quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Internacional Campeão da Libertadores



Ontem, o Internacional de Porto Alegre bateu o Chivas Guadalajara por 3x2 no Beira Rio. Foi o segundo título da Libertadores do time gaúcho num intervalo de quatro anos. Trata-se de uma vitória não de um determinado elenco, mas de um projeto de clube - que não começou agora nem se extinguirá. Lembro bem do colorado fracassado dos anos 90: Eu me surpreendia quando meu pai dizia que nos anos 70 e 80, aquele mesmo clube já tinha sido dos mais fortes do futebol nacional. Isso muda, praticamente, na era do pontos corridos, melhora na estrutura física, reconstrução do clube com a figura do sócio-torcedor, implantação de uma continuidade na preparação tática do time - cujo mérito pesa bastante sobre os ombros de Muricy Ramalho e depois Abel Braga - e uma boa política administrativa. O resultado é que mesmo fora do eixo Rio-São Paulo, dos olhares da grande mídia esportiva - em tamanho, não em qualidade -, o colorado cresce e, junto com São Paulo e Cruzeiro - de vez em quando o Santos - torna-se dos poucos clubes - não elencos ou times - fortes do Brasil dos últimos anos - se por um lado é triste termos tão poucos clubes nesse mesmo patamar, por outro, perto da hecatombe dos anos 90, avançamos bastante.

O time atual começa titubeante o ano, quando eu pensava que ele tinha tudo para deslanchar com a contratação de Jorge Fossati, um técnico sul-americano e copeiro, mas que padeceu pela sua falta de imaginação e o modo como se relacionava com o belo elenco que tinha nas mãos. A sua saída, ainda assim, me pareceu estranha e atabalhoada - embora tivesse perdido o título gaúcho para o rival Grêmio, bem ou mal a equipe estava na semi da Libertadores. De todo modo, o colorado foi um dos poucos times a realmente se beneficiarem com a parada da Copa, trouxe o controverso Celso Roth - um treinador que já foi do besta ao bestial na sua carreira - e, de repente, descomplicou-se: Com Renan firme no gol, uma defesa boa com Nei, Bolívar, Índio e Kléber, um Sandro na cabeça de área junto com a Guiñazu na marcação, Tinga de volta ao futebol nacional - um meio tão bom que um jogador como Giulano podia ficar no banco - além do ataque formado por D'Alessandro, o repatriado Sóbis e Taison. O colorado pós-Copa elimina o São Paulo e o Chivas, emplaca o título da Libertadores, a vaga no mundial, quebra o tabu dos brasileiros contra estrangeiros numa final de Libertadores que já durava 11 anos e, acrescento, está vivo no Brasileirão.

2 comentários:

  1. Claro, sempre - embora seja palestrino aqui em São Paulo e Náutico em Pernambuco, toda minha simpatia pelo colorado e meus parabéns por um título tão importante.

    abração

    ResponderExcluir