E sobram bicadas no ninho tucano --John Gould |
Para muito além do discurso, há uma história que o precede e onde ele está inserido, na qual os fundadores do PSDB eram apenas a ala institucionalista e menos demagógica do PMDB - uma artificialidade construída pela Ditadura Militar com o intuito de legitima-la - que tomou vida por conta das disputas internas do PMDB-SP e da insatisfação com os rumos do PMDB pelo país - a entrada de políticos pró-ditadura, ainda que isso não tenha sido a causa determinante de sua fundação, mas sim a vitória de Quércia sobre o núcleo duro do PMDB paulista, onde residiam figuras como FHC, Montoro, José Serra e Mário Covas. É certo que a grande maioria dos fundadores do PSDB tinham ânimo de fundar outro partido por motivos programáticos, do contrário, teriam se usado do momento politizante das Diretas para tanto - todos pensavam, entretanto, em construir um projeto de modernização conservadora a partir da estrutura do próprio PMDB.
O partido, portanto, nasce indeterminado, vagando entre a má vontade com a esquerda formada pelos movimentos sociais e um oposicionismo institucional contra a direita pró-ditadura. E é FHC que irá determinar os destinos do partido, sobretudo, por sua atuação política pessoal, seja enquanto esteve próximo a todo momento do Poder quando era Senador - primeiro, chegando a liderar o governo no Senado durante o Governo Sarney, depois sendo próximo de Collor e de Itamar - ou quando ele resolve ser o fiador de um certo projeto de modernização conservadora, o que o aproximou do esquema do Carlismo na Bahia - e de Marco Maciel em Pernambuco, algo que se ramificava por todo Norte-Nordeste.
O PSDB pós-FHC posicionou-se à direita do centro, liderando as forças daquele espectro a partir de então, o que se acentua por conta da oposição promovida pelo PT - que àquela altura, englobava os setores que foram postos de lado no processo de estabilização econômica dos anos 90, a saber, os trabalhadores empregados, os movimentos sociais vários e mesmo a pequena indústria, setores que normalmente são representados por um partido social-democrata como manda a praxe da política europeia ou de inspiração europeia. As crises e as falhas todas cometidas durante o Governo FHC provocaram uma queda severa de sua popularidade, o que foi determinante para o desfazimento da aliança que o elegeu e o sustentou desde 1994, fato que colabora decisivamente para sua derrota em 2002 para Lula, que naquele momento construiu um potente arco de alianças ao incluir as demandas de uma direita desenvolvimentista e inclui-las junto das demandas laborais e sociais que o PT sempre defendeu.
O período todo do Governo não serviu para sedimentar a identidade do partido, comos vemos em documentos pouco divulgados, mas de importância singular única como, por exemplo, uma nota oficial datada de 2003 - e assinada pelo então Presidente do Partido, José Aníbal - que ataca a Internacional Socialista por não ter convidado o PSDB para seu XXII Congresso - realizado em São Paulo, tendo por anfitrião o Partido dos Trabalhadores (que é membro observador da organização) e cujo discurso de abertura foi proferido pelo então Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva. O problema aqui não é ser ou não de esquerda, nem uma crítica à disputa pelo significado das palavras - que, no fim das contas, é a própria política -, mas sim da profunda insensatez que gestos como esse significam, tendo em vista os oito anos de polarização onde o PSDB se pôs, conscientemente, no campo direito (e anti-socialista) da disputa política.
As duas disputas presidenciais que se seguiram à vitória de Lula teve novos confrontos entre o PSDB e o PT, onde primeiro se viu Geraldo Alckmin concorrendo contra um Lula que pleiteava um segundo mandato sob os auspícios de um discurso moralizante e gerencial - a eleição do modelo da empresa como alternativa à política (na verdade, à democracia) - e depois a disputa envolvendo José Serra e a sucessora indicada de Lula, Dilma Rousseff, na qual o governador paulista largou o discurso centrista de 2002 - quando foi derrotado por Lula - para assumir um discurso desesperado e negativo, abraçando o que há de pior na direita nacional - os extremistas religiosos da TFP, os monarquistas et caterva - para tentar surfar em uma onda de ódio profundo sem se molhar e assim vencer. As duas derrotas - especialmente a última - repercutiram mal sobre o partido e algumas lideranças estaduais falam em refundação, quem sabe um afastamento do discurso religioso-moralista e uma retomada do "PSDB dos anos 90" - o que, por certo, trata-se de uma certa bravata anti-serrista, dada a ampla rejeição popular em nível federal da própria figura pessoal de FHC.
