No jogo da manhã, Fábio Capello armou a Inglaterra no velho e repetitivo 4/4/2 de sempre: Duas linhas com quatro jogadores, enquanto na frente Rooney se movimentava um pouco e Defoe ficava preso na área; o time alemão jogava no seu 4/2-3/1. O confronto, pela perspectiva alemã era o seguinte: Neuer era o goleiro, Lahm era lateral tendo de marcar Milner - que fazia o extremo-direito no meio inglês -, Mertesacker e Friedrich eram os zagueiros e enfrentavam Defoe - Rooney se movia por fora da área enquanto Khedira ficava como volante pela esquerda e também voltava para fazer a sobra -, Boateng era lateral-esquerda e deveria marcar Gerrard -; no meio Schweinsteiger era volante pela direita - saindo mais para o jogo - enquanto Khedira ficava pela esquerda e voltava às vezes para a sobra, o que os fazia bater de frente com Lampard e Barry no time inglês - e o que segurava Özil mais pelo meio mesmo; no ataque três atacantes alemães, Müller (foto: Reuters) pela direita - contra Cole na esquerda -, Klose como centrovante - contra a dupla Upson/Terry - e Podolki pela esquerda - contra Johnson lateral-direita. James era o goleiro inglês.
Elas por elas, a Alemanha, mesmo sem muito esforço, dominou a Inglaterra de maneira absurda na primeira metade do Primeiro Tempo: Bastava tocar um pouco a bola e a defesa inglesa já entrava em pane. Não à toa, o gol alemão saiu de um lançamento feio em um tiro de meta, que Klose apanhou contra uma zaga incapaz de antecipar o lance desses; depois, tome domínio - muito embora a zaga alemã tenha dado espaço para Defoe, ligeiramente a frente, cabeçar com perigo -, depois veio um contra-ataque bom e Podolski - que até ali pouco tinha feito - arrematar. O que parecia uma barbada para o a seleção germânica começou a complicar: O time inglês foi para cima e a sua defesa passou a falhar. Em cobrança de falta, Gerrard colocou na cabeça de Upson. Isso deu velocidade no jogo, a Alemanha sentiu o gol e ficou desorientada até que Lampard chutou de fora, a bola bateu na trave entrou, mas o assistente Mauricio Espinosa não viu e não validou o gol. O time inglês entrou no segundo tempo desesperado e desequilibrado emocionalmente pelo gol e tomou mais dois em contra-ataques: O comezinho do esquema alemão, Müller vindo da ponta-direita entrando em diagonal na área, o primeiro com passe de Klose, o segundo, com passe de Özil. Fim de papo. A Alemanha foi mesmo melhor - a Inglaterra fica pelo caminho com uma má campanha nas costas e uma postura de time arrogante e exageradamente festejado -, mas o erro da arbitragem não sai da cabeça de ninguém.
(Verón comemorando com o resto do time ao fim do jogo - reuters)
No outro jogo, Javier Aguirre modificou consideravelmente a forma do México jogar: Entrou no 4/3/3 com Perez no gol, passou Osório da lateral-direita para a zaga e Juárez do meio para essa lateral, colocou Rodríguez na zaga pela esquerda e manteve Salcido no esquerda; no meio emplacou Rafa Márquez, Torrado e Guardado; no ataque colocou Dos Santos pela direita, Hernández pela esquerda e Bautista pelo meio - voltando para dar o combate; a Argentina seguiu no seu 4/2-3/1 com Romero no gol, uma linha com Otamendi, Demichelis, Burdisso e Heinze; o meio com Mascherano na cabeça de área - um pouco mais pela esquerda - e Maxí Rodríguez pela direita saindo e um trio de armadores que se movimentava bastante: Tévez pela esquerda enquanto DiMaria e Messi se alternavam entre a direita e o meio; na frente, Híguaín ficava isolado.
A verdade é que o México anulou o meio argentino, encaixando a marcação e só não abriu logo o placar diante de um nervoso time argentino porque não acertava o último passe - ainda assim, os mexicanos colocaram uma bola na trave em falha de Romero. Eis que num contra-ataque, em lance armado por Messi, deu um bate e rebate na área em que Tévez, cm flagrante impedimento, empurrou para o fundo das redes. O assistente Stefano Ayroldi ao ver o lance pelo telão, muito embora não tenha erguido a bandeirinha também não correu para o meio e travou, o árbitro italiano Roberto Rosseti conversou com ele e tomando pressão de ambos os lados, validou o gol. O México perdeu o jogo naquele momento. A equipe ficou com os nervos à flor da pele e Osório falhou feio, em lance que Higuaín aproveitou. No Segundo Tempo, Tévez aproveitou-se bem das peculiaridades da Jabulani e enfiou a bola no ângulo. 3x0 e mesmo que os mexicanos, com a entrada de um monte de atacantes, tenham pressionado muito, e até achado um golzinho depois, era tarde demais para qualquer coisa.
