segunda-feira, 21 de junho de 2010

Notas da Copa: Fim da Segunda Rodada, Portugal, Chile e Espanha

(foto retirada daqui)

Hoje, terminou a segunda rodada da primeira fase da Copa do Mundo. O destaque fica por conta da goleada portuguesa sobre a Coreia do Norte em jogo disputado pelo Grupo H: 7x0. Goleadas como essa só acontecem no futebol, entre equipes profissionais, porque o time goleado (I) queria derrubar o técnico; (II) não estava recebendo o salário; (III) não estava bem física e/ou mentalmente. Apesar que seja consenso a fragilidade do time norte-coreano, minha aposta vai na terceira hipótese: Por pior que fosse, tomar de sete é um supremo exagero e se explica pela instabilidade psicológica de uma time que segurou, em dois tempos contra o Brasil e um contra Portugal, uma das mais duras retrancas dessa Copa e, ao sentir a desclassificação bater à porta e, depois de ter tomado um golzinho de Portugal no Primeiro Tempo, abriu a porteira e levou seis na segunda etapa. Em outras palavras, o time lusitano treinado por Carlos Queiroz, praticamente carimbou sua vaga para as oitavas, afinal, precisaria ser goleado pelo Brasil e ver Costa Marfim golear a Coreia do Norte para ser eliminado pelo saldo de gols. Não sei o que será da próxima rodada ou melhor, como se comportará o Brasil já classificado e sem Kaká contra Portugal, mas suspeito que o time tem seus brios para não perder nem a invencibilidade nem a primeira colocação. Sobre Portugal, o time só jogou bem nesta Copa contra o time norte-coreano em pane no segundo tempo, fora isso, há muito o que provar.

O Chile, do técnico Marcelo Bielsa, é uma das poucas equipes que destoam da mesmice tática nessa Copa, além de jogar um futebol alegre e ofensivo. Em seu 3-4-3 - que lembrava o time argentino do próprio Bielsa que fez sucesso no quadriênio 1999/2002 até fracassar na Copa da Ásia -, o time chileno envolveu o 4/4/2 com duas linhas do time suiço, dominou o jogo, forçou cartões e uma expulsão, mas não conseguiu transformar volume de jogo em gols. Isso só mudou quando Bielsa alterou a forma do time jogar, botando Valdivia na ponta-direita no lugar do centro-avante Suazo, com Sánchez passando para o meio e Beausejour continuando na esquerda. Num enfiada de bola marota de ex-camisa 10 palmeirense para Paredes, ele cruzou para González fazer o gol - Paredes estava ligeiramente impedido, mas quando se põe uma defesa para jogar fazendo, sistematicamente, linha de impedimento, você deve contar com duas coisas: (I) Seus zagueiros não errarão jamais o posicionamento e sempre - disse sempre - terão o devido feeling e (II) Os bandeirinhas nunca - eu disse nunca - vão errar uma marcação. Chile 1x0 Suiça. Poderia - e deveria - ter sido mais, com esse resultado os chilenos jogam por um empate contra a Espanha, mas é um desafio imenso, haja vista o poder de fogo do time ibérico e o fato da Suiça jogar contra Honduras no outro jogo. Se os suiços passarem, ótimo, é do jogo, mas para quem gosta do futebol bem jogado e de criatividade tática, será triste.

O outro jogo ficou por conta da Espanha, praticamente no 4/3/3 como Villa, Torres e Navas no ataque, contra uma Honduras retrancada como no primeiro jogo - ou seja, no mesmo 4/4/2 com duas linhas com 4 fechando-se como a Suiça horas antes. Os espanhóis começaram num ritmo sensacional, massacraram e marcaram: Villa, um golaço - para recompensar os que ele perdeu contra a Suiça. Depois de muito apertar, ter um pênalti a ser favor não convertido, a Espanha diminuiu o ritmo e não conseguia fazer o segundo. No Segundo Tempo, ou Honduras iria partir para o tudo ou nada - o que conduziria muito provavelmente a uma goleada da Fúria - ou iria prosseguir se segurando - em outras palavras, iria tomar outro gol só na hipótese de um outro golaço como o de Villa. Nem tanto ao mar nem tanto à terra: Honduras se abriu, Villa fez outro, em um contra-ataque onde pegou a defesa adversária aberta, mas parou por aí, os hondurenhos voltaram a marcar e o jogo ficou por isso mesmo. Até agora, nada impressionante o time espanhol, ainda que tenha demonstrado qualidade. Disputará a vaga na última rodada contra o bom Chile. Resta saber se Honduras irá atrapalhar ou não a vida da zebra suiça. Pela inaptidão de ambos no ataque, talvez sim.

Foto 2 e 3 AP 

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