Assange no Tribunal de Westminster |
E, hoje, Assange foi preso e já teve a fiança negada na Inglaterra, depois de ter tido sua conta bancária bloqueada na Suiça ontem por erro de endereço, em um dos episódios mais tragicômicos da história. A polícia metropolitana de Londres cumpriu mandado de prisão expedido pela Justiça Sueca em relação a um obscuro processo de assédio sexual contra o fundador da Wikileaks que, coincidentemente, veio à baila apenas com a explosão das denúncias daquele site contra as desventuras em série da diplomacia americana. Há pouco, o Judiciário Britânico afirmou que as provas contra ele são sérias e que há grandes chances que ele fuja. Além da fragilidade da acusação, é óbvio como ela está sendo usada numa tentativa de deslegitimar as denúncias feitas pelo site, na medida em que não há nenhum nexo causal ou relacional entre os episódios. Nada de novo sob o Sol, o que aconteceu é uma mera consequência do que já debatíamos aqui há alguns dias, a confirmação pura e simples do recrudescimento dos mecanismos de controle do capitalismo global - administrado por uma superpotência em decadência que, atolada em guerras sem sentido, orquestra atitudes precipitadas para mascarar efeitos e manter posições. Nesse jogo, o Governo Bush foi catalisador e o Governo Obama é apenas figurante na representação, sem desejo, consciência ou força para mudar a direção das velas. A potência ascendente China que, certamente, está pouco disposta a arcar com o ônus de administrar o mundo sozinha, seguiu o seu procedimento padrão e censurou o site, especialmente devido as revelações sobre o jogo chinês em relação à península coreana, sempre ambíguo no discurso, mas bastante claro nas ações. Esperemos os próximos movimentos nesse fim de ano, mas tudo leva a crer que a ação de violenta de abafa em relação ao Wikileaks caminha em direção do surgimento de um wikileakismo na rede, o que tenderá a manter a tensão alta por essas bandas (nem tão largas).
Atualização das 18:33: O último artigo de Assange, antes de ter sido preso.
Verdade, os tentaculos do império em franca queda só tende a se espalhar, mas creio que não será possivel cobrir o sol com uma peneira, a liberdade na e da internet tende a se sobrepor...
ResponderExcluirgdnoticias,
ResponderExcluirOs EUA estão tentando, há muito, compensar a queda da sua importância econômica relativa por meio da ampliação do poderio bélico e vigilantista, além do repasse das suas irresponsabilidades várias para o sistema global. Isso é recorrente na história ocidental e aqui não é diferente. Das grandes potências ocidentais, apenas ingleses e franceses souberam recuar para não serem esmagados. O caso soviético é bastante emblemático em sentido inverso. O problema é que hoje, diferentemente da lenta degradação do Império Romano, as coisas podem desabar rápido, o que torna o caso mais dramático. Em suma, a questão é: Se nenhuma força americana operar esse recuo, o negócio desaba, mas quem desabará junto? Pense nisso. O leste europeu inteiro pagou a conta pelos desvarios soviéticos e até hoje gira em círculos tentando se recuperar.
abraços
O pior é depois de tudo isso ouvir que as ligações dos EUA com regimes totalitários, guerras e a pqp são Teoria da Conspiração.
ResponderExcluirLuka,
ResponderExcluirEu acho que essa é a importância do Wikileaks: Usar do argumento da Teoria da Conspiração para contra-argumentar em favor dos EUA, hoje, é tarefa tão ingrata quanto defender certas formas de livre-mercadismo.
beijo