terça-feira, 12 de outubro de 2010

A Reta Final do Brasileirão

(Montillo -- destaque da arrancada do Cruzeiro/ foto retirada daqui)

Dando uma pausa na Política, falemos de Futebol: O Brasileirão entra na sua reta final com a metade última do returno em disputa. O Cruzeiro, que eu apontava como um dos favoritos de início (com essa minha bola de cristal que dá uma no cravo e outra na ferradura), assumiu a ponta depois do trabalho de reestruturação bem realizado por Cuca e a chegada de reforços: O quarteto ofensivo formado por Montillo, Roger, Thiago Ribeiro e Farias é de primeira. Corinthians e Fluminense, que surpreenderam com as boas campanhas logo de cara e ainda mantiveram um bom aproveitamento mesmo depois da Copa, perderam bastante rendimento no Returno; Adílson Baptista, competente treinador que substituiu Mano Menezes no alvinegro caiu, o que é um péssimo indício para os destinos da equipe no torneio - assim como a defesa que não se arruma e Bruno César que parou de fazer tantos gols -; o Fluminense, mesmo turbinado pelas contratações de Deco e Washington, faz também um returno instável, engessado num esquema quadrado e sem criatividade, o mesmo problema que Muricy Ramalho apresentou ano passado com o Palmeiras, perdendo o título mais vencido da história.


A retirada arbitrária da quarta vaga do Brasileirão para a Copa Libertadores, por obra e graça da Confederação Sul-Americana, sob o fundamento de que o campeão já é brasileiro e de que a Copa Sul-Americana valerá vaga para a Libertadores 2011 (o que demandaria tirar alguma vaga já existente), foi patética e tirou parte do ânimo do torneio - politicagem entre politicagens mil, a decisão só penaliza o futebol brasileiro, haja vista que o campeão da Libertadores poderia ser de qualquer país e, mais do que isso, disputará a competição seguinte na condição formal de melhor time do continente, não por sua nacionalidade, do mesmo modo que o campeão da sul-americana pode ser de qualquer país que esteja em disputa, logo, sua classificação (mais do que justa, aliás) direta para a Libertadores também não pode ser usada (e abusada) como álibi para tirar vaga de qualquer país. Ademais, isso fere expectativa de direito, motivo pelo qual as equipes investiram e se prepararam de certa maneira, o que exigiria, na pior das hipóteses, que a decisão fosse introduzida no ano que vem. Tirar uma vaga do país que venceu a Libertadores é penalizar quem teve o mérito de formar o clube campeão. 


Isso faria com que abaixo de Inter e Santos, campeões da Libertadores e da Copa do Brasil - portanto, já classificados para a edição do ano que vem - se travasse uma disputa interessante por essa última vaga, o que infeliz e aparentemente não acontecerá. Aliás, o Colorado e o Peixe, já com a vida ganha (e o segundo ainda desfigurado depois de vendas, contusões e confusões que lhe acometeram), estão fora da briga - ver o Santos ainda em quinto só prova a tremenda superioridade que o time tinha no início do Campeonato, feito que justificou este humilde blogueiro a aponta-lo como favorito ao título (seguido de Cruzeiro, Grêmio e, vejam só, Atlético-MG), esquecendo-se, no entanto, que Brasileirão, há pelo menos sete anos, é rali e não maratona.


De quem está abaixo, O Botafogo tem uma bela equipe, mas a contusão de Maicosuel lhe tirou o cerébro e, quem sabe, a vaga na Libertadores, apesar de bons recursos ofensivos (Loco Abreu, Caio, Edno) e uma defesa firme, além de Joelzão no banco (que, quem diria, virou um bom técnico no fim da carreira). A duras penas, Felipão arrumou o Palmeiras, que erra menos passes, os laterais não comprometem mais, enquanto Valdivia e Kléber voltaram a ser decisivos - infelizmente, não sei se a tempo, o empate com o Botafogo no Rio talvez tenha determinado a morte de ambos abraçados. Renato Gaúcho arrumou o capaz porém desmotivado time do Grêmio, que faz fabulosa campanha neste returno. O Atlético-PR, arrumado por Carpegiani (que depois foi contratado pelo São Paulo), permanece com Sérgio Soares na parte de cima da tabela, algo que eu duvidava de início.


Na parte debaixo da tabela, o Prudente, o clube intinerante, sumidade entre os que eu gostaria que caíssem, segura a lanterna do torneio. O Goiás segue sua decadência de anos e parece que cairá mesmo. O Atlético-GO, semi-finalista da Copa do Brasil e dono de placares estranhos neste torneio - com vitórias sobre Palmeiras e Corinthians fora de casa - segue na zona do rebaixamento, dando sempre pintas que pode surpreender e escapar dali. O Atlético-MG, arruinado por um Luxemburgo decadente e pelos seus descaminhos enquanto Clube, amarga uma surpreendente zona de rebaixamento e agora tenta se reerguer com o sério - e talvez por isso tão injustiçado - Dorival Jr, empreitada que eu não sei se ainda resta tempo, mas creio ser possível; rondam aquela região ainda o Avaí e o Vitória, que eu supunha que chegariam bem mais longe do que isso e, quem diria, o atual campeão Flamengo, agora nas mãos inseguras de Luxemburgo.

É isso, a poucos anos do mundial no Brasil, o futebol nacional segue jogando boas chances de ser mais interessante pela janela e corre o risco de ter problemas para essa disputa.

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