segunda-feira, 27 de junho de 2011

Versos de Inverno

Napoleão no Inverno
Eu crio
e rompo a anestesia
mesmo no frio
faço alguma folia


Bobos são os meus versos
mas ocupam a minha vida
loucuras eu não te peço
só lembre de mim na despedida


Pobre coração,
condenado ao abandono
escuta essa canção
ela trespassa o mais profundo sono


Temores do inferno
façam-se rima
tremores do inverno
não duram à mudança do clima


Gira o mundo em pesado andor
mas sempre restam as eternas amigas
de um lado a dor
do outro lado a bebida



5 comentários:

  1. falta rigor. Produzir poemas é, antes, ler poemas (não aleatoriamente: é preciso escolher a que tradição se filiar, e a que tradição atacar ferozmente), e traduzir poemas.

    Sem isso, é versinho punheteiro de adolescente. Ou, na melhor das hipóteses, letra de Legião Urbana.

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  2. "produzir poemas" é uma expressão estranha, parece que eles vem assim sob encomenda.. talvez por isso eu seja mais fã daqueles que não se prendem tanto à rima, tipo maiakóvski, mais sentimento livre... mas gostei do seu, do que imaginei da intenção dos versos =)
    (e aqui tá muito muito frio então dá pra vesti-los)

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  3. Obrigado, C.. Os versos só fazem sentido em poesia se eles são meio e não fim - e aqui eles servem para esquentar mesmo, então vista-os à vontade ;-)

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  4. C.

    não se trata de "se prender a rima". E quem fala de "produzir" poemas, com técnica industrial, é justamente Maiakovisky.

    Bobagem achar que verso livre é falta de técnica: é nele mesmo que a técnica fica muito mais rigorosa. O modernismo não é um "tudo pode" - que o diga e.e.cummings, João Cabral de Melo Neto, Francis Ponge, etc.

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