A crise que hoje percorre o PSDB nacional é algo que começa das próprias disputas internas para concorrer à Presidência da República ao longo do tempo - um jogo duro, onde os caciques guerreiam no interior do partido para chegarem às vésperas das eleições aclamados, sem a necessidade prévias nem quetais. Há um ano, assistíamos ao fim do confronto formidável entre José Serra e Aécio Neves, onde o primeiro derrotara o segundo, mas o derrotado, habilmente, preparou uma armadilha para o governador paulista: Serra tinha de vencer e ainda se preparar para fazer campanha literalmente sozinho. O mesmo podia ser visto em São Paulo, onde Geraldo Alckmin, candidato à chefia do governo do estado, concentrava-se na sua própria disputa - para a qual ele foi indicado pela falta de quadros no partido - ao passo em que ele largava a disputa presidencial, largando Serra, a quem tanto lhe combateu internamente, à própria sorte.
A vergonhosa derrota de José Serra em 2010, em qualquer país razoável do mundo, provocaria o fim da sua carreira política, mas o Brasil é o país da jabuticaba e a jabuticaba é única: Ele continua a se pronunciar internamente, deseja concorrer à Presidência do Instituto Teotônio Vilela - o equivalente à Fundação Perseu Abramo do PT, em suma o centro de estudos, pesquisas e doutrinação do Partido - e há quem suscite seu nome para a disputar a Prefeitura de São Paulo em 2012 (!). Enquanto isso, Aécio Neves emergiu falando alto enquanto a própria liderança da nova oposição, exatamente como tinha planejado caso ocorresse a combinação de sua vitória com a derrota de Serra, mas algo escapou ao cálculo do político mineiro: Alckmin continua discursando com autoridade - até criticando Dilma - e Serra não se retirou da vida política, portanto, a sua aclamação como líder da oposição não aconteceu. Existe uma hesitação importante entre os setores que apóiam o PSDB, seja dentro ou fora da política, em rumarem imediatamente para o séquito de Aécio.
De fato, não há refundação do PSDB, o que existe ainda é uma disputa interna pelo poder. A força de certo setor da elite paulista - não aquela ligada às corporações modernas ou as multinacionais estabelecidas no estado, mas sim certos setores mais tradicionais e locais - é resistente a Aécio como é resistente a qualquer proposta que passe por fora de São Paulo. Alckmin pode ser um político com limitações e pouca criatividade, mas sabe disso, está refazendo conexões e jogando duro para varrer o legado de Serra no Governo bandeirante. Enfim, não houve aclamação de ninguém, mas sim disputa, a velha disputa interna tucana, nos termos que ela sempre foi travada. Não é, também, a resistência do PSDB paulista que impede sua refundação: O próprio Aécio não é um nome capaz de renovar um partido, ele é um político personalista que se cerca de bons técnicos, mas não um pensador ou o líder de um movimento.
Só para citar aqui alguém insuspeito de maiores petismos - ao contrário deste humilde redator - como um Paulo Nogueira, "Aécio é a face sem rugas do atraso" - e, mesmo que eu não concorde com uma perspectiva de História centrada no binarismo progresso-atraso, tomo aqui "atraso" pelo seu sentido corriqueiro, isto é, a expressão da política tradicional brasileira - oligárquica, personalista e cordialmente autoritária -, o que torna a ironia de Paulo fina e precisa: Aécio é o tradicional irresoluto que gosta de parecer o Novo, ele aceita e brinca com esse binarismo para se mover pelo pântano da política nacional. Qual a nova ideia e qual o movimento relevante que Aécio produziu? Sua espécie de Novo-direitismo com pendores panbrasileiristas não é, com efeito, a saída para os problemas do Brasil ou mesmo para a manutenção da Ordem que é, hoje, se vê ameaçada pelo reformismo banho-maria dos petistas - diria que mesmo eleitoralmente, isso é muito pouco, depende mais dos erros de Dilma para dar certo do que qualquer outra coisa.
E assim segue o PSDB, sendo a coisa mais parecida com a excêntrica ideia hobbesiana da "guerra de todos contra todos" que a política brasileira de hoje poderia reproduzir...
Texto com pouca substância, n se pode analisar PSDB nem era fernandina sem uma análise mais cuidadosa e profunda dos seminário sobre o capital nos anos 60-70. Para ver um pouco mais sobre isso, ler Paulo Arantes em Zero à Esquerda.
ResponderExcluirComentário com pouca substância, não levantou nenhuma objeção e começou com uma desqualificação em vez de argumentar - sobre o Paulo Arantes, me desculpe, mas lendo ele é possível não entender nem o que se passa agora...
