quinta-feira, 9 de julho de 2009

A Final Não Será Televisionada

Ontem, o Cruzeiro foi valente e arrancou um ótimo empate no jogo contra o Estudiantes na Argentina (oxo). Essa final juntou tanto a mística de um Brasil x Argentina quanto premiou as duas melhores equipes do torneio - que, coincidentemente, se encontravam no mesmo grupo na primeira fase. No entanto, a final não foi transmitida pela TV aberta. É injustificável que se esnobe uma final de Libertadores com finalista brasileiro. Preterir esse jogo em favor de uma partida adiada da nona rodada do Brasileiro, aí, já é um esculacho e demonstra a que ponto chegou a ditadura do eixo Rio-São Paulo no futebol. Lamentável.

P.S.: Vale a pena dar uma lida
no excelente post do Mauro Beting sobre o assunto.

4 comentários:

  1. Pior que isso é a ditadura corinthiana. Não tem um jogo desse time que não seja transmitido!

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  2. Também é, Raphael. Mas eu creio que se o São Paulo ou o Palmeiras estivessem na final o jogo não teria passado.

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  3. O Corinthians não tem culpa, Hugo, se os seus jogos obtém uma audiência muito maior do que as dos outros clubes do país, independente do torneio que ele esteja disputando.

    E o que a Globo quer é justamente isso: audiência. Basta a Globo transmitir um jogo do São Paulo, atual tricampeão brasileiro, que a audiência despenca.

    E quando a Globo transmite jogos do Corinthians, muitas vezes a audiência dos mesmos supera até a de partidas da Seleção Brasileira.

    Outro dia li que o 2o. jogo da final da Copa do Brasil deu uma audiência de 41 pontos no Ibope apenas para a Globo (foi a maior audiência para um jogo de futebol desde o final de 2007), sem contar a audiência da Band, ESPN Brasil, e Sportv, que também transmitiram o jogo.

    Aliás, algo me diz que você tambem viu este jogo, certo?

    Então, Hugo, enquanto o Corinthians continuar líder de audiência, a Globo, que de masoquista não tem nada, continuará privilegiando a transmissão dos jogos do Timão.

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  4. Marcos,

    A participação da Televisão aberta passa ao largo de ser satisfatória - seja no que transmite ou como reparte a verba. Por exemplo, dentre os clubes paulistas, aquele que até bem pouco tempo alcança os maiores índices de audiência era o Santos, mas nem por isso ele recebia uma quota de televisamento sequer igual aos outros times. Em relação aos times de fora de São Paulo, então nem se fala.

    Isso só é um retrato de como a Globo não quer audiência por audiência, ela quer que o tipo de ideias das quais seus proprietários são partidários tenham audiência e cria meios para tanto. Tais ideias envolvem, claro, a forma de se ganhar dinheiro. Tudo isso, dentro de concessão pública.

    Como sabemos, o lobby dos grandes clubes de Rio-São Paulo é muito forte - em especial, do G-5 (Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras e Vasco) - e, sim ele pesa muito nesses momentos. Mesmo que a decisão do que transmitir seja da Globo, O fato é que isso não deixa de tornar esse lobby imoral na medida em que ele reproduz a prática de concorrência predatória extra-campo entre os clubes, exemplo de falta de profissionalismo dos dirigentes e elemento catalisador do subdesenvolvimento econômico do nosso futebol - é predatória porque eu duvido muito que o Corinthians aceitasse a não transmissão de uma final de Libertadores em que ele fosse finalista. Também não é uma defesa do próprio interesse, é uma defesa do próprio interesse sobre o interesse dos demais.

    A própria Globo, diga-se de passagem, está aí por leniência do próprio Clube dos 13.

    Agora final de Libertadores é final de Libertadores. Não pode deixar de ser transmitida. Mas foi - e não foi sequer preterida pela final da Copa do Brasil, mas sim por um jogo da nona rodada do Campeonato Brasileiro propositalmente postergado. Dizer que a final não teria tanta audiência é duvidoso. Isso depende muito da publicidade que a TV fizesse e, convenhamos, a Globo com um pouco de empenho poderia fazer isso perfeitamente.

    A questão aqui transcende se temos o clube A ou B na final ou os clubes C ou D na nona rodada do Brasileirão, ela envolve, na verdade, o respeito ao Futebol enquanto instituição, o que, ao meu ver, torna imperativo que uma empresa ocupante de concessão pública transmita a final do maior torneio do continente - com o agravante de ter participante brasileiro.

    A Globo errou ao ter feito isso e o Corinthians - assim como Fluminense - erraram em ter aceitado a transmissão do seu jogo - mas talvez seja muito idealismo meu achar que alguém faria diferente num mundo futebolístico tão bairrista e tão clubista como o nosso, não é mesmo?

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