Só pra constar: A distância espacial que separa esses dois lugares é de apenas cinquenta quilômetros cravados - em desenvolvimento humano, porém, há um abismo entre eles. Que fique claro, inclusive, que a situação de um se relaciona diretamente com a do outro. Bem-vindos ao deserto do Real.
Ontem mesmo fui a Santos, voltando no mesmo dia.
ResponderExcluirNa rodoviária, é proibido fumar nas plataformas, mas é obrigatório respirar a fumaça dos ônibus.
Antes de embarcar, cópias do Estado de S. Paulo 'de grátis' disponíveis na plataforma. De uns trinta passageiros, só dois pegaram - ninguém mais lê jornal impresso no Brasil, quando muito é um Já ou Agora, um desses tablóides que espirram sangue. Enfim, de duas uma (ou ambas): ou há uma cosa nostra entre as rodoviárias (que pertencem a quem mesmo?) e as empresas de jornalismo, ou estão tão desesperados que dão de graça o jornal, já que quase ninguém compra.
Na viagem, vi coisas 'do gênero' dessas fotos, pessoas morando em barracos nas 'ilhas' de grama entre um acesso viário e outro. Só uma olhada pela janela numa curta viagem dessas é melhor que qualquer jornal, mesmo sendo apenas a pontinha do iceberg da realidade observável.
Talvez seja por isso que oferecem jornal de graça antes de embarcar no ônibus.
Luis,
ResponderExcluirDe todos os meus amigos na faculdade, só conheço três que leem jornal impresso diariamente. Uma amiga minha que lê a Folha só continua a receber o dito jornal porque os pais dela insistem em assinar, ainda assim, ela prefere se informar pela blogosfera. Os outros dois, leem o Estadão, um deles, conservador compra por costume o outro socialista-libertário, lê também porque o pai dele assina. A esmagadora maioria do pessoal não tá nem aí.
Esses jornais insistem em vender uma visão de mundo recorrente ao mundinho encantado e enganador que existe da Marginal do Tietê até Moema, da Marginal Pinheiros até o cemitério da Consolação. Um mundinho de uma espécie de velhos burgueses e pequeno-burgueses que não conhecem nem a própria cidade onde vivem, imagine só o Brasil.
E São Paulo, seja na periferia do próprio Município ou no anel de miséria e pobreza na Região Metropolitana é um lugar muito complexo. Um mergulho na periferia paulistana é, sobretudo, uma viagem introspectiva capaz de demolir as verdades convenientes sobre as quais se assenta a ideologia antipovista que mantém o PSDB vivo e consubstancia o Serrismo - e marca a oposição mais desqualificada contra o Governo Lula.
abraços