ResponderExcluir1) Não que no PT também não haja belas e enormes brigas internas, como bom partido trostkista que é. Até achei que o partido fosse se perder um pouco no "pós-Lula". Mas eu não tinha reparado na movimentação do Serra; acho que acabei mordendo a língua.
ResponderExcluir2) Não achei a derrota do Serra tãaaao vergonhosa. 45% dos votos, com uma campanha quase sem conteúdo de tão retrógrada e odienta, é um número alto. Preocupantemente alto.
3) Eu não lembrava dessa nota do Zé Aníbal. Que coisa mais bisonha.
HWB,
ResponderExcluir1. Sim, o PT tem brigas internas, mas são brigas que passam (ainda) pelas bases ou mesmo contra tentativas de caciquismo. É um partido heterogêneo e razoavelmente democrático (ainda que menos do que poderia ser, diria, até menos do que ontem). O PSDB, pelo seu lado, mesmo não sendo um partido plebeu, tem suas brigas passando lá pelo alto, longe demais até de quem está no partido. E não se esqueça da jabuticaba, nunca.
2. Em termos quantitativos ela não foi vergonhosa, mas em termos políticos foi sim: Ele perdeu da pior maneira que alguém pode perder, sendo desleal com aliados e adversários, perdendo amigos e ganhando inimigos - enfim, saiu com menos capital político do que se tivesse jogado limpo e perdido no Primeiro Turno.
3. Eu não sabia da existência dela até bem pouco tempo, quando li, quase caí da cadeira de rir e chorar.
abraços
"mas lendo ele" não é possível nada mesmo.
ResponderExcluirLendo-o, quem sabe...
Edgar: Eu não estou preocupado com a regra culta e não acredito em idealismo gramaticalista. Além do mais, está claro o que eu escrevi. Argumentos?
ResponderExcluirNão podia só dizer que esceveu errado e agradecer pela correção? Quanta vaidade!
ResponderExcluirArgumentos? Para que exatamente? Não contestei o conteúdo de seu texto nem nada. Mas já que pede minha opinião, digo que é uma análise bem falha. Parece-me que você não deve ter mais do que seus vinte e poucos anos. Frases como "é FHC que irá determinar os destinos do partido" demonstram certa superficialidade em sua visão política, dado o que segue no seu texto. O que o PSDB mais tem feito é querer desvincular-se da imagem de FHC, um presidente que deixou o governo com baixíssima popularidade - como você mesmo menciona - e só atrapalhou (e muito) a vida do partido em termos nacionais. Não é só o pós-FHC o problema, mas também o anti-FHC, o revisionismo PSDBista que mina a credibilidade e consistência ideológica da legenda ante antigos eleitores. Além do mais, você parece um pouco confuso na concatenação de idéias, uma vez que chama o Brasil de "país da jabuticaba" sendo que tal País (letra maíuscula para referir-se à sua pátria mãe) elegeu Dilma e não Serra. Creio, portanto, que é um "País razoável do mundo" e não um que é bacana quando acontece coisas que você acha legal e bobo e feio quando acontece coisas com as quais não concorda.
Desculpe-me se o ofendi com minha correção. Devo errar da mesma maneira e aceito de bom grado correções, sem tanta violência.
Edgar,
ResponderExcluirNão é vaidade, é sinceridade, eu não vejo esse idealismo da norma culta como caminho, a língua é feita pelo falante de acordo com o que a situação exige, cobremos clareza dos outros e não formalismos.
Sobre a sua crítica, desculpe, mas foi falha de interpretação sua: "é FHC que irá determinar os destinos do partido" é o que se chama presente histórico e se refere ao corte que ele estabeleceu, durante seu governo, no que concerne à política do partido - uma leitura mais atenta do parágrafo resolveria isso.
Ademais, a história do país da jabuticaba não é uma ofensa, antes de mais nada, é a constatação de que o Brasil é um lugar singularíssimo - para o bem ou para o mal, mas singularíssimo -, onde mesmo alguém que enfiou os pés pelas mãos bonito como Serra está aí, em plena atividade ainda.
Não quero ficar batendo boca com você, mas vou só deixar claro alguns pontos antes de encerrar minha participação nesse assunto. Você se declara "intelectual clandestino" e "polemista", escreve um blog que aparenta prezar por formalismo em todas as postagens e se justifica quando corrigido, mesmo estando errado. É vaidade sim. Se estivesse escrevendo todos os posts de maneira informal - e não procurando "escrever bonito" - a correção poderia ser considerada inadequada.
