domingo, 17 de julho de 2011

Seleção Avícola Depenada nos Pênaltis (Ou "É Tudo Culpa do Dunga")

Elano isola  (M. Sayão/EFE) assim como fizeram André Santos e Fred
Agora há pouco, o Brasil foi eliminado da Copa América, nos pênaltis, pelo Paraguai. E foi grotesco. A seleção canarinho perdeu os quatro pênaltis que bateu - um, vamos dar o devido desconto, o ótimo goleiro paraguaio Villar pegou. Isso tudo depois de um jogo amarrado, no qual o Brasil dominava, mas finalizava com o desdém, a falta de firmeza e a despreocupação que caracterizam esse time. Neste blog, sempre buscamos escapar da patriotada no que toca à cobertura da Seleção, mas o viés, é claro, sempre foi de apoio - apesar de todos os pesares - ao time nacional. No entanto, dessa vez foi difícil: na campanha de três empates e uma única (e pouco convincente) vitória, o Brasil de Mano Menezes não apenas não conseguiu jogar bem como não atraía a mínima simpatia; é um time pretensioso demais para muito pouco, em grande parte porque seu treinador se dobra aos consensos da imprensa esportiva - sobretudo da Globo - em vez de montar um time competitivo - ao contrário do que fazia Dunga, dono de um aproveitamento espetacular à frente da Seleção, mas que jamais se vergou aos achismos dos pitaqueiros de plantão, o que lhe valeu um verdadeiro apedrejamento midiático - ainda mais quando cortou privilégios da poderosa rede de televisão que monopoliza a cobertura do escrete canarinho. Mano, a melhor revelação no comando técnico do futebol brasileiro nos últimos anos, preferiu fazer o caminho inverso do seu antecessor e deu com os burros na água: depois de um breve período sendo incensado pela mídia, agora assistirá ao desembarque dos seus "apoiadores", uma vez que não deu resultado mesmo fazendo o que eles achavam certo. Essa eliminação, como a de ontem da Argentina frente ao Uruguai, demonstra a decadência do futebol das duas maiores escolas sul-americanas, fato sobre o qual alertamos lá atrás, no  post sobre o começo da Copa América. Não que o futebol uruguaio não viva um renascimento ou o Paraguai, sempre menosprezado pelos seus vizinhos, há tempos não venha fazendo boas campanhas, mas é preciso ponderar que esse fenômeno se trata do encontro de duas curvas: uma, a das duas potências decadentes, a outra, a do crescimento de Uruguai e Paraguai junto à profissionalização das demais seleções. Esses resultados, portanto, foram tão justos quanto Justo é Villar, o melhor jogador em campo hoje.

P.S.: O Chile pode ter um time que joga um futebol alegre - foi o melhor da primeira fase -, mas seria interessantíssimo se a Venezuela levasse a outra partida das quartas (ora em disputa).

7 comentários:

  1. Eu não acho que o jogo chegou a ser ruim, creio até que foi razoável para bom, mas o desempenho da Seleção foi irritante - mais ainda se colocado no contexto da competição. Falta personalidade para o treinador e o time não é decisivo - o único jeito é baixar a bola da turma e passar a trabalhar com a lógica de montar um conjunto funcional e não justapor quem está badalado no momento.

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  2. Pois é Huguinho também não achei o jogo ruim. Acho até que tenha sido a melhor atuação da seleção de Mano na Copa América. Realmente a finalização deixou muito a desejar e soma-se a isso uma pitadinha de azar de uma bola na trave. Concordo com a crítica de que essa seleção foi montada com base nos "pitaqueiros de plantão" e acho que nesse sentido é ponto pro Dunga que teve uma atuação com personalidade e profissionalismo. Apenas acredito que por mais que a Copa América esteja perdida, nem tudo está perdido. Mesmo essa seleção acredito que poderia ser muito mais do que foi; acho mesmo que o Mano não cairá, e nem deixará de ouvir a Sacro Santa Rede Globo (afinal a culpa foi toda do gramado... e do Dunga). Ainda assim acho que por mais que estejamos falando de futebol e não de constelação, esse time de "estrelas" ainda pode dar bons resultados. Para mim também não é o Ideal. Compartinho com vc da preferência do melhor conjunto e não dos melhores destaques. Mas acho que mesmo com a constelação dá pra tirar algum brilhinho ainda...

    Abraço.

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  3. P.s: Gostei muito do título ! hehehehe

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  4. Obrigado, Ivan e eu concordo que o Mano até pode se recuperar - conhecimento ele tem para tanto -, NO ENTANTO, ele vai precisar contrariar saídas fáceis e montar o time com seriedade. Não, o Neymar não é o Messi - que, por sua vez, é só um Ronaldinho Gaúcho mesmo - e nem ele nem o Ganso são algum tipo de craque intocável.

    É preciso colocar alguns carregadores de piano no time e saber administrar a Seleção neste momento tão duro do nosso futebol - em que o êxodo de jogadores para a Europa e o enfraquecimento dos clubes se revela na própria safra -, ainda mais com as pressões e expectativas que sediar a próxima Copa geram.

    Hoje, suas chances no comando técnico da Seleção estão no meio a meio. É preciso ver como ele vai reagir imediatamente a esse retumbante fracasso. Crítica futebolística não é - nem deve ser - futurologia, mas não posso deixar de dizer que a sombra de Muricy é uma realidade.

    Sobre a Seleção, hoje estamos nivelados a um grande caldo de times que estão (um pouco) atrás de Espanha e Alemanha. Como sediaremos a Copa, é provável que, se o clima de preparação não for muito ruim, poderemos chegar ao torneio usando isso para compensar a diferença para os melhores - se é que não vamos suprir isso no campo mesmo, embora esteja difícil.

    abraço

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  5. quanto você quer pra levar um mês sem escrever sobre futebol?

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  6. Lucas: futebol é e sempre foi pauta aqui. Se você continuar insistindo, passo a escrever apenas sobre futebol :-)

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