segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

A demissão de Felipão

É um acontecimento que salta aos olhos: Felipão foi demitido do Chelsea. Desde os tempos de Criciúma, ele vinha tendo uma carreira firmemente ascendente, com as exitosas passagens por Grêmio, Palmeiras, Cruzeiro, Brasil e Portugal - essa última sem títulos, mas com resultados impressionantes para aquele país tanto nas Euros de 04 e 08 quanto na Copa de 06.

Encerrado o seu longo trabalho em terras lusas, Felipão migrou para o futebol inglês que já o assediava há tempos, indo, justamente, para um dos clubes com as maiores receitas daquele país, o Chelsea do bilionário russo Roman Abramovich. Na minha visão das coisas, esse foi o grande erro de Felipão; Abramovich, oligarca russo, construiu sua fortuna assim como seus pares: Através de golpes de toda a sorte e natureza e comprou esse clube como se fosse uma criança mimada comprando seu brinquedinho.

O comportamento de criança birrenta próprio de Abramovich se materializou em ingerências e mais ingerências dele no Chelsea - para aqueles que defendem a história do clube-empresa, esse é um belo exemplo de como o céu não é tão perto -, sempre com a cabeça de técnicos rolando ao menor sinal de nuvens negras no horizonte.

Felipão entrou nesse barco e isso, por si só, já foi seu grande erro - talvez seu primeiro grande erro em muitos anos. Não foi um erro muito diferente do de Luxemburgo no Real Madrid, onde o atual técnico palmeirense entrou num projeto que tinha mais a ver com venda de camisas e marketing do que com futebol e se deu mal; Felipão, por sua vez, foi parar num projeto que tinha mais a ver com as vontades e caprichos de um megalomaníaco do que com futebol, entrando pelo ralo também.

Luxemburgo, depois de seu fracasso na Europa voltou para o Brasil, onde teve de tirar leite de pedra no Santos e depois pegou o Palmeiras turbinado financeiramente pela parceira Traffic. Venceu três vezes o Campeonato Paulista desde então, mas não venceu mais o Brasileirão, apesar de ter conseguido classificar seus times para a Libertadores.

Em relação a Felipão, resta saber o que ele fará, mas fica a lição de que nem todo projeto da elite clubística européia é um bom projeto - mesmo que isso envolva muita grana - e que talvez valesse a pena voltar ao Brasil onde é rei - quem sabe pra quebrar o jejum de títulos que já dura seis anos e meio. Sobre o Chelsea, pairam dúvidas sobre o futuro, na medida que a fortuna do senhor Abramovich parece estar encolhendo com a crise econômica mundial.

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