ResponderExcluirMas já que você disse, por exemplo, que: "*fez algumas pequenas correções e alterações no texto, mas nada que tenha mudado o sentido dele. A maldita pressa, sempre ela.", no post "A Revolução Tunisiana", fica bem evidente como se incomoda com erros na "língua feita pelo falante". Mas muda de idéia quando é corrigido por alguém que não você mesmo. Elucidativo.
Quanto à "falha" na minha interpretação, acho que você deveria prestar mais atenção nas palavras que usa. "Determinar" é uma palavra muito forte e não é o mesmo que "contribuir para". Mesmo assim critiquei a forma como você acha que ele "determinou", pois o tomou como o núcleo das mudanças sofridas no decorrer de seus mandatos. Enfim, pelo visto você pode analisar o mundo e criticar os outros, mas se defende de maneira não satisfatória quando é criticado. E isso num mero erro de português! Piorou sua vaidade quando você solicitou argumentos referentes ao post, eu os dei e você me contestou.
É um País singularíssimo mesmo esse aqui, onde o complexo de vira-lata sempre fala mais alto.
Em todo canto do mundo, seja do primeiro, segundo ou terceiro, figuras políticas patéticas estão em plena atividade. Sua análise faz um recorte diminuto do cenário global - se por ignorância ou má intenção não sei.
Mas tendo em vista sua abordagem nesse blog, da direita e da esquerda, uma "esquerda" que se alia com Collor, Sarney, Tuma e tantas outras figuras "democráticas" - e que você parece achar que "enfia menos os pés pelas mãos" do que a direita - tendo a pensar em má intenção sua.
Edgar: Procure nos meus arquivos onde é que eu tive algum ataque de pasqualice por aqui - ou onde ataquei um leitor por faltar uma vírgula no seu comentário. Eu acredito tanto em "norma culta" e salamalaques que sempre adorei o Lula por ser um Presidente que falava à vontade e prezava por se fazer entender - e não ficava se impondo pelo uso da língua.
ResponderExcluirSobre o seu erro, enquanto você está me julgando pela escrita, você nem se deu ao luxo de me ler com o mínimo de atenção e agora fica se justificando - não, eu não falava de FHC agora, mas em 1994 - e isso eu tenho o direito de exigir, principalmente pela forma como fui cobrado da forma que eu fui pela concatenação dessa ideia. Então pare de choradeira e tente argumentar sobre o assunto do post.
O seu último parágrafo, por exemplo, não faz sentido algum. Aqui o tópico é o PSDB - assim como muitas vezes já escrevi elogiosamente ou não do PT -, portanto, traga argumentos ou não se pronuncie sobre o que foi escrito, mas não fique de fazer bravatas como "recorte diminuto de um cenário global" de um texto que você nem entendeu direito como demonstrado.
Excelente apanhado da história desse partidinho. O PSDB está fragmentado, estilhaçado; um tenta puxar o tapete do outro a todo instante. Oposição consciente? Esquece. No pós-FHC, jamais foi a intenção dos tucanos apresentar propostas que considerassem viáveis à construção de um país melhor. Aliás, sejamos honestos: a gestão FHC estava voltada a tudo, menos ao bem comum. O bem comum de uns poucos, talvez. Não bastasse tentarem sabotar um ao outro, empenham-se com afinco em (tentar) solapar o governo e o povo brasileiro. Triste.
ResponderExcluirÉ, você é péssimo...
ResponderExcluir"A vergonhosa derrota de José Serra em 2010, em qualquer país razoável do mundo, provocaria o fim da sua carreira política, mas o Brasil é o país da jabuticaba e a jabuticaba é única."
Você não sabe ler, sinto muito. Não sei como pode se considerar intelectual. Meu último parágrafo refere-se ao trecho acima. E se isso não é um recorte diminuto de um cenário global, se dizer que só no Brasil acontece uma coisa que ocorre no mundo inteiro não é recortar a realidade por conveniência argumentativa, círculo deve ser quadrado para você.
Quanta insegurança e orgulho! Baixe a bolinha e reconheça suas falhas. Ou fique expondo uma dificuldade de compreensão textual incompatível com quem pensa estar apto a escrever um blog.
Adeus.
Ramiro,
ResponderExcluirObrigado. E mais do que os problemas do posicionamento do PSDB é sua crise de identidade. Falamos de um partido importante que é uma verdadeira nau à deriva.
abraço
Edgar: Adeus :-)
ResponderExcluirJá eu achei a análise a melhor síntese que já li sobre o assunto. Discordo do comentarista revoltoso sobre FHC: ele não atrapalhou tanto assim o partido. Os tucanos é que aproveitaram mal, muito mal, o pouco que poderiam salvar de seu legado, e ainda colocaram um antagonista (Serra) para fazer o papel de mocinho. Não há jabuticaba digerível a isso.
