A Crise Econômica Mundial de 2008 foi o mais grave acontecimento da era da mundialização do Capitalismo e o mais sério desequilíbrio desde 1929. Sua deflagração trouxe uma única certeza: Após a poeira baixar, a ordem econômica - e por conseguinte o próprio equilíbrio geopolítico - da era pós-sovietica seria drasticamente alterado. No nosso país, isso ascendeu luzes amarelas justamente no momento em que o país voltava a se desenvolver depois da longa noite que foi da falência do Estado Varguista até o PAC. A sensação de termo sido atropelados por circunstâncias exteriores a nós e o histórico negativo do Brasil em crises nos anos anteriores deixaram os ânimos em polvorosa.
O fato é que nos saímos relativamente bem: Pelos dados divulgados a dois dias atrás, registramos uma queda de apenas 0,2% no ano todo e cravamos um crescimento de 2% no último trimestre. Foi o terceiro melhor desempenho dentre as dez maiores economias do planeta, perdendo apenas para China (8,7%) e Índia (5,6%) e dentre as economias do G-20,o país só perdeu para Indonésia (4,5%), Austrália (2,4%) e Coreia do Sul (0,2%) - segundo o Instituto Nacional de Estatísticas da Argentina, sua economia da Argentina cresceu 0,9%, mas existem questionamentos a esse respeito. Estados Unidos (-2,4%), Japão (-5%) e União Europeia (- 4,2%), os aclamados centros de poder do período em que a história teria acabado, se deparam com sérias crises, em especial o último deles que além de se deparar com o desafio de uma complexa integração econômica, agora também se vê às voltas com o dilema de como se inserir enquanto conjunto - ainda inacabado - neste novo momento da economia globalizada.
Honestamente, eu não apostava numa queda, por menor que fosse, do PIB brasileiro em 2009, mas esperava que o resultado ficasse mesmo em torno de zero; ainda assim, não esperava que os impactos reais dessa crise sobre as pessoas fosse tão brando: O país assistiu, em plena crise, a um aumento do consumo das famílias na ordem de 4,1% e o desemprego fechar em apenas 6,8% - menor nível dos últimos 6 anos, segundo a serrista Folha de São Paulo -, em suma, os trabalhadores não pagaram pela Crise neste país. Enquanto nuvens negras ainda se encontram bem presentes no horizonte próximo da economia americana - que requer um reforma urgentemente - e a tempestade esteja simplesmente desabando na Europa, o Brasil saiu incólume do processo.
Oi Hugo,
ResponderExcluirNão por nada (mais já colocando):
Este seu texto ("análise") sobre a crise econômica, seu impacto no Brasil, além de ser extremamente economicista, tem um estreito recorte temporal (2008-2009), ainda mais considerando que as crises econômicas são bem longas, inerentes ao sistema, e mesmo suas fases mais agudas tem repercussões que vão além dos índices econômicos do momento.
Como pôde esquecer de tratar dos impactos sociais da crise, inclusive aqui no Brasil, onde ocorreram milhares de demissões, com cortes de postos de trabalho feito por diversas empresas, e estes, não repostos. Centenas de categorias tiveram redução de direitos, como corte nos vales refeição, cesta básica, assistência médica, etc. Você não fala uma linha se quer sobre nada disso!!! Só fala dos índices econômicos e mais nada? E daí tira uma série de conclusões de que a crise foi sussa, tranquila, "branda", "desemprego em apenas 6,8%", etc, e ainda tem a coragem de dizer que "os trabalhadores não pagaram pela crise".
Ainda para não falar dos bilhões que o Estado (dinheiro público) que os governos (Lula, Serra, etc) deram para "ajudar" a socorrer os capitalistas e sua crise.
Esses "detalhes" você também não mencionou uma linha. Dessa enorme montanha de dinheiro que foi dado aos empresários, via BNDES, BACEN, as isenções de impostos para as multinacionais (Ford, GM, Volks, etc), e para um leva de empresários "nacionais" e suas indútrias. E que essa "ajuda" que Lula (estado) deu aos capitalistas, somado ao bom trabalho das burocracias sindicais, que ajudaram os patrões a descarregar a crise (deles) sobre as costas da classe trabalhadora, é que permitiu com que a crise fosse suave (para os capitalistas claro).
