(alguém se habilita?)
Reitero aqui uma velha preocupação minha: Os holofotes estão demasiadamente focados na sucessão presidencial - e mal focados, porque o que mais se discute são pesquisas e não programas - e isso tá produzindo efeitos politicamente ruins como o desenho das candidaturas para os governos dos estados de forma mecânica e displicente - baseados não no debate interno nos partidos e em prévias (como deveria ser), mas sim numa lógica de "acordões" norteados pelas alianças decorrentes da corrida presidencial. Isso está se verificando em Minas de uma forma aguda, mas o caso paulista é, repito, muito grave e certamente me incomoda mais, talvez pelo fato de que eu sou um reles mortal e é aqui onde eu vivo.
O PSDB se mostra um partido cada vez mais degenerado e a simples possibilidade de uma nova candidatura Alckmin além de ser muito ruim, é um proposta requentada. Não, o ex-governador paulista nunca teve nada a acrescentar no debate político do estado, mas enquanto era apenas o vice low profile de Covas, alguém ainda poderia alegar o benefício da dúvida, hoje em dia não dá mais. Mercadante, pelos lados do PT, é uma proposta também com sérias limitações; trata-se de um político que foi promissor, mas depois tornou-se meramente um sujeito que se mantém no seu partido graças ao fato de ser "bom de voto" (tirando o fiasco da última corrida para o governo do estado, ele sempre foi bem votado para o que disputou) e de ser amigo das pessoas certas nos lugares certos em um partido onde o poder é cada vez mais centralizado. Dos demais partidos, não ouvi falar nada ainda, mas duvido muito que surja algo novo - se até o PSOL está preocupado apenas com as eleições presidenciais, que posso esperar eu?
Hugo,
ResponderExcluirEu compartilho da sua preocupação. Na minha opinião é muito ruim que as eleições para o executivo estadual e federal ocorram no mesmo ano. Pior, junto com as eleições para ambos os legislativos. Talvez por ocorrer em ano separado as eleições municipais recebam tanta atenção.
Eu também adoraria ter um Suplicy como governador, mas como estou totalmente por fora das discussões dentro do PT (e parece que não há muita) não sei se há disposição dele em concorrer no estado. Talvez você saiba me dizer.
Pelo menos de uma coisa eu tenho certeza: PSDB, meu amigo, não dá mais. Arre!
Um abração!
Edu,
ResponderExcluirBem, primeiro tinha aquela coisa que se o Ciro quisesse, seria o candidato do governo em São Paulo - o que seria justificado por conta de uma suposta rejeição paulista contra o PT (desculpinha esdruxula, convenhamos). Com as negativas de Ciro, meio que as coisas começaram a mudar e uma bateria de nomes começaram a ser jogados ao vento: Palocci, Marta e Mercadante (até uma definição em torno do terceiro nos últimos dias).Suplicy conseguiu a adesão de 1% dos filiados de São Paulo e entregou o protocolo ao presidente do partido no estado - desconfio, no entanto, que depois dos seguidos confrontos dele com o núcleo duro do partido, eu acho difícil, mas peloamordedeus, será que as bases do partido não conseguirão se mexer para viabilizar isso? Eu fui na palestra do André Singer sobre o artigo dele e onze em cada dez militantes reclamava da mesma coisa: A falta de oxigenação do partido e de respeito pelas bases, o que os caras tão esperando para ir para o pau? E, bem, não há muito discussão lá dentro hoje, mais por conta da apatia do pessoalzinho do que por falta de vontade, espero que isso mude.
abração
Ou seja, apesar de muitos apoiarem uma revitalização do partido, que poderia ser iniciada com a candidatura de Suplicy, as chances de que ocorra alguma mudança são mínimas. Acho muito difícil que a direção não enxergue esta necessidade de mudança, mas me admira terem esta atitude reacionária. Que vantagens teria o partido em continuar seguindo um modelo que comprovadamente não trás resultados?
ResponderExcluirPois é, Paulo, tem uma mistura perigosa - e curiosa - de sede pelo poder e auto-engano nessa conversa toda. Evidentemente, não há vantagens para o partido, mas para alguns grupos que ocupam o poder dentro dele, talvez.
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