ResponderExcluirTambém concordo com o Hugo a respeito do desapego às convencionices gramaticais, quando a informação é clara e completa.
Obrigado, Ândi. Você tocou num ponto importante: Legado. Hoje, depois da derrota do ano passado, fala-se muito em "refundação" no PSDB, mas ninguém toma uma atitude de criticar com maturidade o que aconteceu nos anos 90 e aparecer com *novas ideias* - o Paulo Nogueira, no post que eu linkei em "a face sem rugas do atraso", cita o exemplo do Partido Trabalhista Britânico, que se renovou por completo depois das derrotas nas últimas eleições - exemplo de um partido vivo, onde há participação real das pessoas e debates internos, diferentemente do PSDB, cujas últimas candidaturas presidenciais escondem FHC sem ter superado FHC (e o que resta é enrolação); e eis que surge Aécio falando em voltar ao PSDB de antigamente, sendo que o antigamente jamais saiu do PSDB...
ResponderExcluirabraços
Ândi, você não discorda de mim, porque eu disse: "Não é só o pós-FHC o problema, mas também o anti-FHC, o revisionismo PSDBista que mina a credibilidade e consistência ideológica da legenda ante antigos eleitores." FHC ajudou a mudar a economia do país, mas saiu com baixa popularidade do governo. O revisionismo PSDBista quer ignorar o "lado bom" (aquilo que o levou a presidência em primeiro lugar) junto com o que mais pesa, que é a avaliação final de sua participação como presidente pela população. Não sou revoltoso, só respondi o autor após ele me pedir argumentos quando fiz uma correção simples de um erro de português. Nunca coloquei a questão da língua como rígida, apenas disse que se a pessoa passa a impressão que preza por um texto formal deveria agradecer correções e não tratá-las como uma grande ofensa.
ResponderExcluirEdgar, há quanto tempo! Você não tinha ido embora? Ou a palavra "adeus" mudou de significado hoje de manhã? E nem me venha com essa, você é que surgiu com violência por conta de uma vírgula porque, como a maior parte da nossa sociedade, acha que o formalismo da gramática é mais importante do que humanidade e bons modos - e não me venha posar de vítima, a animosidade partiu daí (sim, está tudo escrito). E não existe revisionismo tucano, existe escapismo tucano.
ResponderExcluirEu disse adeus para você, que continua com dificuldade de leitura (como se vê) e chiliques de vaidade. Maturidade mandou lembranças. Adeus (para você e para seus leitores), já que claramente esse não é um espaço que recebe bem todos os visitantes.
ResponderExcluirAdeus, Edgar! [2]
ResponderExcluirP.S.: Gente mal educada é igualmente mal recebida por aqui sim, lamento.
Opa,sei que vc estuda direito,não sei onde,é USP?
ResponderExcluirBacana o seu artigo.
http://www.diarioliberdade.org/index.php?option=com_content&view=article&id=11352&Itemid=176&thanks=13
Excelente análise, Hugo! Ainda durante as eleições fiz uma análise do PSDB através do Serra, ainda vale - http://tsavkko.blogspot.com/2010/10/serra-enfrenta-o-fim-de-sua-carreira.html
ResponderExcluirSturt,
ResponderExcluirObrigado - ah, eu estudo na PUC.
abraço
P.S.: Bacana terem publicado no Diário Liberdade, mas seria legal que quem colou lá publicasse os links originais (que dão para o estatuto e os programas do PSDB), eles são fundamentais para entender o post.
Obrigado, Tsavkko.
ResponderExcluirEu li esse seu post quando você o publicou, muito bom mesmo. Que Serra - desde as municipais de 2004, ele lutava desesperadamente pela sua sobrevivência política, eu só não esperava que em 2011, derrotado, ele ainda estivesse promovendo uma verdadeira guerra interna. Isso apenas confirma que a Decadência do PSDB, que eu prenunciei num dos meus posts mais lidos, fosse tão aguda. Mas ela é.
abraço
Acho (e espero) que a Direita vai se fragmentar após essa derrota do PSDB, as brigas com DEM já sinalizam isso.
ResponderExcluirEu só não comemoro tanto essa derrota da direita, pois pelas minhas contas empatou: a esquerda também mudou muito depois de 3 derrotas na disputa pela presidência (vide como era o PT em 1989 e como é agora).