Falta ainda contar sobre a tal conta dessa "ajuda" que o Estado (Lula) deu para os capitalistas, que nós sabemos o quanto faz falta, e sobre quem vai cair, "a longo prazo", menos dinheiro para saúde, educação, etc.
São "detalhes" que realmente fazem falta em qualquer análise sobre a crise e seus impactos no Brasil. (Por menor e simples que seja!)
Enfim, na sua análise você não diz como se deu exatamente esse "milagre" brasileiro, o que fez governo e empresários, que "amorteceu" a tal crise.
Parece, mais uma vez, que sua vontade de elogiar os rumos da política econômica do atual governo Lula é tanta, que faz estas análises "curtas", comparando dados, índices, com outros governos, ou países, e assim perde ou esquece para com as questões políticas e econômicas que implicam na ótica da classe trabalhadora. E não para o senso comum, para a burguesia e os capitalistas, para estes sim, a crise foi "branda", oportunistas, e até mais lucrativa ("ajuda" do gov + isenções + demissões/redução de direitos = + Lucros, menos crise)
Um abraço.
cicero,
ResponderExcluirSim, tivemos uma crise econômica de proporções avassaladoras e, para o horror dos catastrofistas, terminamos o ano de 2009 com um taxa de desemprego do que em 2008, isso pode ser pouco relativamente aos seus ideais - mas é isso que eles são, ideais -, mas não é pouco diante da conjuntura. Se o conjunto de bens e serviços não cresceu e, ao mesmo tempo, o consumo das famílias e a renda do trabalhador não diminuíram significa que, relativamente ao status quo ante, não foram os trabalhadores os onerados - o que esvazia o seu argumento, essa crise definitivamente não foi mais branda para os capitalistas coisa alguma. Sobre a incompreensão da política econômica, preste atenção que graças as políticas contraciclícas do governo é que nós simples não tivemos uma queda severa na economia no ano passado - o que, aí sim, teria onerado gravemente a classe trabalhadora.
O problema de argumentações como a sua, é que, em essência, elas partem de um maniqueísmo - ou tudo ou nada, ou é "bom" ou "mau" - bem como postulam que será de uma catástrofe econômica que o socialismo será construído, o que é um retórica bastante cômoda e de certa forma oportunista - não é, a diminuição do exército de reserva, e o consequente aumento salarial, fortalece a classe trabalhadora e seu respectivo poder de negociação e o mesmo pode se dizer dos programas sociais.
Se o socialismo dependesse do colapso do capitalismo não haveria porque ser contra ele - em suma, não faria sentido ser contra ele; se eu sou contra determinado sistema é, justamente porque entendo que ele chegará ao colapso cedo ou tarde (o que punirá as pessoas) e é isso que deve ser evitado por meio de sua transformação; se um prédio está para desabar, não é torcendo para que ele desabe logo na cabeça de todos os que estão lá dentro que eu chegarei à solução; no mínimo, primeiro eu terei de tirar todos de lá para implodi-lo ou mesmo criar um modus operandi para poder reforma-lo sem afetar o dia-a-dia de quem lá vive, o que é preferível, porque o processo de implosão e reconstrução pune as pessoas por mais que eles possam criar um futuro melhor (os sacrifícios soviéticos, por exemplo, tiveram muito poucas recompensas em troca e toda opressão se justificava por um futuro fantástico que nunca chegou e naqueles termos nunca chegaria mesmo).
Se for o contrário disso, basta cruzarmos os braços e torcemos para que a direita mais extremista chegue ao poder - e esse não é o caminho mais razoável, desde que se preocupe com a vida humana, claro. Agora, negar sistematicamente o que aconteceu, aí já é digno de pastelão.
saudações
Olá, Hugo!
ResponderExcluirÉ, meu caro, parece que deixamos definitivamente a crise para trás. Apesar de não termos passados incólome por ela, como você mesmo chamou a atenção nos primeiros posts que eu tive a oportunidade de ler aqui n'O Descurvo. resultado da demora do governo em perceber a gravidade da situação. O nosso Banco Central, obcecado pelas metas de inflação, chegou a elevar a taxa de juros em pleno agravamento da crise no restante do mundo. Mas é importante dizer, como você fez aqui, que apesar da demora, o Governo Lula agiu a tempo para evitar o contagio de setores como o de serviços e de evitar o colapso daqueles ligados ao comercio exterior. Se a Indústria e o agronegócio foram os setores mais prejudicados, responsáveis pelo resultado negativo do PIB, o crescimento do setor de serviços quase compensou a queda dos primeiros.
