sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Irã e a Grécia

foram protagonistas de muitas das mais espetaculares batalhas do Mundo Antigo. Certamente, a vitória dos helênicos unidos contra os persas foi um dos elementos que determinaram o que o mundo é hoje. A civilização ocidental - essa mesma que desembocou na cultura global - deve sua essência aos helênicos, muito embora reneguemos boa parte da nossa herança persa. Hoje, ambos os países, muito longe da glória do passado, vivem às voltas com crises horríveis. 

A Grécia é uma das vitimas da expectativa frustrada do Projeto Europeu - e hoje é apontada como culpada por sua desgraça, seguindo a sorte triste que lhe acompanha há séculos, seja pelo domínio turco ou pela sua independência frustrada, sempre sendo uma marionete nas mãos das potências europeias, seja por falta de escolha ou por falta de coragem dos seus líderes. A política de "ajustes" defendida pelos intelectuais do sistema passa pelo crivo do aumento da dependência do país e pela punição dos trabalhadores, uma "resolução" por meio do velho arrocho - tão conhecido por nós brasileiros - e não por reformas sistêmicas.

O Irã, por sua vez, vive às voltas com a sombra da guerra. Como relatado aqui, o país está sob violenta pressão americana, não por conta de alguma manobra do ocidente iluminista contra o regime teocrático daquele país, mas por conta da fome voraz da potência americana, uma inerência de seu projeto suicida, imperialista e obscurantistas. Depois da genial manobra brasileira, acabaram-se os álibis de Washington e restou um rei nu: O motivo que só os inteligentes compreendiam era falso, o que temos é petróleo e uma tentativa maluca de tocar um keynesianismo de guerra fora de tempo e lugar, não por um contradição que um dia virá à tona, mas pelas condições materiais imediatas.

É aguardar para ver onde chega a insanidade do nosso tempo, se avançar um cadinho, estaremos fritos.

2 comentários:

  1. Viva Hugo!

    É isso aí. Na verdade, o capitalismo é suscetível a crises e essa realidade não vai mudar. É próprio do sistema. A guerra também é uma necessidade do capitalismo. Os EUA estão sempre numa guerra e, nos últimos tempos, sempre por petróleo.

    Abraços,

    Marcelo.

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  2. Marcelo,

    Sim, porque, por excelência, o modo de funcionamento de uma unidade de produção capitalista é antisistêmico - isto é, ela depende de um sistema saudável para funcionar, mas concentra seus ganhos para si, não os distribuindo para o sistema por si. O ponto é que os EUA estão com um grave problemas nas suas contas, só não estouraram até agora porque emitem a moeda hegemônica, ainda assim, o baque não foi pequeno. Se alguns setores da economia americana têm interesse na guerra - sim, eles têm mesmo -, por outro lado, as condições economicas do sistema americano, da sua própria sociedade e até mesmo seus limites bélicos, podem transformar uma ação no Irã em uma grande catástrofe global.

    um abraço

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