Sendo um pouco paranóico, a minha preocupação é se tanto as derrotas do PSDB quanto do PT não seriam um maléfico plano de algum grupo que esteja manipulando os rumos da direita e esquerda para que tudo vire um minguau institucionalizado
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
ResponderExcluirRealmente o coitado n tem conhecimento nenhum do Paulo Arantes. E se fosse mais humilde veria: "n se pode analisar PSDB nem era fernandina sem uma análise mais cuidadosa e profunda dos seminário sobre o capital nos anos 60-70". Dica preciosa, meu caro. Não minha, mas de caras como: Ruy Fausto, Paulo Arantes, Roberto Schwarz, Gianotti, e tantos outros... Para qualquer iniciante em cultura brasileira, relacionado com cultura política, formação do PSDB relacionada com a intelectualidade uspiana e os seminários são condições essenciais e iniciais para pensar a formação deste partidos, de outros, e de nossa recente cultura política. Mas sua visão rasa, seu faro pouco apurado e sua arrogância, n lhe permitiram procurar um pouquinho, para n fazer um texto com tão pouca substância.
"Também concordo com o Hugo a respeito do desapego às convencionices gramaticais, quando a informação é clara e completa."
ResponderExcluiro "quando a informação é clara e completa" matou o texto, sem o querer, que bela dialética, numa só pensata... rs. O texto, para ele, pelo menos em suas articulações mais inconscientes, não passou de informação, e da pior espécie, "clara" e "completa".
Eu me divirto muito com essa esquerda blogueira da net. Pouco intelecto em potência, muito espontaneísmo, muita arrogância. Não a toa viram semi-celebridades de uma tribo, e ainda se acham intelectuais a melhor maneira malandra, a flexibilização do crítico, já que não se é crítico... rs.
Mas nada como uma puxada de saco aqui, um elogio estratégico ali, uma propagandazinha de seu blog acolá, alocado com um "excelente texto", este sim um comentario de muita substância, hahahahahahaha
O deserto da dessublimação repressiva.
Celião,
ResponderExcluirDesde que precisou dar o golpe em 1964, a direita brasileira já acusava uma certa crise. Se o modo como se deu a passagem para a democracia nos anos 80 estava longe de ser do agrado da esquerda, também não era aquilo que a direita brasileira gostaria. Collor pareceu ser uma saída (exótica, mas uma saída) para a direita, mas sua queda ligou o sinal vermelho da elite, o que só mudou quando FHC tirou da cartola aquela grande costura política que poderia garantir o Plano Real - uma saída para vencer a inflação vendida como a saída, algo conveniente, principalmente por se tratar da saída mais gatopardiana (o mudar tudo para que nada mude) possível do quadro em que o desenvolvimentismo de JK (adotado pelos militares de forma autoritária) nos jogou (e o que estava em jogo era dar um jeito para que os grandes setores que lucravam com a inflação não perdessem com o seu fim). Depois das desventuras dos fins dos anos 90, a direita se perdeu novamente, seja pela sua falta de ideias (e por estar refém de um partido social-democrata com crise de identidade) ou pelo avanço petista. Agora, a situação continua complicada, na medida em que há uma guerra interna no PSDB e o DEM está em crise também (como você bem lembrou). Mas sim, por outro lado, as três derrotas da esquerda para a Presidência, se a fizeram ganhar em maturidade e em realismo, elas também tiraram muito de sua criatividade, o que é péssimo.
Eu não diria que você paranoico por dizer isso: Se não existe uma grande conspiração querendo reduzir tudo a um mingau generalizado (adorei esse termo), é pelo fato de que existem setores que defendem isso daí abertamente; não pense que a ideia de unir PT e PSDB não passa pela cabeça de gente influente como forma de construir um grande consenso cordialista - ou mesmo neutralizar o antagonismo entre ambos, com boas doses de peemedebismo para diminuir o atrito e assim seguirmos num ritmo de banho-maria, a mais perfeita segurança e previsibilidade burguesa, algo que já foi, aliás, ensaiado em Minas Gerais. Isso poderia se operar por uma renúncia definitiva do PT às transformações (e a adoção do caminho único ao estilo de um Pimentel ou um Palocci) e a adoção de um discurso contemporizador (à maneira do que fazia Covas e hoje faz Aécio), mas isso seria um desastre para o país, pela perspectiva de um projeto verdadeiramente transformador. Não acho essa hipótese a mais provável de se realizar historicamente, mas é um dos muitos riscos que existem no horizonte em um presente próximo.
