quarta-feira, 7 de julho de 2010

Notas da Copa: Espanha e a Final Inédita

(Puyol vibra - Marca)

A Espanha se classificou à final da Copa. Será uma final inédita que nos dará um campeão mundial inédito. Nenhuma novidade quantos aos dois classificados, afinal de contas, são duas das quatro equipes do grupo de seleções que mais se destacou nos últimos quatro anos - junto com a Alemanha e o Brasil, eliminados, certamente não à toa, pelos dois finalistas, muito embora o prognóstico apontasse para um ligeiro favoritismo dos dois derrotados. Não, eu não julgava a Espanha favorita para o jogo de hoje e o mesmo - em maior grau, é verdade - da Holanda em relação ao Brasil. Mas a graça do futebol é essa.

A Espanha, vitoriosa hoje, estreou com derrota para o potente ferrolho suíço, recuperou-se sem brilho contra Honduras, sofreu para derrotar o Chile e bateu Portugal e Paraguai mais apertado do que poderia se supor - o time mostrou brilho, leveza, elasticidade, mas sua defesa assustava e seu ataque mostra pouca qualidade de concretização. Hoje, as coisas foram diferentes, ainda que o placar mínimo frente à Alemanha iluda, a Fúria fez seu melhor jogo na Copa, encaixou a marcação em cima de um time que sabe atacar e soube articular jogadas contra um time que sabe se defender. Até o jogo de hoje, a Espanha parecia mais uma equipe que joga um belo futebol, mas depois, se afirmou como um time campeão.

No entanto, a Alemanha, sem Müller, suspenso, teve uma perda maior do que a ausência de seu ponta-direita: A mudança do seu esquema para o 4/4/2 lhe fez mal, tirando boa parte da força ofensiva com a qual ela marchou sobre a Inglaterra e a Argentina. Hoje, foi diferente. Mesmo a boa marcação sobre a Espanha no primeiro tempo esbarrava numa incrível ausência de jogadas pelas pontas, justamente onde morava sua força. Por outro lado, a estrela de Casillas brilhou novamente, a defesa espanhola jogou bem. Xavi e Xabi Alonso brilharam especialmente hoje. O mesmo se pode dizer de Iniesta. Villa esteve um pouco abaixo da média, Pedro estava nervoso. Mas Puyol foi heroico com sua planada no escanteio perfeitamente batido por Xavi. Foi o diferencial de um jogo profundamente equilibrado.

Na decisão, pegamos uma Espanha que vinha derrapando, mas quando precisou, mostrou firmeza.Muita firmeza. Do outro, uma Holanda que entre erros e acertos, venceu todos os jogos com suas falhas passando batido - e, sobretudo, suas jogadas de ataque acertando, cirurgicamente, o calcanhar de Aquiles do rival. A Espanha me parece mais inteira, mas futurologia e prognósticos não são comigo, mas com esse polvo-profeta que dizem que existe por aí - hoje, ele me venceu, não tenho esperança alguma em vencer caso ele diga o contrário.

2 comentários:

  1. Vibrei muito com a vitória da Espanha. Torço pelo belo futebol, trabalhado, que eles apresentam. Discordo de ti num ponto só: O Pedro jogou muito bem se desconsiderarmos aquela bobeira imensa no final do jogo. Destaque pra mim foi o Xabi. Ele jogava pela ponta, né? Ontem tava no meio, se não me engano.

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  2. Adriano,

    Nessa Copa o Xabi Alonso foi segundo volante e o Xavi meia armador - com liberdade para flutuar. Pela ponta-esquerda, jogou o Villa a Copa quase toda, mas ontem ele foi um falso centroavante, e pela ponta-direita Navas e depois Iniesta se alternaram - a diferença é que o primeiro é um ponta legítimo, enquanto o segundo às vezes volta para o meio, até por uma questão de formação. Na formação de ontem, Pedro foi ponta-esquerda tendo a dura missão de atacar e, ao mesmo tempo, segurar as decidas surpresas de Lahm. Não diria que ele foi mal, mas ele esteve nervoso.

    abraço

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