Muitos empregos foram perdidos, é verdade, mas muitos outros foram criados graças aos esforços do governo para a oferta de crédito. Começamos 2010 com os mesmo índices de emprego do período pré crise, sem deixar de mencionar que a renda salarial almentou.
Concordo com você que ainda não estamos no melhor dos mundos, mas que ainda assim estamos bem melhor que outras economias que seguuiram o caminho ditado pelos analistas de mercado, e se deram mal.
Enfim, acabei te repitindo neste comentário. Só para terminar, vou citar uma piada de economista, embora ache que você provavelmente já conheça.
"Há três maneiras de um homem conhecer a ruina: A mais agradavel é com mulheres; a mais rápida é com apostas; e a mais segura é seguindo os conselhos de um economista."
Abraço!
Edu,
ResponderExcluirAliás, o próprio peso da manifestação de vocês ontem é uma prova do que eu quero dizer aqui: Se a classe trabalhadora tivesse saído enfraquecida da crise, certamente não haveria conjuntura sequer para realiza-la! E, sim, bem lembrado, o Governo errou nos meados de 2008 em não ter se adiantado à Crise e a pequena queda que tivemos no PIB se deveu a isso - nem falo em ter tomado medidas mais profundas, que poderiam sim ser tomadas, mas bastaria ter tomado as mesmas medidas que tomamos, só que um pouco mais cedo, e teríamos crescido um pouquinho até. O desafio agora é sempre a questão do câmbio, afinal, os saldos positivos na balança comercial são imprescindíveis para tocar as políticas contraciclícas e mesmo que a orgia cambial tenha diminuída no Governo atual, é preciso ponderar que ele terminará sem ter traçado uma política estratégica para uma área fundamental como essa. No entanto, algumas alas da esquerda preferem gastar tempo negando o óbvio e esquecem de ver o que realmente importante, em suma, é a velha debilidade analítica que decorre do sectarismo.
um abraço
OOi Hugo,
ResponderExcluirNão parti de um maniqueísmo, bem ou mal, para saber (ou entender) que reformar o capitalismo não é para ajudar as pessoas, e muito menos para alguém que diz lutar pelo fim deste sistema.
Pois sabemos, que o capitalismo não acabará ou morrerá por si só, ele terá que ser derrubado, o domínio da burguesia, seu regime, "transformado". E por mais que nas revoluções houvessem muito sacrifício, lutas, para se efetivar, isso não mudou ou deu razão as idéias reformistas, que na verdade sempre traíram as expectativas de mudança efetiva, e pior, foram mesmo contra-revolucionárias, esmagando não só as esperanças (socialistas etc) mas milhares (as vezes milhões) de pessoas, logo mostrando o quanto o próprio capitalismo se sustentou e "evoluiu" através das várias reformas, adotadas muitas vezes por ex-socialistas, comunistas, social-democratas.
Estranho que você esqueça ou tenha revisado esta simples lição, teórica e histórica, exemplos não nos faltam.
Você diz: "porque entendo que ele [o sistema] chegará ao colapso cedo ou tarde (o que punirá as pessoas), e é isso que deve ser evitado por meio de sua transformação".
Não torcemos pelo pior como diz, e segundo, pois, é o próprio sistema que há muito já pune as pessoas. E relembrando o sistema não ruirá por si, é trabalho dos ativistas, militantes, movimentos, partidos, que se disponham a derrubá-lo, a darem-lhe o "tiro de morte".
Agora, com certeza não temos o papel de gerenciar o sistema, ou ficar remendando ele, evitando que morra, salvando os capitalistas, com o simples argumento de que não querermos o pior para as pessoas, pois é justamente isso que faz o sistema e aqueles que vivem (preocupados e agindo) para salvá-lo, o que realmente vai na contra-mão da mudança, da revolução, e do fim do sistema.
E aqui você deixa bem claro isso:
"..criar um modus operandi para poder reforma-lo sem afetar o dia-a-dia de quem lá vive, o que é preferível, porque o processo de implosão e reconstrução pune as pessoas por mais que eles possam criar um futuro melhor".