abração
Anônimo: Cá do alto da minha vassoura (e do ponto mais baixo da escala do trabalho), eu não considero o Paulo Arantes (nem de longe) o pensador mais relevante no que concerne à compreensão do momento político atual. Nem ele, nem algum dos que você citou (Gianotti? Faz me rir); é fato que a USP perdeu o trem da História no que toca à compreensão do Brasil e pouca gente ali consegue ter um pouco de lucidez, ainda que não largue toda a pompa academicista toda (exceção feita a uma Marilena ou a um Safatle, além de algum outro por aí). Essa turma aí passou batido sobre todo fenômeno Lula sem entender nhecas, culpando a realidade por não confirmar os seus esquemas teóricos. Se isso me torna burro, ótimo, eu não tenho e nem nunca tive ilusões em relação à minha capacidade (quem sou eu, senão um homem do povo?), aliás, espero que você também não tenha nenhuma aí do seu lado (principalmente por não ter apresentado uma única objeção decente em relação ao assunto do post) ;-)
ResponderExcluirE como não tenho travas, nem com a arrogância, darei outra humilde dica. Quem sabe mais uma dica sem substância rsrsrs. Afinal, discutir a estrutura do texto é "falta de argumento" KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK... o que vale é levantar "objeções" materiais (como crítico, você é um bom jornalista... rs)...
ResponderExcluirVeja este livro: "O presidente segundo o sociólogo". Aqui em especial, FHC mostra toda sua concepção economicista do marxismo, ancorada numa leitura apressada e de segunda mão, via Gianotti, da dialética imanente. Defendendo seu governo com categorias que se tornam pastiche do marxismo vulgar, ancoradas na necessidade histórica e no "choque de capitalismo" como modernização estrutural dos antigos laços e arcaicos, aqui Plekhanov é fonte oculta. Não à toa quem assistir o debate para presidente de 89, verá um Covas, ainda à esquerda, defendendo a necessidade da intensificação da lógica do capital, como q se por mágica, na época ainda isso se desejava, cria-se uma dialética imanente. Tbm n é a toa, que em 89 a internacional ligada ao PC de Moscou identificou no candidato do PSDB maior afinidade, apesar de Brizola ter algum cargo lá dentro da qual n me lembro. É nesta miséria de uma parte da intelectualidade uspiana que deve se procurar a formação do PSDB.
Ah, mas o que fazer, se Paulo Arantes n diz nada, e nosso nobre jornalista que o diz... rsrsrs
Me desculpe meu caro, mas quem n esta argumentando sobre a capacidade ou a falta de capacidade de alguns intelectuais citados é você. Não indo além de lugares comuns como "faz me rir", "analise fraca", etc... N concordo com o Gianotti, se lesse com atenção as objeções - aqui a arrogância atrapalha obviamente - veria q o citei por suas contribuições dadas para entender o PSDB.
ResponderExcluirAliás, o Safatle -que o sabichão considera "aceitável" rsrsrs, deve boa parte de suas análises sobre o cinismo ao "fraco" - segundo nosso jornalista - Paulo Arantes. Sobre isto, ver o texto com quase 10 anos de antecedencia do Arantes que anuncia a razão cínica tupiniquim, q assim como a malandragem ganharam o mundo. Ah, mas o Arantes, aquele mesmo que conhece de cabo a rabo a filosofia alemã, que no seu auge de filósofo abondona seu projeto do abc da miséria alemã para estudar a cultura tupiniquim no Machado do Schwarz... Aquele mesmo, que era o prodígio do Bento Prado, do Ruy Fausto e depois do Schwarz não passa de um medíocre aos pés do nosso jornalista HAHAHAHAHAHAHAHA!
ResponderExcluirSim, e daí? O que isso muda no post que eu escrevi? O que eu coloquei aqui (para ficar mais simples) é (I) O PSDB nasce de um racha vertical de um partido artificial, sua distância entre discurso e prática já está exposto desde o primeiro momento (ainda que de forma não tão acentuada); (II) Há indeterminação nos rumos do partidos, mas é FHC que determina esse corte por sua atuação pessoal junto ao poder (e não necessariamente dentro do partido) - o corte na vida de FHC, entretanto, é muito anterior a isso (como já discutimos aqui); (III) Apesar disso, o partido segue com uma crise de identidade, ele não assume a posição direitista que tomou, não obstante à sua distância entre discurso e prática consciente, existe, com efeito, certo descompasso real também; (IV) O PSDB não exorcizou a década de 90, nem esteve disposto a assumi-la; (V) Existe uma crise interna no partido pós-eleições de 2010 porque, diferentemente do que se supunha, Alckmin está na disputa (como se o projeto político de um político tradicional paulista não fosse, necessariamente nacional...) para 2014, ainda mais sabendo que a elite de São Paulo não quer Aécio (por outro lado, Serra continua vivo e é o terceiro lado da história); (VI) Aécio é um político que, apesar da imagem, está longe de representar algo novo e efetivo, seja para o país (se é que ainda há alguma ilusão nisso) ou para o projeto a direita. Qual a sua objeção em relação a isso?
