então, piorou ainda mais a situação do Palmeiras. Assim, desde 2000 o Palmeiras não ganha nenhum título nacional ou internacional. Ganhou apenas o Paulistão de 2008 e mais nada, certo?
ResponderExcluirO que estou dizendo é que a vida de um clube não pode se limitar a uma Libertadores. Os demais torneios também têm a sua importância.
E o fato é que o Palmeiras ganhou poucos títulos após a conquista da Libertadores. Um Paulista em 2008 e mais nada. É muito pouco. Então, depois da conquista da Libertadores, em 1999, o Palmeiras encolheu em vez de crescer.
Com relação ao que a Globo transmite, é claro que ela privilegia a audiência, pois é uma emissora comercial aberta. E a concessão dela foi aprovada pelo Congresso Nacional.
E não sei de nenhum empréstimo de banco estatal para a Rede Globo, não. Fala-se que ela chegou até a pedir um empréstimo para o BNDES no início do governo Lula, mas o mesmo jamais foi liberado. Ela teve que se virar vendendo as suas operações, dentro e fora do Brasil, e renegociar as suas dívidas e isso foi feito sem dinheiro de empréstimo algum de banco público.
Os times do RJ e de SP sempre foram os melhores do Brasil e isso não começou agora. Basta ver a escalação das Seleções Brasileiras tricampeãs de 1958, 1962 e 1970 para se perceber que essa hegemonia do eixo Rio-SP, no futebol brasileiro sempre existiu e já foi bem maior do que atualmente.
Veja a escalação Seleção Brasileira campeã mundial de 1958:
Gilmar - Corinthians
Djalma Santos - Portuguesa-SP
Bellini - Vasco
Orlando - Vasco
Nilton Santos - Botafogo
Zito - Santos
Didi - Botafogo
Garrincha - Botafogo
Vavá - Palmeiras
Pelé - Santos
Zagallo - Flamengo
Viu algum jogador de MG ou do RS nesta relação? Não, não é mesmo?
Entre os reservas campeões mundiais de 1958 a situação não era diferente. Em 1962, essa hegemonia do eixo Rio-SP na Copa do Mundo se repetiu. E mesmo em 1970 isso ocorreu. Tivemos Tostão e Piazza, do Cruzeiro, no time titular, mas eram exceções.
Mas, a imensa maioria dos jogadores convocados para a Seleção Tri-Campeã Mundial de 1970 continuavam sendo do eixo Rio-SP.
Assim, tal hegemonia do eixo Rio-SP existiu enquanto os principais jogadores do futebol brasileiro atuavam no país.
cont.
ResponderExcluirSomente depois que começaram a debandar em massa para a Europa e outros mercados (Oriente Médio, por exemplo) é que isso mudou.
A convocação da Seleção Brasileira de 1982, que foi a última grande representante do Futebol-Arte brasileiro, mostrava o claro predomínio do futebol do eixo RJ-SP. Dos 22 convocados, 14 atuavam em times cariocas ou paulistas, 3 jogavam no RS e 3 em MG. Apenas 2 atuavam no exterior (Falcão e Dirceu).
Portanto, é totalmente equivocado da sua parte atribuir tal hegemonia do eixo RJ-SP à Rede Globo. Ela existe desde o início do futebol no Brasil, na verdade.
Os times do RJ sempre foram muito mais populares no Norte/Nordeste do país do que os de outros estados e por um motivo muito simples.
Na Era de Ouro do Futebol carioca (anos 50-60-70 principalmente) os times do RJ faziam inúmeros amistosos, todos os anos, nestas regiões, levavam todos os seus craques (Garrincha, Didi, Nilton Santos, etc) para estes amistosos e, com isso, conquistaram uma torcida imensa no Norte/Nordeste do país.
E isso não tem nada a ver com a Rede Globo.
Aliás, até antes de surgir o Santos de Pelé, os times do RJ sempre foram os melhores do país. Veja que na Copa de 1950, dos 11 titulares do Brasil, 6 jogadores eram do Vasco. E aquela foi uma seleção fantástica que perdeu o título porque entrou no 'já ganhou' e subestimou o Uruguai, que tinha uma seleção forte e competitiva, sim.
E a tal 'lógica mercadista' para o futebol, que você critica, já está mais do que consolidada e estabelecida no futebol mundial.
Antes da Copa do Mundo de 2006, o Campeão Mundial Beckenbauer veio para o Brasil e concedeu algumas entrevistas e quando questionado sobre isso, disse que já funcionava assim na Europa e que tal situação era irreversível.
Goste-se ou não, mas o fato é que o romantismo no Futebol acabou há muito tempo. Não há mais espaço para cartolas amadores e nem incompetentes e nem para times de pouca torcida no futebol de alto nível que se pratica no mundo todo, atualmente.
Aí estão as recentes negociações de Cristiano Ronaldo e de Kaká que não me deixam mentir...
Tudo, hoje, no Futebol gira em torno disso: dinheiro, audiência, patrocínios, marketing. Business, enfim.
O Futebol virou mais um segmento altamente lucrativo da gigantesca indústria mundial do Entretenimento, que também fatura e movimenta horrores, no mundo inteiro. Aliás, pelo que eu saiba, esta é a maior 'indústria' do mundo.
Tempos atrás eu li que o Entretenimento, em todas as suas facetas (música, cinema, esportes, etc), é o principal item da pauta de exportações dos EUA, superando até as indústrias de aviação ou armamentista.
