sábado, 18 de junho de 2011

Melancolia

Othello e Desdemôna -- Berchem.
No fundo o sol se esconde
e ao fundo toca a sinfonia
te encontrarei onde,
fugaz alegria?
responde


Resto cá com minha fiel companhia
aquela que me segue há muito e desde longe:
a velha e impiedosa melancolia
esse é o seu nome
e por sua culpa escrevo esta poesia


Só palavras ao vento
em rimas tão pobres
Mas esse é o meu sincero lamento
espero que não me demore
enquanto vago ao relento


Nos tempos presentes,
terno segue o amor,
mas como nos lembram os ausentes
eterno mesmo só a dor,
não nos percamos olhando para os horizontes


Fugaz alegria,
agora te vejo melhor,
teu nome é melancolia
e nunca negaste o meu clamor:
tu sempre foste a minha guia.

5 comentários:

  1. assumiu que é um romanticão. Tão subversivo quanto Byron. #FAIL

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  2. Lucas, se você não existisse, te inventavam :-)

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  3. e olhe que eu nem sou mineiro...!

    (são os ares da Gamboa de Cima que estão me fazendo personagem póstumo de Jorge Amado - daqueles que conversa com fantasma de Genaro de Carvalho, meu vizinho in memorian).

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  4. A poesia, Hugo, só é verdadeiramente bela quando é metalinguagem.

    Sabia que atrás de todo 'intelectual clandestino' haveria de residir um poeta passional.

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  5. Não basta ser bela para ser boa, precisa ser boa para ser bela e creio que ela não passa de uns versinhos à toa.

    abraço

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