ResponderExcluirP.S: Sobre o Safatle, apesar dos hegelianismos todos, ele tem lucidez (mas passou longe de ser seu fã número um), já o Arantes, por sua vez, viaja em uma dialética carcomida (se é que poderia ser diferente), seu Marx é um Marx hegelianizado que não lhe permite ver o singular, nublado por sua perspectiva totalizante; Arantes sequer consegue entender o fenômeno Lula, reduzindo-o a um pastiche de populismo do século 21º.
P.S. 2: Ainda bem que você fez mea-culpa e lembrou das insuficiências todas do Gianotti, já não era sem tempo ;-)
E não me importa a competência técnico-acadêmica de ninguém, uma coisa é produzir na Academia, dominar seus códigos e seus caminhos, outro é compreender o país e conseguir explica-lo. Isso é diferente no mundo todo e no Brasil, então, nem se fala - gloriosas são as nossas torres de marfim acadêmicas, capazes de criar picuinhas por vírgulas, mas incapazes de formar seres humanos...
ResponderExcluirHAHAHAHAHAHAHAAHAHAHA
ResponderExcluirnosso jornalista é muito comédia. É incapaz de captar uma crítica estrutural, que demonstrou o pq de seu texto ter insufiência de substância. Alias, vc sabe o que é substancia? E n deixa de ser engraçado nosso jornalista deleuziano olhando por cima de toda a filosofia, msm sendo um analfabeto no riscado, para dizer quem é bom e quem é ruim hahahahaha. Mostra a falencia de seu proprio intelecto ao se preocupar prioritariamente em dizer q filosofo eh bom ou ruim, ou analisar suas obras na base de mantras pouquissimo profundas; ao inves de analisar criticamente suas obras, seus fundamentos, seus elementos, suas constituições e sua importância. Mas nosso jornalista, realmente n passa de um jornalista "claro" rsrsrsrs... e sobre a dialética, é de fazer rir a profunda falta de conhecimento sua a cerda de sua história... n só da dialetica hegeliana, mas de outras... "Marx hegelinazado" de Arantes?hahaahahahaha Arantes n consegue ver o particular?????KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK Amigo, de boa pra vc, mas vc n sabe nada do Arantes, nunca o leu, aqui n se trata nem de n ler seriamente, mas de n ter lido nada mesmo... Deveria procurar um pouco sobre os escritos do Arantes. Pq o q vc disse ali foi patético... Ah, mas o safatle tem "lucidez" ao menos... logo ele, que mostrou as proximidades do Lacan com Hegel, e quis renovar a dialética em bases adornianas, projeto mto influenciado pelo Arantes, belos argumentos HAHAHAAHAHAHA , estilo: "excelente texto, veja o meu aqui" HAHAHAHAHAHAHAHAHA
de boa, vá estudar mais filosofia, meu caro jornalista. Por enquanto, vc n passa de um aprendiz mto fraco e arrogante, q julga filosofos atraves de mantras como: "é fraco" "é risivel" "é corcomido" , etc. Em sua mente pouco reflexivo, acha q pode jogar fora numa tacada só bebê e água suja do banho, e isto tudo sem nomos ou logos. Afinal, nosso brilhante demiurgo n precisa explicar, do alto de seu mundo pode dizer aqui para baixo quem é risível, o que é carcomido, o que é fraco. Achando que destrói o pensamento de um Gianotti com um é "mto fraco" - tenho críticas ao seu pensamento, e a sua interpretação marxiana, o que n significa n reconhecer ou respeitar quem esteja pensando, sempre combatendo através de substância e não de mantras juvenis. Fica aqui mais uma dica: vá aprender o que significa a palavra substância. ;)
Então, fico eu cá com a minha rudeza e você com a incapacidade de debater o assunto de um post tão "sem substância" - em relação ao qual você não apresentou uma única objeção decente ao seu conteúdo, apesar de ter ido e vindo aqui trezentas vezes. Quer dizer que a estrutura do texto não se enquadra no seu modelo esquemático ideal? Não me diga? Você não passa de mais um desses intelectuais enferrujados que, antes de prezarem pela intelecção, prezam mais por seus vícios procedimentais e formais que lhes enfiaram na cabeça e em relação aos quais não conseguem sair - e que pensam que se a própria natureza escapar às suas regras e modelos, ela só pode estar errada...
ResponderExcluirFica a dica para você: Só volte aqui se for para fazer objeções sobre o que post trata, se estiver ruim, desapareça, a minha paciência para trollagens diversionistas terminou.