Nesse mundo do Futebol globalizado e bilionário não haverá mais espaço para os Genoas, West Hams, XVs de Jaú ou Juventus da Rua Javari.
Juventus, só se for a de Turim, mesmo.
Antigamente os grandes clubes europeus faziam a sua pré-temporada apenas na Europa. Hoje, eles fazem isso nos EUA, na Ásia, pelo mundo afora, enfim, aonde eles forem pagos, e muito bem pagos, para fazer tal pré-temporada.
Até a pré-temporada dos grandes clubes europeus é objeto de negociação e os clubes a utilizam para engordar um pouco mais os seus cofres.
Li hoje que somente com o marketing em cima do Kaká o Real Madrid irá faturar cerca de 100 milhões de Euros POR ANO. Assim, em APENAS 1 ano, o Real Madrid já irá recuperar todo o INVESTIMENTO feito para contratar Kaká e já terá lucro em cima do mesmo, que foi 'comprado' por 'apenas' 65 milhões de Euros.
Quanto à audiência, o fato concreto é esse: quando a Globo transmite jogos do Corinthians e do Flamengo a audiência é muito maior do que quando ela transmite jogos do São Paulo, do Cruzeiro ou do Fluminense.
E como eu já disse, essa hegemonia do eixo Rio-SP já existia muito antes da Rede Globo sequer existir. Ela não construiu tal hegemonia, portanto.
A Rede Globo é uma rede COMERCIAL que visa o lucro e, para isso, precisa de audiência.
cont.
ResponderExcluirSe futuramente os jogos do Cruzeiro começar a dar mais audiência, de maneira que compense ser transmitidos, eles serão exibidos em número muito maior.
Enquanto isso não acontecer, ela continuará dando preferência para os clubes de maior torcida do Brasil, que são Flamengo e Corinthians.
E como eu disse: ela pagou para transmitir o Brasileiro e muitos clubes já receberam as verbas da Globo, antecipadamente, dos próximos anos.
Então, os clubes brasileiros não têm nem como reclamar desta situação. Eles têm mais é que passar a ser geridos como empresas, de maneira profissional e competente, visando o lucro, mesmo. Não há outra saída.
Futebol virou Business, goste-se ou não disso.
Marcos,
ResponderExcluir1. Eu não disse que a vida de um clube deva ser limitar a Libertadores, mas que sim que ela é mais importante do que qualquer torneio nacional.
2. O fato do Palmeiras ter se apequenado não tem nada a ver com a Libertadores, ele se apequenou por conta de sua diretoria incompetente e amadora que não soube gerir o clube. Se o time tivesse perdido 99 a situação seria melhor? Muito pelo contrário, seria pior.
3. Se a Globo ocupa uma concessão pública, obviamente isso deve ter sido aprovado pelo Congresso Nacional, o que, no entanto, não significa uma procuração em aberto para ela fazer o que bem entende. O modelo de concessões públicas para canais de televisionamento obriga as empresas que ocupam concessão a cumprir deveres para com o país e com seus cidadãos, não é um mero "venha nós". Não disse que o Governo Lula negociou ou deixou de negociar a dívida, mas como você próprio reconhece, que ela tem uma bela dívida e sim, meu caro, corte a publicidade oficial e você vai ter um problema de caixa muito grave - a Globo é privada, mas está num meio que não é e nem prescinde do Estado;
4. Desculpe, mas creditar a elefantíase das torcidas dos cariocas no norte e nordeste por conta de amistosos é de uma ingenuidade atroz. Nem vou mais adiante.
5. Ademais, discordo dessa sua lógica de confundir boa organização com necessária administração empresarial - afinal, essa última se adequa a coisas cuja natureza é empresarial e não pode ser aplicar a torto e a direito como fizeram os tucanos justificando a privataria e gerando em decorrência os mais altos preços de telefonia celular e de Internet do continente. Temos uma estrutura pública de TV's, podemos transmitir jogos de maneira mais racional e dividir as quotas de maneira mais justa, o argumento do não há outra saída é bem sofismático.
6. O Futebol está em vias de mercadificação. Ainda não foi mercadificado no todo. Quando estiver, morre enquanto esporte. Hoje, já é mais ou menos isso, craques que são mais garotos de propaganda do que atletas e muitas vezes tem um desempenho longe do desejado.
Enfim, temos concepções e expectativas bem diferentes sobre Futebol.
"4. Desculpe, mas creditar a elefantíase das torcidas dos cariocas no norte e nordeste por conta de amistosos é de uma ingenuidade atroz. Nem vou mais adiante.".
ResponderExcluirIngênuo é você! Isso é informação, mesmo, que você desconhece, pelo jeito.
Se você duvida disso, então sugiro a leitura do livro 'Estrela Solitária', sobre o Garrincha, e passe a se informar melhor sobre a Era de Ouro do futebol carioca e brasileiro dos anos 1950/70.
E não me precisa me responder mais, pois não fico debatendo com me chama de ingênuo. Sempre te respeitei, mas depois desta ofensa o papo contigo está encerrado e em caráter definitivo.
Favor não me responder mais nada!
Só a título de informação, não te chamei de ingênuo, mas disse que a sua afirmação é - e creio que isso está suficientemente claro na minha fala. Infelizmente, o debate futebolístico brasileiro se vê contaminado pelo bairrismo, pelo clubismo e pela total falta de racionalidade, aqui, eu combato isso, quem esperar uma abordagem convencional procure outro lugar.
ResponderExcluirobrigado pela interação e tenha um bom dia.