(foto retirada daqui)
No meio desta semana fria e corrida, o Santos foi campeão da Copa do Brasil - perdendo por 2x1 para o Vitória em Salvador, depois de ter vencido por 2x0 na Vila - e o Inter classificou-se não só para a final da Copa Libertadores como para o Mundial Interclubes após perder para o São Paulo por 2x1 - depois de ter vencido por 1x0 em casa; aliás, a classificação antecipada para o Mundial explica-se pelo fato do Chivas ter chegado à decisão também, já que o clube não pertence à Confederação Sul-Americana e disputa o torneio como convidado.
Da primeira vitória, nada de surpreendente. Por melhor que seja a equipe do Vitória - que está ali junto do Avaí na disputa para saber quem é o melhor clube médio do país hoje -, era sabido que o time do Santos dificilmente perderia o título - principalmente depois de duas finais antecipadas contra Atlético-MG e Grêmio. Palmas para Dorival Júnior que fez André, Neymar e Ganso jogarem muito, recuperou Robinho e organizou o time com jogadores como Marquinhos, Edu Dracena e Arouca. Hoje, parece fácil o que ele fez, mas nada estava claro no começo da temporada. Agora, depois da saída de André e Robinho, o time terá de se rearranjar para disputar o resto do Brasileirão - onde tem patinado feio. Nesse sentido, a volta de Keirrison é essencial.
Da semi-final entre Inter e São Paulo, o fato é que se de um lado Celso Roth fez o bom time colorado jogar, depois da Copa, um futebol coeso - diferentemente do que se via no primeiro semestre, sob o comando de Jorge Fossati -, o São Paulo, sob Ricardo Gomes continuou patinando - e embora tenha um bom elenco, o agora ex-treinador do tricolor jamais conseguiu acertar verdadeiramente a equipe. Foram bons jogos, sendo o segundo durante o debate dos presidenciáveis na Band - num curioso episódio de disputa pela audiência entre canais de TV, onde de um lado se via o espetáculo futebolístico e a política espetacularizada, o que merece, quem sabe, uma análise mais profunda, ainda que eu tenda a dizer que fez bem quem viu o jogo.
Deu Inter numa verdadeira guerra; ele disputará o bicampeonato da Libertadores - para tentar se igualar a Grêmio, Cruzeiro e Santos - e, como já adiantado, disputará o bi-mundial - pela injustiça do regulamento da Libertadores em não permitir que os clubes mexicanos que disputam o torneio também joguem o mundial, caso sejam campeões. Num primeiro momento, não vejo o Inter favorito para a Libertadores, mas ele disputa sim. Já o São Paulo, desde o título de 2005, jogou todas as Libertadores, mas tombou desde então diante de rivais brasileiros; Inter (06, na final), Grêmio (07, nas oitavas), Fluminense (08, nas quartas), Cruzeiro (09, novamente nas quartas) e Inter (de novo neste ano, agora na semi). A sina se repetiu e agora, com a saída de Ricardo Gomes e a provável reformulação no elenco, será difícil disputar uma nova vaga na LIbertadores.
No Brasileirão, Fluminense e Corinthians ponteiam a tabela e continuam convincentes depois da Copa do Mundo. Muricy, no entanto, continuou no primeiro, enquanto o Corinthians perdeu Mano para a Seleção - ambos os times tem de melhorar muito para ter um liderança realmente sólida, principalmente o Corinthians que tem sim deficiências, como ficou claro no clássico contra o Palmeiras. Abaixo deles, Inter, Ceará, Avaí, Cruzeiro, Santos e Flamengo têm tido alguma solidez, mas nada espetacular - o Ceará, aliás, muito mais na base da aplicação do que de qualidade. Atlético-MG e Grêmio, na zona do rebaixamento, são verdadeiras surpresas negativas, principalmente pelo primeiro semestre de ambos. Quem não está bem, mas pode evoluir bastante é o Palmeiras, que não só repatriou Felipão, como também trouxe de volta Kléber e Valdivia - dois ídolos da equipe, protagonistas do último título ganho pelo clube, o SP-08 - e alguns reforços promissores como os centrovantes Tadeu (ex-Prudente) e Luan (ex-São Caetano com rápida passagem este ano pelo Toulouse), os meio-campistas Tinga (ex-Ponte Preta) e Rivaldo (ex-Avaí) e o zagueiro Fabrício (ex-Flamengo). É esperar para ver, mas o nacional tende a pegar no breu.
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