Pegando a "justificativa" do seu argumento pró-reforma (contra-revolucionário), você amplia (foca) os sofrimentos e dificuldades encontradas nos momentos revolucionários (e com certeza que é difissílimo derrubar o sistema, a burguesia, etc, e nunca foi ou será "pacífico e tranquilo"), e mesmo confirmando que é para uma situação/futuro melhor, mas disso você conclui que o melhor é seguir reformando o capitalismo para ele não ruir. Como se o fim (demolição) dele fosse pior para as pessoas que sua manutenção, e de toda sua exploração, misérias, crises, guerras, etc. Como se o sistema fosse ruir na cabeça das pessoas, e matá-las, quando da revolução.
Continua..
..Continuação..
ResponderExcluirFaltaria ainda os exemplos, e por mais que tenho várias críticas aos processos revolucionários, e seus caminhos posteriores, burocratização, estalinismo, totalitarismo, extremínio de povos e opositores, etc, etc, não apaga nem deixa de nos dar exemplos e lições de revoluções que de fato aconteceram, que não só derrubaram a burguesia, e seu regime (propriedade privada etc), socializaram-nas, e melhoraram mesmo as condições de vida e desenvolvimento econômico e social. Mudanças e revoluções que sabemos que acabaram deformados e mesmo traídos pelas direções, chegando até à restaurações do capitalismo (URSS, China, etc, e agora em Cuba). Mas isso não tem a ver com a revolução em si, com a luta, que efetivamente tiveram êxito.
E por falar em exemplos, faltaria os reformistas, e defensores da mudança "lenta e gradual", "por dentro do regime", mostrarem onde e quando houve alguma mudança (revolução?) de sistema, ou derrubada da burguesia através do reformismo, ou "por dentro" como dizem.
Isso não é sectarismo, é apenas um pouquinho de história, das lutas, das revoluções, das teorias envolvidas, e das tentativas diversas e suas lições, para ficarmos um pouco mais atentos e escaldados com esse papo (teoria) de que mais vale reformar do que revolucionar.
Desde já agradeço a disposição em discutir.
Um abraço.
cicero,
ResponderExcluirSim, você parte sim de um maniqueísmo, ou melhor, um dualismo muito complicado. Por exemplo, se você coloca coisas como "
Não torcemos pelo pior como diz, e segundo, pois, é o próprio sistema que há muito já pune as pessoas", você ignora que ele pode punir mais ainda as pessoas - no caso capitalista, os meios de produção antes mesmo de serem propriedade dos capitalistas são os elementos constitutivos do sistema produtivo; o colapso total deles, portanto, não punirá apenas o capitalistas, mas a própria classe trabalhadora junto (e principalmente até). Eu não tenho dúvidas de que o Socialismo não se construirá por si só, mas não diria que o Capitalismo não pode simplesmente falir sem deixar nada no lugar.
Essa minha perspectiva tem pouco a ver com a oposição entre "reforma" e "revolução", mas sim com uma distinção entre o tático e o estratégico: Onde é que reformas que de algum modo fortaleçam a classe trabalhadora enfraquecem a possibilidade de Revolução? Eu concordo que isso, por si só, não cria a Revolucão, mas fomenta a situação para tanto.
Em suma, o sistema cair pelo sistema cair não é revolucionário porque isso aí você não estará transformando a vida das pessoas, mas apenas recolhendo sobreviventes do escombros - pois aquele sistema, por pior que ele seja (digo, socialmente ineficiente), é o que as mantém vivas.
Quanto a dizer que "Mudanças e revoluções que sabemos que acabaram deformados e mesmo traídos pelas direções, chegando até à restaurações do capitalismo (URSS, China, etc, e agora em Cuba). Mas isso não tem a ver com a revolução em si, com a luta, que efetivamente tiveram êxito.", aí, eu discordo completamente; a maneira como a derrubada do capitalismo é promovida - em paralelo, o modo como a luta revolucionária é conduzida - está estritamente vinculada ao que vem depois, do contrário, estaríamos negando a historicidade da Revolução - resumindo-a a um mero extase espiritual deslocado do tempo que geraria bons resultados no curto prazo, mas estaria fadado à degeneração.
A tragédia do movimento socialista internacional começou quando o conceito de vanguarda foi forjado pelos socialistas alemães, só que elevado ao quadrado por Lenin - trazendo em seu interior sim a necessidade da catástrofe como catalisador, o que foi copiado na Europa Ocidental e levou ao fracasso da luta revolucionária naquela banda do mundo (ainda que Gramsci tenha produzido algumas coisas interessantes, apesar das agruras da prisão).
