Simultaneamente ao crescimento da candidata governista Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais e o PT articula fortemente com o PMDB nos bastidores - realizando, duvido muito que por coincidência, um movimento que José Dirceu desejava há tempos -, a candidatura Serra, que já se encontrava estagnada, agora assiste ao naufrágio do principal aliado do PSDB, o DEM : Depois de ter sido massacrado nas últimas eleições municipais, ainda que tenha registrado uma improvável vitória em São Paulo por articulação do próprio Serra, o partido perdeu por duas vezes o seu único governador em menos de um mês e ainda viu o prefeito paulistano Gilberto Kassab ser cassado - ainda que tenha se beneficiado pelo efeito suspensivo, o peso político dessa condenação é gravissímo, principalmente se levarmos em conta a crise da sua administração graças a sua desastrosa política de combate às enchentes (uma herança clara da política urbana catastrófica do mesmo malufismo do qual o jovem prefeito de São Paulo bebeu pouco antes de ter se tornado protegée de Serra).
Do ponto de vista eleitoral-operacional isso é péssimo, o PSDB ficará alijado de seu principal tentáculo, afinal o DEM sempre foi fundamental na estratégia tucana típica de se pôr ao centro ao mesmo tempo em que alicia o eleitorado de direita indiretamente para não perder os votos dos moderados - e quem faz essa função é, exatamente o Partido de Arruda e Kassab. Já por uma perspectiva política, a percepção do quão baixo Serra desceu nos últimos anos para se eleger Presidente da República já começa a se massificar e mesmo dentre aqueles que já não simpatizavam com sua candidatura, cria-se uma ojeriza ainda maior. Essa desarticulação da capacidade de arregimentar a direita somada ao acordo da própria cúpula do PMDB com o PT, cria um fenômeno que se avizinha como fatal para os rumos da candidatura Serra - que cada vez mais se isola apenas no eleitorado anti-petista que é menor do que parece, assim como também cria um temor muito forte na esquerda sobre os riscos da eleição Serra o que traz para perto da candidatura Dilma uma espécie de eleitor que apesar de reconhecer méritos da administração Lula, já estava há tempos um tanto desaminado com o processo sucessorial.
Olá, Hugo!
ResponderExcluirSem dúvida a candidatura Serra é a pior das alternativas. A desmoralização do DEM no DF e mais recentemente em S.P., onde a popularidade de Kassab despenca ladeira abaixo, representa um desgaste para as pretensões do PSDB, mas ainda pode ser contornada antes de provocar danos irreparáveis.
Tenho a impressão que o DEM vai aceitar, em troca dos benefícios futuros de uma eventual vitória tucana, se descolar, pelo menos aparentemente, do PSDB de Serra, enquanto aproveita seu espaço no rádio e na TV para bater na candidatura Dilma. E ainda é preciso levar em conta a vantagem de José Serra por ser o candidato favorito dos meios de comunicação. Ao contrários da campanha de Obama nos EUA, que se beneficiou enormemente da internet para angariar votos, no Brasil o acesso a Rede mundial de computadores ainda é muito restrita e eu duvido, embora possa estar errado, que ela venha a ter algum impacto significativo durante a campanha presidencial.
Ultimamente tenho percebido em comentários, e mesmo em posts de alguns blogs, um clima muito otimista com relação a ascensão de Dilme nas pesquisas e a estagnação de Serram, além da crise moral de seu principal aliado, o DEM. Torço para que essa tendência se confirme, mas acho esse otimismo muito prematuro e perigoso. Espero sinceramente que a candidatura Serra naufrague, mas desconfio que a uma vitória de Dilma, se acontecer, não será nenhum passeio.
Eduardo,
ResponderExcluirO problema é que o escândalo Arruda e os problemas de Kassab foram parar na grande mídia de tão grandes que eles são. Ainda que a Internet tenha um peso pequeno, creio que o impacto dela apesar de não ser definitivo no Brasil de hoje, certamente terá um peso considerável. Serra, caso seja mesmo o candidato, terá mais problemas logo de cara do que ele poderia pensar.
abraços