Ou quase. Ainda faltam dois jogos importantes a serem disputados: Santos x Inter e Vasco x Corinthians - o primeiro gabarita duas das equipes já classificadas para a Libertadores a colarem nos líderes do torneio, o segundo, pode definir o campeão simbólico, dado que com mero empate o alvinegro paulista leva. Por ora, assim como antes da Copa do Mundo, Corinthians e Fluminense, que não eram favoritos ao título e fizeram um péssimo primeiro trimestre, seguem liderando sem muitos problemas - embora estejam longe de estarem prontos, mas sua desorganização é menor do que a dos outros; o Fluminense se reforçou pesadamente com Deco, Emerson, Washington. Beletti, Júlio César, entre outros e Muricy não foi para a Seleção; o Corinthians, por sua vez, superou bem a saída de Mano para a Seleção e a transição com Adílson foi segura, apesar dos constantes problemas físicos do elenco, o entrosamento e a regularidade, além das boas atuações de Bruno César têm feito a diferença.
O Santos, que até bem pouco tempo era disparadamente o melhor time do Brasil, já não é mais o mesmo; perdeu Robinho e André para a Europa e Paulo Henrique Ganso contundido. As responsabilidades agora pesam mais sobre os ombros de Neymar e do repatriado Keirrison, agora é questão de ir montando o elenco para a Libertadores do ano que vem - não duvido que o time até enseje brigar por título por aqui, mas será no mesmo andar dos reles mortais e não mais um degrau acima como seria no primeiro semestre. O Inter, campeão da Libertadores, de repente conseguiu liberar todo o seu potencial técnico outrora travado com Celso Roth; foi campeão do principal torneio sul-americano e agora faz um campeonato de recuperação no Brasileirão enquanto se prepara para o Mundial.
Abaixo desse grupo, vêm Botafogo e Cruzeiro, o primeiro, uma das equipes mais concisas e coesas taticamente do futebol brasileiro atual, sob a batuta do velho Joel Santana, o segundo, passa por uma interessante reconstrução nas mãos de Cuca e ontem fez uma partida interessantíssima contra o Palmeiras, virando um jogo que perdia por 2x0 - os reforços de Montillo e Farias são importantes e ajudam jogadores historicamente irregulares como Thiago Ribeiro e Roger a seguirem na linha. Como Inter e Santos já estão na LIbertadores, os dois estariam se classificando pro referido torneio com certa diferença sobre os demais. Impressiona que a equipe mais próxima de disputar com eles vaga para a Libertadores é, justamente, o Vasco de PC Gusmão, que até bem pouco tempo atrás brigava para não cair, ainda assim, excetuando o lanterna Goiás, do Prudente para cima, as equipes estão separadas por no máximo 3 pontos.
Entre o grande bolo, Avaí e Ceará seguem trajetória de queda depois de um bom início, enquanto Atlético-PR e o Vasco subiram de produção e o Guarani se mantém como uma das grandes surpresas do torneio. O São Paulo, que chegou a se aproximar perigosamente da zona de rebaixamento, conseguiu algumas vitórias importantes - e suadas - nas últimas rodadas que lhe garantiram o meio da tabela. O Palmeiras de Felipão, depois de maus resultados e um ensejo de recuperação, terminou o Turno com gosto de derrota: Não bastasse a goleada fantasma que tomou para o Atlético-GO em casa, a virada que tomou para o Cruzeiro foi desalentadora - na gangorra que o campeonato é, ele pode fazer melhor do que isso, mas terá de resolver graves problemas em posições específicas como as laterais. Flamengo, Vitória e Grêmio seguem titubeando perigosamente e estão perto da Zona do rebaixamento. O Galo de Luxembugo, por sua vez, de um dos favoritos ao título no começo do torneio - pelo bom começo de ano - amarga a Z-4 junto do seu xará goiano que, do seu lado, ensaia uma recuperação com René Simões, enquanto o Prudente vai ficando para trás e o Goiás se distancia embaixo.
O nível do torneio, por ora, foi razoável, mas a irregularidade das equipes, a bagunça do calendário e as constantes mudanças de treinadores, para variar, atrapalharam. A média de gols, por exemplo, foi pífia: O Corinthians é o melhor ataque e não tem uma média de 2 gols/jogo. Bruno César - que no meu entender é o melhor jogador do torneio também - e o surpreendente Elias do Atlético-GO são os artilheiros com apenas nove gols. É pouco. É um torneio para treinadores se destacarem, o equilíbrio é absurdo e uma mexida bem feita muda tudo. O Brasileirão, pelas circunstâncias, prossegue sendo tanto menos uma maratona e tanto mais um rali, onde as equipes sobem na medida em que seus adversários caem em ribanceiras ou explodem em minas terrestres.
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