A classe trabalhadora saiu mais fortalecida - ou menos enfraquecida, dependendo de onde e como se olhe - dos últimos sete anos e seus movimentos sociais ganham espaço de manobra e força para manobrar e as mobilizações vão se tornar mais constantes, queira o PT ou não - isso é indiferente -, portanto, nos resta atuar para nos aproveitar do momento.
um abraço
Valeu Hugo, pela discussão.
ResponderExcluirEu coloquei 'algumas' questões, como as lições, discussões, e histórias, da contradição e caminhos distintos entre "reformar ou revolucionar", lutar contra o capitalismo e pelo socialismo.
Mas você ao responder, tentou retroceder, de que defende o caminho da reforma, e mais, tentou reconciliá-la com a da revolução, o que reforça mais ainda sua postura reformista, pois é justo este o principal argumento defendido pelos reformistas, "socialistas" ou oportunistas (a história tá cheio deles) de que a reforma serviria para "amadurecer", "preparar melhor" as condições para a classe trabalhadora depois fazer a revolução. Note que as reformas realmente amadureceram sim tão somente o capitalismo.
Outra coisa, em nenhum momento eu disse ou defendi que: torço pela destruição das forças produtivas, ou derrubada do capitalismo assim num sopetão, nem estalo, sem por nada no lugar, isso foi uma invenção sua!!!
Essa idéia sua (que me imputou) distorcida sobre revolução socialista talvez servisse para (você) "encaixar" melhor a defesa da necessidade de se ajudar os capitalistas, o capitalismo, de se evitar a quebra do sistema, de suas crises, evidente até pelos seus constantes elogios as práticas 'keynesianas' anti-cíclicas etc.
Defender o socialismo, e a derrubada do capitalismo, não é como você diz, defender a destruição de tudo, das forças produtivas, das fábricas etc, pelo contrário (nem sei pq digo isso pra você pois sabe disso) significa tomar o controle das fábricas, dos campos, os bancos, etc, (e do poder obviamente), quando estes não podem (no capitalismo) dar empregos a todos, sustento, condições de sobrevivência e desenvolvimento real e efetivo para a grande maioria, fato que já acontece há um bom tempo inclusive. Há muito tempo que o sistema vive em e de crises, umas mais agudas ("visíveis"), há muito que as condições ditas objetivas já estão mais que maduras (e visíveis) para construirmos a revolução e o socialismo, não há por que ficar mantendo aquele velho chaveco de que o capitalismo tem que amadurecer mais, temos que (sempre mais uma vez, não acaba nunca isso!) melhorar as condições objetivas (e subjetiva dizem outros) para que aí sim a classe trabalhadora comece a fazer a revolução.
Voltando as suas idéias na resposta.
Num determinado ponto você deixa "meio" claro sua posição contra-revolucionária, anti-revolução, sugerindo que as revoluções não passaram de êxtases momentâneos, resultados no curto prazo, mas fadado a degeneração. Ou seja, faz uma carcterização de que a revolução não é boa pois não esperou melhores condições do capitalismo, e desconsidera o simples fato de que a revolução não ocorreu na europa ocidental não por culpa dos revolucionárioas, mas sim pelas traições dos sociais-democratas, reformistas diga-se de passagem, que assassinaram os revolucionários Rosa Lux. etc, e pavimentaram o caminho para o nazismo.
No final, seguindo essa sua linha de defesa do reformismo (coisa que não ocorre no Brasil de Lula, longe disso), acaba dizendo (caracterizando) que com os últimos 7 anos a classe trabalhadora saiu fortalecida!
Em que aspecto, economicista (salário, consumo) ou político?
cont...
Valeu Hugo, pela discussão.
ResponderExcluirEu coloquei 'algumas' questões, como as lições, discussões, e histórias, da contradição e caminhos distintos entre "reformar ou revolucionar", lutar contra o capitalismo e pelo socialismo.
Mas você ao responder, tentou retroceder, de que defende o caminho da reforma, e mais, tentou reconciliá-la com a da revolução, o que reforça mais ainda sua postura reformista, pois é justo este o principal argumento defendido pelos reformistas, "socialistas" ou oportunistas (a história tá cheio deles) de que a reforma serviria para "amadurecer", "preparar melhor" as condições para a classe trabalhadora depois fazer a revolução. Note que as reformas realmente amadureceram sim tão somente o capitalismo.
