Fotos: Laura Moraes
atualização das 20:20:Como vocês devem ter notado, eu reescrevi o último parágrafo, a versão original não parecia fazer sentido, deve ter sido o sol quente na testa ;-)
Hoje rolou um ato organizado pelas centrais sindicais e por uma série de movimentos sociais, contando ainda com a presença de PSOL e do PSTU. Assinaram a organização ASSEMBLÉIA POPULAR, CEBRAPAZ, CGTB, CMB-FDIM, CMS, CONAM, CONLUTAS, CONLUTE, CTB, CUT, FORÇA SINDICAL, INTERSINDICAL, MARCHA MUNDIAL DE MULHERES, MST, MTL, MTST, NCST, OCLAE, UBES, UBM, UGT, UNE, UNEGRO/COMEN, VIA CAMPESINA.
Basicamente a passeata começou na Paulista, desceu pela Consolação e desaguou no centro. Segundo a Polícia Militar duas mil pessoas participaram da passeata, mas a minha impressão é que o número foi bem maior do que isso.
Quanto ao seu desenrolar, é necessário ressaltar seu caráter altamente heterogêneo, quase fragmentário, dentro do universo dos movimentos sociais e das centrais sindicais e também do próprio universo dos partidos de esquerda.
Sua importância é de ter sido justamente o primeiro ato com mais visibilidade - e porte - no que toca as consequências da crise mundial no Brasil, mas é óbvio que ele difere de países que de fato quebraram como Islândia ou algum dos bálticos.
Cá as coisas rolam de modo não tão confortáveis quanto o governo gostaria - e precisa -, mas passa ao largo de ser tão incômoda como desejam muitos setores à esquerda e à direita do governo - que apostam no bom e velho catastrofismo.
Penso que é hora sim para manifestações e atos públicos, mas há que se manifestar contra as consequências reais dessa crise com sinceridade - como muitos, inclusive eu, ali fizeram - e não bater na velha tecla do quanto pior, melhor.
atualização das 20:20:Como vocês devem ter notado, eu reescrevi o último parágrafo, a versão original não parecia fazer sentido, deve ter sido o sol quente na testa ;-)
atualização de 31/03 às 15:30: Ontem, os portais de internet divulgavam a presença de duas mil pessoas no evento, hoje, na capa da própria Folha, estava estampado o número de dez mil participantes no ato. Em suma, a regra parece ser desmoralizar qualquer manifestação popular; ou é o velho factóide do trânsito ou o número de participantes é diminuído - ou ambos, como ontem. Lamentável.
Hugo,
ResponderExcluirReunir 2 mil pessoas numa passeata não é fácil, ainda mais com essa "heterogeneidade" entre grupos que participaram. A organização está de parabéns!
Ainda não li nada a respeito dessa manifestação e estou tomando conhecimento dela em primeira mão, aqui, mas fiquei curioso: A quem se destina o grito dos manifestantes? Ao governo Lula, aos empresários, às corporações internacionais?
Como você bem citou, há razões de sobra para manifestações contra o desemprego, afinal, ele provoca uma fragilização em cadeia de todas as instituições sociais, sem contar que para quem perdeu o emprego ou esta em vias de perde-lo o sentimento de incerteza é horrível, mas se os motivos das manifestações se resumem a discursos políticos vazios que visam "marcar presença" na cena política para fins eleitorais, será um tiro no pé, pois as críticas contra o governo Lula tendem a ser capitalizadas pelo Centro e pela Direita, muito mais que pela oposição de Esquerda.
Eduardo,
ResponderExcluirO amigo que me perdoe a ironia, mas antes de mim alguns portais já deram como o trânsito de São Paulo esteve lento hoje à tarde. No entanto, eu ainda continuo achando que havia mais de duas mil pessoas por ali.
Sobre a manifestação, basicamente ela tinha por ideia central ser um ato em defesa dos trabalhadores na atual conjuntura e que esses, por óbvio, não devem pagar pela crise mundial - sim, pelo menos isso era consenso ali.
No final das contas ela se destina para os três pontos que ele você elencou, ainda que o protesto de alguns de esquerda foque mais no papel do governo enquanto organizações como a CUT tenham usado para dar uma pressionadinha e marcar bandeira como é óbvio.
Essa heterogeneidade deu um caráter meio caleidoscopical para o ato, na medida em que cada um enxergava defesa do trabalhador nessa situação bem à sua maneira, então haviam desde de discursos governistas até crítica à esquerda ao governo - que precisa aprender que há um meio-termo entre a crítica raivosa e a mansidão diante do governo ao mesmo tempo que os governistas precisam aprender que há um meio-termo entre o alinhamento automático e o não apoio e que esses meio-termos implicam numa posição crítica diante do governo sem esquecer que somos todos de esquerda e que há uma direita por aí.
abraços
É isso aí, quando eles pensam que o povo não tá mais nem aí pra nada, milhares saem às ruas. Acho ótimo, espero que seja o começo de manifestações maiores e com maior coesão e objetividade. Já havia lido, no excelente blog do Miro, que ocorreriam manifestações, mas, com exceção da menção aos gravíssimos problemas de trânsito causado por esses baderneiros que não têm o que fazer, nadica de cobertura nos portais ou nas páginas virtuais dos jornalões - o que, como costuma dizer uma querida amiga quando se refere a algo muito, muito ruim, "é realmente lamentável". Mas, de qualquer modo, parabéns por "furar" a nossa "grande imprensa" (e com fotos pra comprovar, o que é muito importante!)
ResponderExcluirValeu Maurício,
ResponderExcluirAliás,compartilho das mesmas esperanças do amigo. Mesmo que algumas diferenças entre muitos dos grupos participantes tenha dado um ar meio fragmentário para o evento, um dos méritos dele foi justamente unir essa gente - e que seja o ensejo para que os movimentos sociais ganhem mais coesão na sua forma de agir e de se relacionar.
ah e como vou botar na atualização, o número insano de duas mil pessoas que eles alegaram ter comparecido não fazia mesmo o menor sentido, tanto é que hoje, já falam em dez mil.
abraços
Hugão, além de sair hoje na capa da folha que foi 10 mil pessoas, o PSTU fala em 15 mil pessoas.
ResponderExcluirAcredito que deve ser algo entre esses dois números mesmo, me parece que a passeata estava muito grande, foi isso inclusive o que me disseram algumas pessoas que acompanharam a passeata parados e viram ela toda passar.
Foi um ato importantíssimo ao meu ver pelo seu caráter unitário (como você bem disse na postagem). Força Sindical, CUT e Conlutas juntos é, pra dizer o mínimo, MUITO difícil de acontecer.
Essas coisas enchem meu coração de esperança.
Fiquei muito feliz de partilhar mais essa luta com você!
Beijão
Laura,
ResponderExcluirE eu muito orgulhoso de poder ter contado com tão nobre companheira e, sobretudo, exímia fotógrafa - vou tomar vergonha na cara e comprar um celular que tire fotos de verdade ou uma câmera, se bem que é mais divertido ter você tirando fotos prO Descurvo ;-)
Ademais, seja algo entre dez e quinze mil, o fato é que foi vergonhoso terem dito que havia apenas duas mil ali. Ontem, eu cheguei moído e contestei a informação, hoje, veio a confirmação. Triste, triste.
beijão