O saldo do evento foi bom: Mais de trezentos blogueiros de dezenove estados, muito embora a maioria fosse mesmo paulista - e é natural que fosse, nunca vi um levantamento do tipo, mas certamente a proporção de blogueiros em São Paulo é maior do que a de boa parte do país, o que, além do fato do encontro ter sido realizado por aqui, colaborou para supremacia numérica de paulistas - e radicados em São Paulo. Ainda assim, tinha bastante gente do Rio - o Miguel do Rosário, o Sérgio Telles -, de Minas - o Túlio Vianna -, do Rio Grande do Sul - como o Cloaca e o Hélio Paz- e do nordeste - como o Rogério Thomaz Jr. e do Emílio. A organização do evento teve superávit e a experiência da discussão presencial - de gente que, no entanto, só se conhecia por conta da blogosfera - foi positiva; isso pode não ser suficiente, mas ter debatido questões como a da necessidade de constituir uma rede de proteção judicial aos blogueiros, formas de financiamento da blogosfera, meios de colaboração, o vigilantismo e ética na rede num meio bastante heterogêneo.
Não pude assistir a exibição da banda de chorinho de Luís Nassif na sexta, mas fui lá no sábado e no domingo. As mesas foram boas no primeiro dia de debates - em especial a de Túlio Vianna, Paulo Rená e de Marcel Leonardi, muito embora não lembre de uma mesa ruim. Goste-se ou não de PHA, Nassif e Azenha - e eu tenho minhas críticas ao primeiro embora goste bastante dos dois últimos -, eles cumpriram um papel importante nos últimos quatro anos: Ajudar a furar o bloqueio imposto pela mídia corporativa que estabeleceu uma narrativa completamente sectária, histérica que distorcia tudo de forma paranoica. Nesse período, inúmeros jornalistas, muitos dos quais com posições historicamente mais à esquerda do que os três que eu citei assumiram uma posição de franco-atiradores contra o Governo Lula - não, numa democracia o papel da imprensa não é ser nem situação nem oposição, basicamente, é analisar, ver o contrário acontecer é gravíssimo, ainda mais por motivos que implicam numa ação claramente originadas das chefias corporações tradicionais.
No segundo dia, fiquei no sexto grupo de debates que acabou se fundindo ao quinto no Sindicato dos Advogados. Tinha um pessoal bacana lá como Tsavkko, Túlio Vianna, Hélio Paz, Rogério Thomaz Jr, Emílio, Paulinho, a CC Bregamin, e o impagável Cloaca - que, coitado, foi vítima do ar seco de São Paulo e tava mal. Deu para trocar uma ideia legal sobretudo sobre a questão do financiamento da blogosfera e de um modo de formas coordenar a defesa judicial de blogueiros. A aprovação da carta foi, via de regra, consensual - no que toca as moções e tudo mais -, apesar de certo preciosismo da mesa em não querer acrescentar certos pontos mais específicos na redação final no que concerne a questão da plano de banda larga - o que passou enquanto moção - e na questão do financiamento da blogosfera - que ficou bastante superficial, fruto da falta de consenso no assunto, onde uns discordam dessa necessidade, outros acham importante a disputa por verbas públicas e, por fim, aqueles que vejam na iniciativa privada o caminho. O segundo encontro foi definido para o primeiro semestre do ano que vem em outro estado - e a escolha da sede será por votação na internet - além da instituição de encontros regionais.
A organização desse setor da blogosfera é um fenômeno interessante, ainda que ele falhe por vezes no sectarismo, é bom ressaltar que ele se trata, via de regra, do fruto da articulação de gente simples, com uma idade média maior do que eu esperava - e isso é bom - e que veio bastante disposta a dividir suas experiências pessoais e regionais; goste ou não dessa turma, mas o pessoal não está escrevendo o que escreve porque está hospedado em nenhum grande portal ou site de jornal e há espontaneidade no que escrevem e como escrevem - e mesmo os grandões do jogo teriam tido uma vida mais fácil se tivessem atuado no lado diferente nos últimos anos. Há muito o que evoluir ainda, mas sem dúvida a blogosfera é um dos grandes adventos da democracia em democratização brasileira; uma esfera de debate verdadeiramente público construída no meio virtual que, pouco a pouco, começa a sair de lá.
Foi muito bom trocar ideia pessoalmente com o Túlio Vianna e o Miguel do Rosário além do Tsavkko que está homiziado cá nas terras bandeirantes e meus parabéns ao Diego Casaes, a Maria Frô, ao Rodrigo Vianna, ao Eduardo Guimarães, ao Rovaí, a Daniela e ao resto da comissão organizadora.
P.S.: O Tsavkko escreveu um belo post sobre o assunto, vale a pena dar uma olhada.
P.S.: O Tsavkko escreveu um belo post sobre o assunto, vale a pena dar uma olhada.
Valeu, Hugo, por me incluir na lista de "famosos" (hehehe)...
ResponderExcluirMas eu aqui na blogosfera sou CC Bregamin, tá? (Você troca?)
E o link, que tá indo pro blog do Helio Paz é:
http://vaiencarar.wordpress.com/
Depois eu volto com mais tempo pra fuçar por aqui.
Beijos, CC.
Hugo,
ResponderExcluirBelíssima análise! ;)
Faço das palavras de CC Bregamin as minhas pelas tuas generosas citações do meu nome no teu post! :)
[]'s,
Hélio
Prontinho, CC Bregamin, nick e link (mil perdões, é muito desagradável quando isso acontece) corrigidos ;-) Mas não tem essa história de famoso, não! Tava todo mundo junto e misturado mesmo.
ResponderExcluirbeijo
De nada, Hélio, eu é que te agradeço pela atuação e principalmente pela aula de comunicação sobre redes colaborativas no Grupo de trabalho, foi demais.
ResponderExcluirabração
Eu sei eu sei é só piadinha mesmo...
ResponderExcluirBotei um link do seu texto lá no meu blog, que eu gostei dele bastante,
Beijos
CC.
CC, gracias ;-)
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