Outra coisa, em nenhum momento eu disse ou defendi que: torço pela destruição das forças produtivas, ou derrubada do capitalismo assim num sopetão, nem estalo, sem por nada no lugar, isso foi uma invenção sua!!!
Essa idéia sua (que me imputou) distorcida sobre revolução socialista talvez servisse para (você) "encaixar" melhor a defesa da necessidade de se ajudar os capitalistas, o capitalismo, de se evitar a quebra do sistema, de suas crises, evidente até pelos seus constantes elogios as práticas 'keynesianas' anti-cíclicas etc.
Defender o socialismo, e a derrubada do capitalismo, não é como você diz, defender a destruição de tudo, das forças produtivas, das fábricas etc, pelo contrário (nem sei pq digo isso pra você pois sabe disso) significa tomar o controle das fábricas, dos campos, os bancos, etc, (e do poder obviamente), quando estes não podem (no capitalismo) dar empregos a todos, sustento, condições de sobrevivência e desenvolvimento real e efetivo para a grande maioria, fato que já acontece há um bom tempo inclusive. Há muito tempo que o sistema vive em e de crises, umas mais agudas ("visíveis"), há muito que as condições ditas objetivas já estão mais que maduras (e visíveis) para construirmos a revolução e o socialismo, não há por que ficar mantendo aquele velho chaveco de que o capitalismo tem que amadurecer mais, temos que (sempre mais uma vez, não acaba nunca isso!) melhorar as condições objetivas (e subjetiva dizem outros) para que aí sim a classe trabalhadora comece a fazer a revolução.
Voltando as suas idéias na resposta.
Num determinado ponto você deixa "meio" claro sua posição contra-revolucionária, anti-revolução, sugerindo que as revoluções não passaram de êxtases momentâneos, resultados no curto prazo, mas fadado a degeneração. Ou seja, faz uma carcterização de que a revolução não é boa pois não esperou melhores condições do capitalismo, e desconsidera o simples fato de que a revolução não ocorreu na europa ocidental não por culpa dos revolucionárioas, mas sim pelas traições dos sociais-democratas, reformistas diga-se de passagem, que assassinaram os revolucionários Rosa Lux. etc, e pavimentaram o caminho para o nazismo.
No final, seguindo essa sua linha de defesa do reformismo (coisa que não ocorre no Brasil de Lula, longe disso), acaba dizendo (caracterizando) que com os últimos 7 anos a classe trabalhadora saiu fortalecida!
Em que aspecto, economicista (salário, consumo) ou político?
cont...
Ora, num momento foi você mesmo que concordava que melhoria econômica (salário, consumo, etc) não significava melhoria no aspecto político, fortalecimento da luta de classe, muitas vezes é até o contrário.
ResponderExcluirVeja os momentos e lugares onde a crise econômica bate mais forte, é onde os trabalhadores, estudantes, a população tá saindo as ruas, tão reagindo, tão se levantando, se organizando, contra o sistema e suas crises.
No Brasil, sabemos que impacto foi menor comparado com o epicentro da crise (EUA), e de outros países "contaminados" (da europa por ex.), mas mesmo assim houve impactos sobre a classe trabalhadora, e olha que aqui no Brasil é histórico os capitalistas conseguirem dar uma descarregada sobre os trabalhadores (comparado com europa por ex., onde qqr redução, arrocho, a reação é mais forte), e hoje (dessa vez) mais ainda com a ajuda da burocracia sindical, hoje quase toda ela atrelada ao governo e ao aparato estatal (no projeto de amortecer as lutas e a crise).
E usando um comentário que vi sobre gov Lula, Brasil e as tais "melhorias". O cara disse: O gov Lula foi bom p/ trabalhaores (econ?), mas p/ a luta política da classe trabalhadora não tem como negar que foi uma tragédia. O acesso do PT,CUT etc, das suas lideranças, ao aparato, aos cargos, as alianças, as mudanças do partido (que já vem de longe) etc, não podemos concluir que foi bom para a esquerda, ou para a luta da classe trabalhadora, movimentos sociais (vide MST), a população, etc, ao contrário, foi uma perda e derrota política gigantesca para tudo isso. Os que se adaptaram, foram prá lá não voltam.
