quinta-feira, 17 de junho de 2010

Notas da Copa: A Alegria de Don Diego e a Mexicanada

(Maradona & Messi - Foto Ap)

O futebol latino-americano segue jogando bem: Até agora, só Honduras perdeu e foi para outro time do continente, o Chile. Hoje, tivemos a vitória da Argentina sobre a Coreia do Sul (4x1) e a vitória do México contra a França (2x0) - além dos dois primeiros gols e da consequente primeira vitória da Grécia numa Copa, 2x1 sobre a Nigéria, o que lhe colocou novamente na disputa.

Começando pelo começo, a vitória da Argentina sobre a Coreia do Sul foi um massacre. Maradona repetiu o 4/2-3/1 do primeiro jogo, com Di Maria armando pelo centro, Tevez pela esquerda, Messi pela direita e Higuaín no comando de ataque. Muito embora a defesa tenha navalhado novamente - o gol tomado hoje foi brincadeira -, é lindo ver o ataque dessa equipe jogar, é bom demais. Essa vitória foi uma bela cutucada naqueles que falavam que a Argentina não tinha chance nenhuma - parece até que ninguém se lembra de 2002, quando o Brasil chegou na Ásia desacreditado e contando apenas com um técnico carismático que unia um time cujo acerto foi se deu ao longo do próprio torneio. Claro, não vejo a Argentina como a favorita, mas ela está na briga sim pelo título e cresceu do primeiro jogo para cá. Aliás, não deixa de ser digno de nota a alegria de Maradona à beira do gramado. É contagiante.

Também pelo grupo B, os gregos bateram os nigerianos, conseguindo assim não apenas marcar seus dois primeiros gols em copas como também arrancar sua primeira vitória, botando fogo no seu grupo, onde a Argentina simplesmente sobra - para não perder a deixa, que participação horrível do futebol africano em uma Copa que sedia, não? Os nigerianos tiveram boas chances contra uma Argentina que se acertava, mas não marcaram nem um golzinho, agora apanham dos gregos, que coisa.


O jogo que eu vi na íntegra mesmo foi México 2x0 França pelo fechamento da rodada do Grupo A - que teve ontem a elástica vitória do Uruguai sobre a África do Sul por 3x0. Basicamente, o primeiro tempo foi horrível, com as equipes se anulando e pouco produzindo: Se de um lado os mexicanos alternavam um esquema 4/4/2 para um 3/5/2 sem sucesso algum, os franceses viam seu 4/2-3/1 - o esquema da Copa - naufrgar pela falta de um armador decente e de pontas criativos. Se Peréz não tinha trabalho no gol mexicano, Osório pouco fazia pela direita - e Malouda colaborava, anulando o jogo por aquele lado do campo -,  os bons zagueiros Rodríguez e Moreno anulavam Anelka, mas não tinham com quem sair, daí Salcido começou a fazer essa função se tornando um ala - até porque Ribéry nada fazia. No meio, Govou não armava para a França, mas os volantes mexicanos, Rafa Márquez e Juárez pouco faziam - principalmente o último -, enquanto dos volantes franceses, só Toulalan aparentemente entrou em campo - alguém aí, honestamente, viu Diaby? - e os meias mexicanos se negavam copiosamente a armar o jogo - Dos Santos e Torrado, que horror. O ataque mexicano, com Franco e Vela nada fez contra uma zaga francesas mal posicionada - Gallas e Abidal estavam irreconhecíveis -, enqaunto só apareceu para tomar um amarelo, o segundo só o fez quando saiu contundido para a entrada de Barrera, cuja atuação foi inscipiente no primeiro tempo.

Javier Aguirre, no entanto, soube mexer no time mexicano no intervalo e a equipe voltou com outro espírito. Saiu o insosso volante Juárez para entrar o atacante Hernández e, logo depois, saiu Franco, uma nulidade no ataque, para entrar Blanco. O efeito prático das duas substituições foi uma mudança no jogo mexicano: O ataque ganhou velocidade - até Barrera cresceu no jogo - e o meio, com Blanco, ganhou o toque de bola e a qualidade na saída de bola que não teve no primeiro tempo - com Rafa Márquez dando sinal de vida também. A França prosseguia morta, Domench tirou Anelka - muito mais uma vítima de um meio de campo ineficiente do que culpado do que quer que seja - e pôs Gignac - porra e o Henry? - e nada, como era de se esperar, mudou. O México, numa linda enfiada de bola de Rafa para Hernández, que entrava em velocidade, pegando a linha-burra da França no contra-pé deu no primeiro gol do time latino-americano. A França não cresceu, ao contrário, foi dominada cada vez mais, lançando-se ao ataque sem vontade, sem alma e sem responsabilidade também: Barrera, em jogada individual penetrou na área, foi derrubado para o veterano Blanco bater com firmeza e definir o placar.

Rodada encerrada no Grupo A e B e não tivemos ainda nenhuma equipe matematicamente classificada. Claro, se Uruguai e México, na próxima rodada, fizerem um joguinho de amigos e empatarem ambos passam, a questão é saber se os mexicanos aceitarão passar em segundo e assim, possivelmente enfrentar a Argentina - sim, porque o Uruguai tem um gol a mais de saldo -, o que poderia criar alguma situação. No Grupo B, pelo que se viu até agora, a Argentina deve enfiar uma cacetada na Grécia pela última rodada, mas ainda não está garantida - claro, ela precisaria levar uma goleada para ficar fora e ainda ver a Coreia do Sul vencendo a Nigéria bem, o que é extremamente improvável. O outro time que passa nesse grupo, aí, já é um mistério, tamanha a ruindade de parte a parte.

(A segunda foto é da EFE)

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