Dilma visita as áreas destruídas pelas enchentes do Rio -- foto retirada daqui |
Estamos na segunda quinzena do Governo Dilma. Sim, o projeto que guiou o país desde 2003 continua de pé. Por ora, grande parte da mídia tradicional continua fixada demais na figura de Lula, a quem não deixa de agredir. Lula saiu da Presidência, mas a mídia tradicional não saiu ainda da Presidência dele. Para além de eventuais diversionismos - que tentam desconstruir Lula para depois desgastar Dilma -, existem constatações verdadeiras como já adiantávamos aqui em dezembro (e sobre o que o Sérgio Leo escreveu um belo post): Lula e Dilma são mesmo diferentes. Um nasceu politicamente como sindicalista, a outra como guerrilheira. Sim, o Novo Sindicalismo e o Foquismo são escolas diferentes, mas isso não muda o fato de estarem do mesmo lado das barricadas. A duplicidade de poder na área econômica fazia todo sentido para Lula e nenhum sentido para Dilma - tanto é que isso mudou. Sem crise: Lula sabia disso melhor do que qualquer um de nós, quando tomou a decisão de indicar a candidatura de Dilma. O Planalto não deve ser conivente com tentativas de atacar o legado de Lula, mas isso não pode ser confundido com negar as diferenças - e como a esquerda lida mal com a Diferença, não? - entre ambos, isso seria trair o próprio legado de Lula que, ao contrário do seu antecessor FHC, não quis mudar as regras do jogo em curso para tentar um terceiro mandato, mas sim respeitou o que estava posto e deu andamento à rotatividade do poder, elegendo uma mulher cujo histórico de vida é bem diferente do seu. O desafio está em ressaltar diferenças para afirmar o caráter próprio do atual governo, mostrando que isso não implica em juízos de valor que hierarquizem o hoje em relação ao ontem, nem contradiz o fato de estarmos dentro de uma fase diferente de um mesmo projeto. Por ora, as coisas seguem o seu ritmo previsível - que, em último caso, é o melhor que se poderia pôr em prática na atual conjuntura.
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