domingo, 24 de julho de 2011

Copa América: Uruguai Campeão

Suárez, o craque da Copa América 11 - Reuters
Agora há pouco, o Uruguai venceu o Paraguai por 3x0 e se sagrou não apenas campeão da Copa América como também ultrapassou a Argentina em número de títulos daquele torneio: A Celeste Olímpica tem, agora, 15 títulos contra 14 dos argentinos. Desde que o torneio assumiu o formato atual, com sede fixa, em 1987, os uruguaios venceram pela terceira vez, contra uma vitória da Colômbia, duas da Argentina e cinco do Brasil. O título uruguaio, com três vitórias e dois empates - eliminando ainda a dona da casa Argentina -, foi a consagração da geração de Forlán e Suárez, responsáveis por tirar o futebol do seu país do atoleiro; depois de uma suada classificação para o mundial da África do Sul, Forlán foi o craque da última Copa e ainda levou sua seleção à melhor classificação dentre os times sul-americanos. Agora, foi a vez da Celeste ratificar isso numa disputa regional. E que não se diga que a Copa América não tem importância: é o maior torneio de seleções da América do Sul e, nesta edição, todos os sul-americanos participantes levaram seus times principais. Sim, o futebol de Brasil e Argentina ainda tem mais diversidade que o do Uruguai, mas nenhum dos dois tem onze jogadores para montar um time tão equilibrado nem um grupo tão unido e funcional. Óscar Tabárez é o melhor treinador do continente, manuseia o que tem nas mãos com muito mais naturalidade e habilidade do que seus rivais diretos, Mano Menezes e Sergio Batista, que tropeçam nas próprias pernas. Desta vez, Suárez superou Forlán e foi o craque do torneio - um centroavante como há muito o Brasil não forma. O Paraguai, um vice que não venceu - foram quatro empates e uma derrota -, espanta pela superação; é um time ciente de suas deficiências e capaz de marcar durante os noventa minutos, modo pelo qual quase eliminou a campeão mundial Espanha nas quartas da última Copa do Mundo e como eliminou o Brasil este ano. A Copa América encerrada prova que o futebol mundial atual, no qual a profissionalização está universalizada e todos se encontram na arena global da Europa, não dá mais espaços para campeões de véspera: vence quem é mais determinado e coeso e, hoje, ninguém é mais do que o Uruguai na América do Sul.

P.S.: No que toca ao jogo em si, foi uma atuação de gala do Uruguai, não transmitida pela ignóbil TV aberta em prol de um Brasileirão que nem deveria ter datas em Julho. Os três gols da Celeste foram lindíssimos: Suárez costurando a zaga do Paraguai num rebote para, depois, chutar cruzado e tirar do ótimo goleiro guarani Villar; Arévalo desarmando Ortigoza para achar Forlán que chutou com perfeição; contra-ataque com Suárez enfiando de cabeça para Forlán matar o jogo.

2 comentários:

  1. De fato, o Brasileirão não parar na época da Copa América é de um amadorismo e desfaçatez que não da pra explicar.

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  2. Pois é, Marcelo. Nem estou falando de calendário europeu, mas que não se jogue nada do meio de Junho até Julho - como na América do Sul inteira, afinal, essas datas são para férias ou competições de seleções. Pior mesmo só a TV que prefere mostrar algum jogo anódino da 11ª rodada do Brasileirão a transmitir a final da Copa América.

    abraço

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