sábado, 12 de junho de 2010

Notas da Copa: Inglaterra 1x1 EUA


(Rooney acossado pela marcação americana - Reuters)

Placar nada surpreendente, muito embora eu desse uma pequena vantagem para o time inglês. Nunca deixam de ser interessantes esses confrontos entre países que foram colônia - no caso americano, colônias - e metrópole - e teremos outros nessa primeira fase da Copa com os confrontos entre Portugal x Brasil e Chile x Espanha. Em campo, duas seleções com escalações e esquemas táticos com os quais jogam juntos já há um bom tempo, além de nutrirem enormes semelhanças na forma de jogar: Ambos jogam num 4-4-2 com duas linhas de quatro jogadores - portanto, os laterais são praticamente zagueiros abertos e os meios jogam pelo flanco do campo e não mais fechados como ocorre no nosso futebol - e o fazem de uma forma muito semelhante, o que se explica pelo fato dos times serem formados basicamente por jogadores que atuam na própria Liga Inglesa - o time inglês inteiro atua em seu próprio país, o time americano, por sua vez, entrou com quatro titulares que joga em times da Premier League.

Os ingleses entrarem em campo com o inseguro Green no gol, o razoável Glen Johnson na lateral-direita, Terry e King no miolo de zaga - depois Carregher, lento toda vida - e o bom porém fisicamente baqueado Cole pela esquerda. No meio, Gerard e Lampard continuam formando a dupla de volantes, marcando com destreza e proporcionando uma ligação da defesa pra o ataque bastante rápida e eficaz - além das jogadas ofensivas, como se viu hoje - e dois meias que não funcionaram bem, Lenon pela direita e Milner - depois Wright-Phillips - pela esquerda. Na frente, Rooney, ainda em fase de recuperação, fez dupla com Heskey - e depois em seu lugar entrou Crouch, o que explica porque mesmo baqueado Rooney foi titular, faltam atacantes no time inglês.

Já o time americano levou a campo uma base que coincide praticamente com o time que foi à Ásia e à Alemanha há oito e quatro anos, respectivamente. Howard é um goleiraço, o time tem dois bons laterais defensivos, Cherundolo e Bocanegra, DeMerit e Onyewu formam uma dupla segura de zaga, mas falta um cadinho de qualidade na dupla de volantes formada por Clark e Bradley, além de que a dupla de meias - que jogam pelos flancos, com uma certa distância entre um e outro - formado por Donovan e Dempsey não esteve tão bem. Na frente, Altidore é um excelente jogador e Findley tem boa vontade. 

Com a bola rolando, se viu um time inglês indo para cima logo de cara, marcando um gol aos quatro minutos do primeiro tempo com Gerrard vindo de trás tabelando com Heskey para depois ele mesmo concluir, uma boa pressão, até que o time americano foi absorvendo o impacto e controlando o jogo, contra-atacando e chutando de fora da área - até que num desses chutes, Dempsey, que nem foi bem, arrematou para Green frangar aos 40 do primeiro tempo. O Fato é que os ingleses sentiram o gol e mesmo assumindo mais a posse de bola no segundo tempo, davam espaços para os americanos no contra-ataque - lembro de algumas boas chances do time da terra da rainha no comecinho da segunda etapa, a maioria frustrada por Howard e outra onde DeMerits, que salvou a pátria num belo lance de Rooney, mas depois, o lado físico pesou e os americanos, na base da marcação e contra-golpes, administraram bem o jogo, deixando os ingleses sem segurança para se lançarem ao ataque (para compensar o frango, Green fez uma defesa difícil em lance de Altidore, que ainda resvalou na trave).

A maior qualidade do time inglês em relação ao americano acabou compensada pelo condicionamento físico superior do adversário - também qualificado tecnicamente e, sobretudo, entrosado. Dificilmente, as duas equipes vão deixar de se classificar, mas com o resultado de hoje, o saldo de gols nos jogos contra Eslovênia e Argélia será crucial para determinar a liderança. Ah, e antes que eu me esqueça, uma baita arbitragem do Simon.

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