A Holanda, sem muito brilho, bateu hoje de manhã o Japão, chute de fora da área de Seneijder com ajuda do goleiro. Novamente os holandeses foram superiores aos adversários, mas ainda estão longe do futebol da última Euro ou das eliminatórias para Copa: Jogam no seu 4/2-3/1 bem - afinal, foram eles que inventaram mesmo -, procuram manter obsessivamente a posse da bola e tentar entradas pelas laterais e chutes de longa distância. Tem funcionado, mas ainda é pouco. A classificação antecipada para as oitavas veio graças à vitória da Dinamarca por 2x1 sobre Camarões. Foi o melhor jogo que eu vi agora, com duas seleções jogando com três atacantes, indo para cima, jogando e deixando jogar - e muito embora os camaroneses tenham aberto o placar, pressionado bastante ainda no primeiro tempo, o time da Dinamarca mostrou disciplina tática, soube explorar as falhas do sistema defensivo adversário e, sobretudo, tinha um Rommedahl em tarde inspiradíssima para definir. Faltou pouco para os nórdicos conseguirem mais um gol, mas o Japão jogará pelo empate na última rodada.
A zebras mesmo, e essa é uma zebra considerável, foi a vitória da Sérvia por 1x0 sobre a Alemanha, botando fogo num grupo que parecia destinado a ser mais morno da disputa por vagas. Os sérvios entraram em campo para marcar a Alemanha e tentar o improvável, mas levaram; deu tudo errado para a Alemanha, desde a expulsão irresponsável de Klose, até o pênalti perdido Podolski, as chances jogadas pela janela, enfim, tudo. Os sérvios, depois da bisonha derrota para Gana, agora não só estão na briga, como devem leva-la. Gana foi lá e empatou com a Austrália, um time desequilibrado emocional e defensivamente, poderiam ter praticamente definido a classificação com uma vitória, mas agora terão de decidir a vaga contra a Alemanha enquanto a Sérvia, em tese, corre solta. Eu acho difícil que a Alemanha repita uma navalhada daquelas novamente, mas que a Sérvia pode surpreender negativamente, isso sim, não é um time confiável, muito embora esteja com a faca e o queijo na mão.
Pelo Grupo D, a Inglaterra foi bisonha contra a Argélia e, depois de noventa minutos e acréscimos, torturando a bola, a torcida e a própria dignidade, não saiu do zero. Do outro lado, Eslovênia e EUA fizeram um jogo melhor, os eslovenos enfiaram dois gols logo no no primeiro tempo, os americanos empataram jogando com o coração e, se não fosse pela arbitragem, teriam virado. Tudo fica em aberto para a última rodada, mas os americanos devem levar da Argélia e os ingleses devem bater os eslovenos, se algum anglo-saxão rodar, não será os EUA, acreditem.
Por fim, teremos o Brasil amanhã. Jogo duro contra Costa do Marfim, do inefável Eriksson, que já disse que vai jogar todo seu time na retranca para empatar e conseguir saldo contra a Coreia do Norte. Bem, quase todas as táticas de Eriksson em grandes torneios - copas, euros e eliminatórias - tem falhado, mas não deixa de ser inteligente fazer isso com o Brasil amanhã. Pegamos na última rodada uma Coreia do Norte sem qualidade que armou-se totalmente na defesa, praticou um anti-jogo capaz de parar boa parte das seleções que estão nesse mundial e furamos o bloqueio só no segundo tempo. Fazer o mesmo tendo um time mais qualificado à disposição como a Costa do Marfim, não é nada burro. Do nosso lado, temos Gilberto Silva como dúvida, o que não é necessariamente um problema porque há tempos Ramires merecia entrar no time no lugar de um dos volantes - claro que Felipe Melo merecia sair mais do que ele. Temos o velho problema de marcação pela esquerda, mas temos força pela direita com Maicon e Elano. Creio que teremos um jogo duro, mas o Brasil deve evoluir em relação à estreia e vencer o jogo.
(foto 1,3 e 4 Getty Images, foto 2 AP)
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