Haddad nas Arcadas - Laura M. |
Ontem, compareci a um evento muito interessante na Faculdade de Direito da USP, a boa e velha Sanfran, organizado pela Fórum de Esquerda, a atual gestão do CA XI de Agosto: uma roda viva com o Ministro de Educação - e possível candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PT - Fernando Haddad.
No histórico pátio das arcadas, Haddad, além de ter se mostrado profundamente solícito, foi claro e preciso nas suas falas ao ser (bem) questionado pelos estudantes sobre temas centrais da sua gestão na Educação.
O debate transitou por questões como Prouni, Reuni, aumento de verbas para a Educação, participação estudantil na política, mercantilização do ensino superior, ensino fundamental, plano de metas entre outras coisas.
Haddad mostrou porque é, dentre os grandes quadros petistas de hoje, o mais bem preparado intelectualmente, demonstrando um misto de precisão técnica com desenvoltura - o que, junto com os grandes resultados que obteve em sua gestão no MEC, o deixa numa posição consideravelmente tranquila em debates públicos.
Sim, o Governo Lula herdou um passivo considerável na Educação - sobretudo no que diz respeito ao ônus da tentativa de inclusão por na Educação Superior por uma via mercantil - e teve de enfrentar o poderoso lobby da educação mercantil junto com uma demanda social e econômica por inclusão qualificada na Universidade Pública.
Há muito ainda por fazer, mas houve uma ampliação sustentada do sistema que não é pouca coisa. Ainda mais se levarmos em conta a complexidade que é desfazer gargalos burocráticos na Universidade Pública e, ao mesmo tempo, forçar as instituições privadas a cumprirem sua função social.
Uma questão que este humilde redator colocou, logo no primeiro bloco de perguntas, foi sobre o Prouni, enfocando a crise pela qual passa hoje a aplicação do programa na PUC: como realizar um programa de inclusão nas universidades privadas, tendo em vista o agravante da mercantilização do ensino e o próprio desrespeito aos direitos dos bolsistas que elas promovem?
Haddad não escapou à pergunta, ressaltou os esforços do Governo na melhora da fiscalização da qualidade das universidades privadas - e no que toca à aplicação do Prouni - e a necessidade de aprimorar o programa em si, citando também sua admiração pela massa que foi incluída na Universidade em sua gestão - e que, afinal de contas, jogou na lata do lixo da História às teses contrárias às cotas sociais e/ou étnicas
E assim seguiu o sereno e erudito Ministro da Educação de Lula, cuja trajetória é um alento para a renovação da esquerda paulistana - e da revitalização da própria cidade, deveras combalida nos dias atuais. Outros desafios, internos e externos, o aguardam, mas ao que tudo indica, as coisas estão caminhando bem.
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