sábado, 4 de junho de 2011

O Brasileirão, o Peixe na Final da Libertadores e a Copa do Brasil

O time do ano, até agora

E enquanto começa um dos campeonatos brasileiros mais disputados dos últimos anos, o Santos emplacou sua classificação para a final da Copa Libertadores e Coritiba e Vasco estão decidindo a final da Copa do Brasil - com vitória do time cruzmaltino, por 1x0 em casa, no jogo de ida. O que dizer? Em um primeiro momento, que o time do Santos sobra; mesmo iniciando mal o ano - em grande parte por falta de técnico -, agora que a equipe está jogando minimamente como um time de futebol os resultados estão aparecendo, ainda que sem brilho: méritos de Muricy Ramalho

O Santos passa ao largo de ser uma equipe imbatível, mas ele simplesmente tem o melhor elenco - com algumas jardas de vantagens sobre os demais no Brasil e no Continente - e agora tem alguma organização - talvez padeça o time do litoral do problema dos grandes elencos que o futebol brasileiro montou nos últimos anos, os quais acabam implodindo vítimas do burburinho de uma imprensa esportiva em busca de criar mitos e do assédio inclemente do futebol internacional. Mas o Peixe está aí, venceu o Paulistão depois de uma primeira fase pífia e pode vencer a Libertadores, apesar de ter um adversário duríssimo na final, como esse Peñarol ressuscitado que assinala a melhor boa nova do futebol sul-americano nos últimos, a saber, o renascimento do futebol uruguaio.  

A final da Copa do Brasil, surpreendente para mim, tem um time que corria por fora - o Coritiba, de início de temporada absolutamente animador - e uma zebra - o Vasco, de triste campanha no carioca, que agora se reconstrói. Este ano, o Coxa não só bateu o recorde histórico de vitórias que pertencia ao Palmeiras como também, ironia das ironias, enfiou uma épica goleada de 6x0 no mesmo alviverde paulista na quartas-de-final.  O Coritiba tem mais time, mas tem menos camisa frente ao Vasco e isso já fez a diferença no primeiro jogo da final. Ainda assim, o Coritiba tem belas chances em casa.

O Brasileirão 11 é o torneio que mais se avizinha enigmático. O Santos tem mais time do que qualquer um, é verdade, mas enquanto disputa a Libertadores, está fora, em termos práticos, da disputa do torneio e, uma vez encerrada sua participação no torneio sul-americano, tem um futuro incerto dada a possibilidade clara de saída de vários dos seus atletas. Mesmo completo, num plano de pontos corridos, não sei se o Peixe seria tão favorito assim. Os demais paulistas estão bem para essa disputa, o São Paulo tem um grande e bom elenco (sub-aproveitado porque tem técnico de menos...), o Palmeiras tem um grande treinador e tende a se reforçar ao longo da competição e o Corinthians, embora seja o pior dos quatro grandes, é o mais decisivo deles.

Fora de São Paulo, creio que o Flamengo de Luxemburgo e Ronaldinho Gaúcho tem boas chances - mais do que qualquer outro carioca - junto com o Cruzeiro - um belo time, só que sem poder de decisão como 11 de cada 10 equipes que Cuca treinou na vida. Nem o Galo, nem os times de Porto Alegre - que são bons, diga-se de passagem - me animam muito; fora eles, o Coritiba deve ratificar a boa campanha que tem feito ao longo do ano, os times de Santa Catarina devem fazer de novo um bom papel, enquanto os times do Nordeste, o Atlético-GO e o seu xará paranaense terão problemas para continuar na Série A.

Mas está tudo muito em aberto. Muito mesmo. Se o Brasileirão tal como ele é hoje, reitero pela milésima vez, mais parece um rali pela forma imprevisível como ele se desenrola -  graças aos desmontes e remontagens de elenco durante a disputa do torneio, efeito residual de uma tabela transversal ao calendário global -, este ano o equilíbrio entre os grandes nos reserva mais surpresas ainda. Ainda assim, exercendo um pouco de futurologia, creio que o título fica em São Paulo ou pelo menos o Tricolor e o Verde emplacam entre os primeiros, junto com Flamengo e alguém mais que eu não consigo vislumbrar - que possivelmente seria o Cruzeiro, mas também pode ser um Coritiba não desmontado por completo, um Inter arrumado ou um Santos não tão disperso do Brasileirão.


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