Ao contrário que você disse ao colega acima, foi muito mais os arrochos e precarização das condições de trabalho dos professores nesse período pelo Serra, que acabou gerando mais sua revolta e levando ao início forte de uma greve e luta que pode mostrar o caminho da luta novamente etc. E não pelo fato da crise ter sido "fraca" como você disse.
Um abraço.
cicero,
ResponderExcluirVamos por pontos:
1. Como diabos podemos falar em ajuda aos capitalistas num caso onde (a)Não houve crescimento na produção de bens e serviços; (b) a situação dos trabalhadores, longe de ser a devida, não está pior do que a anterior à Crise?
2. Não, é você quem não consegue distinguir o que é tático de estratégico. Basicamente, na sua visão, ações táticas são "reformistas" e não devem ser tomadas, daí ficamos de braço cruzados esperando o "grande dia" e só aí faremos algo. Isso é uma postura cômoda e tão distante dos trabalhadores que não sei nem o que dizer...
3. Eu não disse que "Defender o socialismo, e a derrubada do capitalismo, não é como você diz, defender a destruição de tudo, das forças produtivas, das fábricas etc,", você é que está escrevendo isso. Eu disse exatamente o contrário: De um sistema produtivo arruinado não sairá nada que preste.
4. O Capitalismo não precisa amadurecer mais coisa alguma, mas o setor produtivo, no que toca aos trabalhadores, deve estar em situações que permitam a articulação da classe trabalhadora - do contrário, o máximo que vai acontecer é a "ditadura revolucionária" de uma varguardinha iluminada. Esse filme já é manjado, lamento.
5. A Revolução não aconteceu na Europa Ocidental por conta do vanguardismo dos partidos social-democratas que se viam como fins em si mesmos e não como meios de conduzirem a luta dos trabalhadores (e de todas as pessoas em termos últimos) - o que por um lado foi bom, afinal, os partidos dos trabalhadores da Europa Oriental estavam eivados pelo mesmo mal, o que não impediu a Revolução na Rússia, mas enterrou as suas potencialidades emancipatórias em pouco menos de uma década.
6. Como a classe trabalhadora saiu enfrequecida se o emprego, a renda, o acesso à Internet e às universidades, mesmo que longe do ideal aumentaram, diabos?
7. Você está desvinculando a esfera econômica da política, menas, menas.
8. Arrochos existem desde que os militares entraram no poder - assim como precarização nas condições de serviço -, pegue a maneira como sindicatos e movimentos de toda a natureza estavam desarticulados com a conjuntura - seja no que toca a relação direta Estado-professores ou o geral da política nacional - do fim dos anos 90?
Trabalhadores sem pão, no máximo, servem de massa de manobra para uma meia dúzia de oportunistas totalitários. Isso é que é um "pouquinho de história".
um abraço
Cicero e Hugo
ResponderExcluirLogo que comecei a analisar aqui a discussão de vocês dois, parecia que era uma luta entre o socialismo X capitalismo, porém pude perceber que existem visões e caminhos que são distintos, mas focos bastante parecidos. Acredito que no mundo existem condições favoráveis para uma mudança na estrutura social, como colocou Marx em Manifesto do Partido Comunista, que devem ser muito bem articuladas seguindo o exemplo da classe burguesa (infelizmente a verdadeira classe revolucionária). Pois acredito que as condições que o capitalismo hoje em dia com governos como o de Lula, por exemplo, apenas pode oferecer o que está posto na sociedade brasileira (PAC, Bolsa Familia) isso é o que tem para oferecer para a população???!!! na visão economica o Bolsa Familia contribuiu para que a população migrasse da condição de pobreza absoluta para um amelhor condição. Na verdade esse programa é mais um ajuste paliativo causado pelos "buracos" sociais que o sistema capitalista propicia, porém, não vamos aqui apenas dizer que tudo é culpa do sistema. A burocracia que deixa-nos enjaulados e a conjuntura capitalista tente a cada vez mais nos envolver e nos fetichisar criando um muro que não nos deixa escapar, cabe a todos romper esse muro e buscar soluções efetivas e acredito nisso, mas, para isso é necessário ação.
Proletários de todo o mundo Uni-vos! Karl Marx
Abraço!