O Congresso estadunidense aprovou o pacote bilionário anti-crise de Obama. Ele não me pareceu muito criativo, basicamente, é uma tentativa neokeynesiana para reduzir os impactos da crise na economia, em especial, sobre os assalariados. Ele se constitui em incentivos diretos, isenções fiscais e medidas de cunho protecionista.
O que me faz não me animar muito com esse plano, é que elas são medidas laterais, ou seja, elas passam apenas em torno do núcleo dessa crise; É como eu já coloquei aqui, o sistema econômico mundial possui limites e a posição de centralidade que os EUA ocupam nele significa um grande espaço de manobra, mas não um espaço de manobra infinito.
A questão do déficit público é séria, vai trazer problemas graves em alguns anos e sua causa é o gigantesco gasto militar - nem me venham com a história de "keynesianismo de guerra", se inchar gastos militares desse poder para alguém mais do que os envolvidos na indústria bélica, a URSS não teria caído - e o fato do país consumir mais do que produz - que não vai se resolver com simples medidas protecionistas, mas com uma política de avanço tecnológico e uma política macroeconômica mais efetiva.
Pensando a médio prazo, como aumentar os gastos públicos - e os déficits - pode fortalecer a economia dos EUA? É difícil imaginar. Como diminuir os déficits na balança comercial mantendo os atuais padrões de consumo? Só por meio de uma revolução tecnológica que tenha por foco a área energética.
Creio que há tempos aquele poderoso país tenha se tornado refém de seu complexo bélico-industrial, de seu complexo petroquímico, de seu complexo midiático e, especialmente de Wall Street. Sem se livrar deles, o país vai ficar cada vez mais anêmico, derrota-los, no entanto, não é nada fácil do ponto de vista político.
Nenhum comentário:
Postar um comentário