Enfim, tivemos outro jogo marcado pela sombra negra de um erro crasso de arbitragem. Aqui o erro teve mais influência sobre o resultado do que no jogo anterior. Os argentinos saíram amplamente beneficiados naquele que seria o seu maior desafio até agora. As quartas de final entre Argentina e Alemanha prometem. Os alemães tiveram dificuldades sérias quando foram marcados e os argentinos até agora, sempre quando iam se complicando, foram beneficiados - o gol de Heinze, na estreia, também foi ilegal -, resta saber, agora que se enfrentam, o que dará. A priori o equilíbrio impera. Nos últimos quatro últimos anos os alemães foram mais regulares, mas os argentinos chegaram com um astral acima da média nesta Copa. Esperemos que essa igualdade seja resolvida no campo de forma legítima.
Paz e bem!
ResponderExcluirMeninos eu ví
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o Maradona pedindo calma...
:-)
ResponderExcluirEu desanimei um pouco da Copa, do que adianta torcer, fazer prognósticos, analisar os jogos se no final quem decide os resultados é o trio de arbitragem? Hoje os erros não servem nem pra levantar a velha questão da tecnologia no futebol (sou contra) porque foram grotescos, pra se desconfiar de má intenção mesmo.
ResponderExcluirA propósito, apostaria na Alemanha contra a Argentina num jogo "limpo", com Ozil e Klose não tem essa de não acertar o último passe.
Pepino,
ResponderExcluirEu sou um pouco conservador a respeito de eventual incremento tecnológico no futebol por dois motivos bem simples: (I)Isso encareceria o custo de uma partida de futebol e aumentaria sua complexidade, não foi seguindo essa lógica que o esporte se popularizou tanto; (II) Muitos erros seriam resolvidos com a admissão de mais dois assistentes atrás de cada gol - como propôs Platini há algum tempo -, mesmo que resolvêssemos valorizar o recurso eletrônico, ainda seria o juíz, dentro do campo, a dar a palavra final - ok, isso tornaria eventuais esquemas mais evidentes porque o migué do erro ficaria manjado, mas nem todos os lances são tão claros assim e se o juíz quiser errar, ele erraria mesmo com as imagens dizendo o contrário. Foi exatamente isso que aconteceu no jogo de hoje da Argentina.
Eu só não desanimo mais porque não acho que houve esquema. Quer dizer, creio que há mais interesse comercial em dar um título para a Inglaterra do que para a Alemanha e não sei se alguém teria cacife de montar um esquema contra ela. Sobre Argentina e México, a arbitragem errou feio mesmo, fosse esquema, aquilo não teria ficado tão evidente - ademais, não seria interessante classificar a Argentina se houvesse esquema para Alemanha.
Na bola mesmo, a Alemanha é um dos poucos times que jogou bem ao longo desses quatro anos. A Argentina oscilou bastante, mas chegou com o melhor astral em décadas para uma Copa - o que muito tem a ver com Maradona, ainda que eu tenha sentido uma certa inquietação no Segundo Tempo, com Tévez que não gostou de ser substituído e Messi que estava reclamando de de algo besta. É jogo para triplo. No comecinho da Copa, apostei nesse jogo nas quartas com vantagem para a Alemanha também, mas a Argentina cresceu mais do que eu esperava durante o torneio - ainda que eu considerasse, subsidiariamente, essa possibilidade - e elas por elas é o melhor time da Copa por um dedinho de vantagem.
abraço
Quase todos os jogadores 'apadrinhados' pela Nike já rodaram nesta copa + a Jabulani já foi usada no campeonato alemão + o Messi joga com caneleiras da Adidas + desemprego em alta na Alemanha e Espanha + os técnicos da França e Itália já entraram despedidos nessa copa + o Brasil já vai sediar a próxima copa = o campeão do mundo sai nesse sábado, dia 3. Teoria da conspiração? Imagina, eu nem sou paranóico... o bastante. ;-)
ResponderExcluirUm forte abraço!
Olha, Luis, se eu fosse adepto da teoria da conspiração - Hugo sorrindo como um cafajeste atrás da tela -, eu concordaria com isso, afinal, não deve ser muito agradável para uma Alemanha estar há vinte anos sem ganhar uma Copa e ainda ter sido ultrapassada pela Itália...Mas tem coisas que não casaria nesse sentido como a derrota para a Sérvia no meio da caminho, a própria falta de uma mãozinha da arbitragem para garantir a primeira colocação no grupo e a sobra de uma mãozinha ajudando a Argentina hoje...
ResponderExcluirabração